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155%: Trump pressiona Pequim
Gecex zera alíquotas de importação, ApexBrasil atualiza ferramenta de exportações, e Brasil pode liderar produção de biocombustível aéreo
📊 Um Gráfico
Principais países por trás da receita tarifária dos EUA
O gráfico mostra uma previsão dos principais países que geram receita tarifária para os EUA, com base em dados de importações de 2024 e taxas tarifárias atuais.
A China encabeça essa lista, o que não é uma surpresa. A distância entre ela e os outros países é bem expressiva; sozinha, é responsável por quase um terço da receita total.
Em 2024, a China exportou US$ 438,7 bilhões para os EUA; o México, segundo colocado, exportou um total de US$ 505,5 bilhões, e o Canadá, US$ 411,9 bilhões.
Os números demonstram como o impacto relativo das tarifas depende não apenas do volume das importações, mas também da tarifa comercial aplicada aos bens importados.
Um bom exemplo é a Índia, o fato do país figurar bastante alto é interessante: apesar de não ter o volume de exportação das maiores potências (cerca de US$ 87,3 bilhões), as tarifas elevadas aplicadas ao país (50%) o colocam no topo do ranking.
O Brasil também obteve a tarifa mais alta, de 50%, mas ficou na 12ª posição, com um total exportado de US$ 42,3 bilhões, cerca de 1,2% do total importado pelos EUA.
O valor coloca o país em 17º no ranking de parceiros comerciais dos Estados Unidos. Essa disparidade faz com que o Brasil tenha menos força para negociar acordos comerciais do que outros parceiros.
Ainda bem que os norte-americanos apreciam nosso café, nossas frutas e têm interesse nas nossas terras-raras, não é mesmo? Quem sabe esse interesse seja o impulso extra para que o possível encontro de domingo, na Malásia, entre os presidentes do Brasil e dos EUA realmente aconteça?
🙌 Gecex zera alíquota de importação de remédios e preparações alimentícias
O Gecex deliberou nesta segunda-feira (20) sobre medidas de proteção à indústria nacional e de redução tarifária para importação de diversos produtos.
Cerca de 43 produtos tiveram suas alíquotas de importação zeradas ou renovadas, entre eles medicamentos usados em tratamentos de câncer e psoríase, além de 23 tipos de preparações alimentícias, destinadas a dietas específicas para lactantes, crianças e adultos em diferentes condições clínicas.
Sobre as medidas de proteção à indústria nacional, o Gecex deliberou pela aplicação ou renovação de quatro medidas antidumping:
Escovas de cabelo, pigmentos de dióxido de titânio, cadeados, fios de náilon e malhas de poliéster originários da China.
Etolaminas, monoetanolaminas e trietanolaminas originárias da Alemanha e dos EUA.
Por fim, foram incluídos cinco produtos na lista de elevações tarifárias temporárias por desequilíbrios comerciais e conjunturais (DCC), atendendo a pleitos das indústrias de papel, siderurgia e química.
Você pode conferir a publicação completa aqui.
👀 Trump ameaça China com tarifa de 155% caso não haja acordo

Nesta segunda-feira (20), o presidente Donald Trump disse que a China poderá ter que enfrentar uma tarifa de 155% a partir de 1º de novembro se não chegar a um acordo comercial com os Estados Unidos.
O próximo encontro entre os líderes dos dois países ocorrerá nas próximas semanas, na Coreia do Sul.
Anteriormente, no domingo (19), o presidente norte-americano declarou que a redução das tarifas sobre produtos chineses estaria condicionada à retomada da compra de soja produzida pelos EUA, aos mesmos patamares de 2024, quando o país asiático absorveu cerca de metade das exportações totais norte-americanas.
O volume da soja norte-americana embarcada para o mercado asiático praticamente zerou neste ano.
Com isso, agricultores em estados como Illinois, Iowa e Minnesota preparam a colheita de setembro sem pedidos da China pela primeira vez em anos. A American Soybean Association estima perdas de até US$ 12,8 bilhões.
A falta de demanda externa fez com que os preços internos da soja caíssem, enquanto os custos com insumos, como fertilizantes, afetados por tarifas, subiram.
Falando em tarifas…
Dois meses após o início das tarifas de 50% impostas por Trump aos produtos brasileiros, o agronegócio exportador de frutas do Brasil tem demonstrado força e capacidade de adaptação, com os embarques mantendo um ritmo sólido, apesar das margens de lucro mais apertadas.
Uma análise realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontou que o setor entrou em uma nova fase, marcada menos pela euforia e mais pela estratégia.
A manga, beneficiada pela saída antecipada da safra mexicana e pela alta qualidade da fruta brasileira, registrou aumento nos embarques tanto para os EUA quanto para a Europa. Grandes exportadoras mantiveram contratos e parcerias que garantiram estabilidade para a fruta.
A uva teve parte da sua produção redirecionada para a Europa, Argentina e mercado interno, o que amenizou as perdas, mas não impediu a queda na rentabilidade. Agora, o foco das exportadoras se volta para 2026, com estratégias de diversificação e estímulo ao consumo doméstico.
O suco de laranja manteve seu fluxo de exportações para os EUA com o alívio das tarifas; contudo, os derivados, como óleos e farelo, continuaram penalizados pela alíquota de 50%.
O estudo do Cepea conclui que, embora as empresas tenham demonstrado capacidade de adaptação rápida, a sustentabilidade das exportações dependerá da inovação, da eficiência logística e do fortalecimento de mercados alternativos.
💻 ApexBrasil atualiza ferramenta que facilita diversificação de mercados
A ApexBrasil publicou uma atualização do Mapa de Oportunidades de Exportações Brasileiras para o Mundo, ferramenta de inteligência comercial que reúne dados sobre exportações, tarifas e acesso a mercados.
A ferramenta possui visual interativo e filtros inteligentes, permitindo uma análise aprofundada das oportunidades comerciais. A ferramenta facilita a identificação de mercados promissores e o planejamento de ações voltadas à internacionalização e à atração de investimentos.
A atualização apresenta 45 mil oportunidades de exportação para produtos brasileiros em 175 países.
Entre os destaques está a região da América do Sul, que reúne cerca de 14 mil oportunidades e importações totais de aproximadamente US$ 231 bilhões em 2024. Os principais países dessa região são:
Argentina: 1.960 oportunidades, representando cerca de US$ 44,6 bilhões
Paraguai: 2.056 oportunidades e US$ 13 bilhões.
Chile: 1.731 oportunidades e US$ 49,8 bilhões.
Para a UE, foram identificadas 6.700 oportunidades (US$ 771 bilhões), enquanto, para a China, 385 oportunidades (US$ 811,7 bilhões).
O Mapa permite ao usuário analisar o desempenho das exportações brasileiras ao redor do mundo e identificar os mercados que já importam determinados produtos, incluindo valores comercializados e principais fornecedores.
Acesse o Mapa aqui.
✈️ Brasil lidera crescimento mundial do transporte aéreo
O Brasil foi o mercado doméstico que mais cresceu no mundo em agosto, com alta de 12,7% em relação ao ano anterior, segundo dados apresentados neste domingo (19) durante a Assembleia Geral e Fórum de Líderes da Alta (Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo), realizado em Lima, no Peru.
Para Peter Cerdá, CEO da Alta e vice-presidente da Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo) nas Américas, o crescimento está atrelado ao “compromisso da indústria".
Contudo, Cerdá afirma que as “regulações excessivas” são um grande empecilho para a continuidade desse crescimento. Para ele, as decisões sobre as leis no Congresso, em sua maioria, estão sendo tomadas unilateralmente, sem qualquer consulta ao setor.
Os impactos dos litígios e tributos sobre o setor também foram apontados como um dos principais obstáculos enfrentados pelas companhias aéreas no país. Cerca de 98,5% de todas as ações judiciais contra companhias aéreas no mundo estão concentradas no Brasil.
Os números são preocupantes. A escalada de litígios no setor aéreo, além de comprometer a previsibilidade, eleva os custos da atividade, com impactos sobre a competitividade e a sustentabilidade do setor.
Brasil pode liderar produção de biocombustível aéreo
O presidente da Airbus na América Latina e Caribe, Arturo Barreira, afirmou que o Brasil tem uma “oportunidade única” para se tornar líder mundial na produção de combustível sustentável de aviação (SAF).
A Airbus já adapta suas aeronaves para que hoje sejam certificadas com 50% de mistura SAF, com o objetivo de que, até o fim da década, todos os equipamentos, de helicópteros a aviões, sejam 100% compatíveis com SAF.
A Refinaria Duque de Caxias (Reduc) foi a primeira do país certificada para produzir biocombustível, com capacidade de 50.000 m³ por mês.
O produto será fabricado pela rota Hefa, que combina óleos vegetais e gorduras com correntes de petróleo, e poderá ser misturado diretamente ao querosene convencional, sem necessidade de adaptações nas aeronaves.
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