- Follow-Up do Comex
- Posts
- US$38 mil por US$1.200: TikTok vira vitrine de fabricantes chineses
US$38 mil por US$1.200: TikTok vira vitrine de fabricantes chineses
Revolução do luxo marca nova página na guerra tarifária, que também impacta armadores; Custo de frete para América Latina vai aumentar; Greve programada nas aduanas da Argentina.
👜 Revolução do luxo: vídeos de fábricas na China expõem marcas e impulsionam vendas diretas

A guerra tarifária segue ganhando novos capítulos. Após Trump anunciar tarifas de 145% sobre importações da China, fabricantes chineses se organizaram e inundaram a plataforma Tiktok com vídeos mostrando os bastidores de fábricas do mercado de luxo.
Segundo os fornecedores, mais de 80% dos bens de luxo são produzidos na China, e posteriormente enviados ao Ocidente para serem etiquetados e embalados pelas marcas.
Hermes, Gucci, Chanel, Louis Vuitton, Tommy Hilfiger, Lacoste, Lululemon e Hugo Boss foram as mais citadas nos vídeos que viralizaram rapidamente entre os americanos.
Em um dos vídeos com mais visualizações, um fabricante chinês afirmou que uma bolsa Birkin de luxo, comercializada por US$38.000 custa apenas US$1.200 para ser produzida, indicando que os consumidores têm pago por prestígio da marca ao invés de qualidade.
Além de expor os bastidores, eles também têm incentivado os consumidores a comprar as peças — que vão de sapatos e bolsas a roupas e acessórios — diretamente de seus sites, divulgando QR code, links e contatos das lojas de fábrica.
Essa revolução — como os próprios estão chamando em seus vídeos — não se trata apenas de contornar marcas e vender direto aos consumidores, mas de uma tática coordenada para reverter o impacto das tarifas impostas por Trump.
Ao invés de absorver os custos tarifários ou perder pedidos de marcas ocidentais, os fabricantes estão conquistando novos consumidores e mostrando que mesmo pagando taxas de importação, seus produtos são muito mais competitivos do que comprar em lojas dos EUA.
E as pessoas estão ouvindo.
Um aplicativo que facilita o comércio direto com os fabricantes chineses, chamado DHgate, aumentou significativamente sua popularidade, se tornando o terceiro aplicativo mais instalado, foram cerca de 65.100 instalações apenas nos EUA — um aumento de 940% em relação a suas médias recentes.
Além disso, o movimento evidencia como as mídias sociais têm força para transformar o comportamento de compra, estimular o uso de plataformas de comércio internacional e, consequentemente, redesenhar a dinâmica das cadeias de suprimento mundiais.
🛳️ Armadores são os mais expostos à guerra comercial entre EUA-China
Cerca de 30% a 40% das importações transpacíficas estão paralisadas devido à guerra comercial entre os EUA e a China, de acordo com dados informados pela consultoria Linerlytica.
Empresas como Hede, Matson, SeaLead, TS Lines e COSCO estão entre as mais expostas ao impacto imediato, sendo altamente dependentes dos fluxos entre os dois países.
O relatório aponta que as concessões tarifárias dos EUA são insuficientes para restaurar os volumes comerciais na rota transpacífica. As reservas de carga na China caíram entre 30% e 60%, enquanto no restante da Ásia a queda foi de 10% a 20%.
Segundo a Clarksons Research, 6% do comércio internacional de contêineres corresponde às importações dos EUA oriundas da China, agora sujeitas a tarifas de pelo menos 145%. Outros 8% estão sujeitos à tarifa padrão de 10%.
A Sea-Intelligence alerta que transportadoras menores, altamente dependentes da carga de origem chinesa, podem ter de suspender completamente seus serviços durante a guerra comercial, por não conseguirem realocar operações para outros países.
Mundialmente, espera-se que os armadores reduzam o número de portos nos EUA atendidos e redirecionem escalas da China para outros polos asiáticos. A tendência já aparece nas estatísticas: entre 7 e 13 de abril, os portos chineses registraram queda de 6,1% na movimentação de contêineres, segundo o Ministério dos Transportes da China.
🚨 Hapag-Lloyd anuncia aumento geral de frete da Ásia para América Latina
A Hapag-Lloyd divulgou a aplicação de um novo General Rate Increase (GRI) para cargas embarcadas da Ásia com destino à América Latina.
A medida será aplicada a partir de 22 de abril para a maioria dos destinos e a partir de 15 de maio para Porto Rico e Ilhas Virgens Americanas.
O reajuste atinge contêineres de 20 e 40 pés, incluindo os modelos High Cube e NOR de 40 pés:
20’ Dry Container: US$ 500
40’ Dry / High Cube / Non-Operative Reefer: US$ 1.000
Segundo a companhia, as regiões impactadas incluem diversos países da Ásia: China, Japão, Coreia do Sul, Vietnã e Tailândia. E da América Latina: Brasil, México, Chile, Colômbia, Argentina e outros.
📖 Lei da Reciprocidade Econômica é publicada no Diário Oficial da União
Foi sancionada nesta segunda-feira (14), a Lei nº 15.122, também chamada de Lei da Reciprocidade Econômica, que autoriza o Brasil a adotar contramedidas comerciais, de investimentos e de propriedade intelectual contra países ou blocos que imponham barreiras unilaterais prejudiciais à competitividade brasileira.
A iniciativa é uma resposta estratégica sobre as tarifas impostas recentemente por Donald Trump — que aplicou uma tarifa geral de 10% sobre produtos brasileiros, com sobretaxa de 25% sobre aço e alumínio, setores em que o Brasil é um dos principais exportadores para o mercado norte-americano.
Entre os instrumentos previstos, o Executivo poderá restringir importações, suspender concessões e compromissos comerciais e aplicar medidas em acordos internacionais.
As ações deverão ser proporcionais ao impacto econômico sofrido e envolver diálogo com o setor privado.
🇦🇷 Autoridades Alfandegárias da Argentina anunciam paralisação de dois dias
Os funcionários da alfândega Argentina anunciaram uma paralisação parcial dos serviços nos dias 15 e 16 de abril, das 7h às 19h em todo o país, incluindo a aduana da Ponte Tancredo Neves, na fronteira entre Puerto Iguazú e Foz do Iguaçu.
A mobilização, organizada pelo Sindicato Único dos Funcionários Aduaneiros da Argentina (Supara), é motivada pela falta de resposta do governo às demandas da categoria, que enfrenta perdas salariais contínuas devido à ausência de reposição inflacionária.
O Supara também alega que há falta de funcionários em diversos pontos fronteiriços, o que tem aumentado a carga de trabalho e afetado a eficiência dos trâmites aduaneiros.
Durante a paralisação, os aduaneiros permanecerão em seus postos, mas não utilizarão os sistemas informatizados, realizando apenas tarefas urgentes. O sindicato assegura que o trânsito de turistas não será afetado, uma vez que a fiscalização de documentos é responsabilidade da Direção Nacional de Migrações (DNM).
Já o transporte de cargas poderá sofrer atrasos, impactando o setor logístico na região trinacional.
Essa não é a primeira paralisação do grupo. Recentemente, os trabalhadores da Aduana participaram de uma paralisação geral, resultando em longas filas no passo fronteiriço Cristo Redentor, em Mendoza, com esperas superiores a quatro horas.
A situação pode se agravar caso não haja avanços nas negociações com o governo.
Além das datas mencionadas, novas paralisações estão previstas para os dias 29 e 30 de abril.
📦Consolidado de Notícias do Dia
🇧🇷 Brasil
🤝🏼 Facilitando o comércio bilateral
⚔️ Guerra Tarifária
📧Quer receber os próximos envios no seu e-mail?
📢Quer anunciar sua empresa, serviços, eventos ou produtos? Fale conosco.
O que achou da edição de hoje?Conte-nos se conseguimos agregar informação e conhecimento no seu dia. |
Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas. |
Você recebeu esse e-mail porque assina o Follow-Up do Comex
Follow-Up do Comex faz parte do Grupo Invoice®