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Aço taxado, Receita parada e dragão irritado
Tarifa americana atinge aço brasileiro; Receita Federal paralisa operações e China responde EUA com novas barreiras
📉Impacto das novas tarifas americanas no setor siderúrgico brasileiro

O governo dos Estados Unidos estabeleceu uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, medida que afeta significativamente o Brasil, um dos principais fornecedores desses metais para o mercado americano.
Impacto no Brasil
Os Estados Unidos são o destino de 48% das exportações de aço e 16% das exportações de alumínio do Brasil, que totalizaram US$ 5,7 bilhões em vendas para o mercado americano em 2024. O Brasil é o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, atrás apenas do Canadá.
Consequências econômicas
É provável que as tarifas reduzam as exportações brasileiras, provocando a diminuição no preço do aço no mercado interno. Caso as empresas exportadoras não consigam destinar esse aço para outros países, o real poderá se desvalorizar em relação ao dólar. No pior cenário, a produção nacional pode cair e as empresas siderúrgicas podem cortar empregos.
Impacto nas empresas
A Gerdau, pode se beneficiar das tarifas devido às suas instalações de produção nos EUA. Já as empresas que operam no Brasil, como Usiminas e CSN, provavelmente enfrentarão um impacto negativo no volume de produção e preço, por isso podem precisar buscar novos compradores ou aumentar seu abastecimento doméstico - o que, convenhamos, não é uma tarefa simples de se executar. O país já exporta aço para mais de 100 países, e esta pode ser uma oportunidade para expandir esse alcance.
Volume de exportação de aço para os EUA
Em 2024, os fabricantes de aço brasileiros forneceram 4,08 milhões de toneladas de aço para o mercado americano, representando 15,5% do volume total que o país comprou do exterior.
⏳Auditores da Receita pressionam governo com novas ações
O Sindifisco Nacional convocou um ato público para esta terça-feira (11), em frente ao Ministério da Fazenda, como parte da mobilização. A greve tem causado impactos em diversos setores, como no julgamento de processos pelo CARF e nas remessas expressas de importação e exportação.
A categoria espera que o governo receba a Direção Nacional e o Comando Nacional de Mobilização para dar continuidade à reunião realizada em 15 de janeiro, na qual houve sinalização de avanço. Caso não haja avanço, a categoria já programou ações de acirramento a partir desta quarta-feira (12), como o Dia Nacional de Entrega de Cargos em Comissão e de Devolução de Trabalhos e Fiscalizações, além do "desembaraço zero" nas aduanas.
Na segunda-feira (10), representantes do sindicato se reuniram com delegados da Receita Federal, que relataram forte engajamento na greve e sugeriram novas estratégias de mobilização, como a entrega coletiva de cargos e a publicação de um novo manifesto.
🔥China retalia EUA com novas tarifas comerciais e medidas econômicas
China implementou na segunda-feira, 10 de fevereiro, tarifas de 10% a 15% sobre produtos americanos, em resposta às tarifas impostas anteriormente pelo presidente Donald Trump sobre importações chinesas. O país asiático também anunciou novos controles sobre exportações de minerais estratégicos e iniciou uma investigação antimonopólio contra o Google.
As novas tarifas chinesas incluem 15% sobre carvão e gás natural liquefeito, e 10% sobre petróleo bruto, maquinário agrícola e veículos de grande porte. Pequim argumenta que as tarifas americanas, originalmente impostas para combater o tráfico de fentanil, violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Enquanto Trump adiou tarifas similares para Canadá e México, manteve as imposições sobre produtos chineses. Especialistas sugerem que a China busca uma posição de negociação mais forte, embora evitando um conflito comercial em larga escala. Trump indicou interesse em conversar com autoridades chinesas, e alguns analistas consideram as retaliações chinesas como "firmes, mas não agressivas".
Esta tensão comercial remonta ao primeiro mandato de Trump (2017-2021), quando ele impôs tarifas que somavam cerca de 370 bilhões de dólares anuais. Até o momento, não há sinais oficiais de Pequim sobre negociações com os EUA, e o progresso pode depender de um possível contato direto entre Trump e o líder chinês Xi Jinping.
📦Consolidado de Notícias do Dia📦
Congestionamento em Chittagong: Greves de transportadores paralisaram containers, deixando 14 navios na ancoragem e terminais com 80% da capacidade. Depósitos internos operam com o dobro do volume usual. Exportações e importações afetadas, com previsão de duas semanas para normalização.
Redução de Tráfego no Canal do Panamá: Entre setembro de 2024 e janeiro de 2025, a capacidade de navios foi 10% menor que a média de 2019-2022. Graneleiros e petroleiros optam por rotas via Cabo da Boa Esperança. Exportações de grãos dos EUA pelo Pacífico cresceram 21%, reduzindo trânsitos. Já aço e fertilizantes se aproximam dos níveis pré-restrições. Perspectivas para granel seco seguem incertas.
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