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ALERTA: atividades da Alfândega de Santos continuarão paralisadas

Greve na Alfândega de Santos se estende; HMM conclui primeira operação com conhecimento de embarque eletrônico; Sea Intelligence aponta imprevisibilidade nas rotas para a América do Sul; e carga aérea é redirecionada à região em meio à retração transpacífica.

Chegou a sexta-feira... hora de fechar a semana com balanço positivo e lembrar que, no comércio exterior, quem investe em conhecimento nunca fica fora do mercado.

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🖐️ Auditores da Alfândega de Santos decidem continuar com a paralisação

Em reunião realizada nesta quinta-feira (15), os Auditores-Fiscais da Alfândega do Porto de Santos decidiram manter a paralisação iniciada em 12 de maio.  

A unidade seguirá com as atividades suspensas entre os dias 19 e 23.

Os Auditores-Fiscais decidiram que as premissas apresentadas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), no dia 14, não atendem as principais demandas da categoria: reposição pela inflação dos vencimentos da classe e revogação da medida que diminui o valor do bônus de produtividade.

Segundo o Governo, as negociações serão retomadas no início da próxima semana, mas ainda não há data definida para a próxima reunião. Já os Auditores-Fiscais afirmam que, enquanto o governo não apresentar uma proposta que atenda aos pleitos da categoria, a mobilização não só será mantida, como será acirrada.

Porto de Santos - Com a paralisação, os seguintes serviços ficarão totalmente suspensos nesse período: desembaraço e despacho de mercadorias e atendimento ao público. Serão mantidos somente os 30% do efetivo exigido por lei para a liberação de cargas perecíveis, vivas, perigosas, medicamentos e alimentos de consumo de bordo, bem como o cumprimento de decisões judiciais.

Fonte: Alessandra Arnosti – Assessoria de Comunicação da Delegacia da Receita Federal em Santos

→ Novos rumos da greve dos Auditores-Fiscais serão decididos hoje

Nesta sexta-feira (16), uma reunião entre os Auditores-Fiscais está marcada para discutir os próximos passos da greve da categoria, que já completa 171 dias.

O debate terá participação de representantes da Direção Nacional, do Comando Nacional de Mobilização (CNM) e da Mesa Diretora do Conselho de Delegados Sindicais (CDS).

Impactos no comércio exterior

A paralisação que iniciou em 2024 tem causado diversos prejuízos ao comércio exterior. Fizemos um levantamento com os principais impactos noticiados até agora:

INDICADOR

ESTIMATIVA/VALOR 

Atraso médio na liberação aduaneira

Antes: menos de 24h Agora: até 14 dias (durante a greve)

Remessas expressas retidas (dados até fev/2025)

Mais de 75.000 encomendas em terminais alfandegários

Processos aduaneiros atrasados (dados até fev/2025)

100.000 processos pendentes

Empresas industriais com produção afetada (dados até abr/2025)

72% das empresas exportadoras/importadoras consultadas

Importadoras com produção interrompida

Janeiro: 7,8% Abril: 21,2%

Exportadoras com atraso na entrega

Janeiro: 23,4% Abril: 40,2%

Exportadoras com contratos cancelados

Janeiro: 1,8% Abril: 7,6%

Prejuízo econômico acumulado (dados entre dez/2024 e fev/2025)

R$ 9,3 bilhões (cenário conservador) até R$ 19 bilhões (pessimista)

Perdas potenciais na arrecadação federal (dados até mar/2025)

R$ 14,6 bilhões deixaram de ingressar nos cofres públicos

Fontes: Sindifisco, SINDASP, CNI, estimativas divulgadas na imprensa.

📲 HMM celebra transação histórica com Conhecimento de Embarque eletrônico

O comércio internacional deu um passo importante rumo à digitalização completa. A Digital Container Shipping Association (DCSA) anunciou os detalhes da primeira transação bem-sucedida utilizando um Conhecimento de Embarque eletrônico (eBL).

O ebL é interoperável, ou seja, funciona entre diferentes plataformas, configurando um marco para um comércio verdadeiramente sem papel e mais eficiente.

Apesar de alternativas digitais existirem há anos, a adoção do eBL em larga escala sempre foi um desafio. O motivo principal era a fragmentação: cada plataforma digital operava de forma isolada, exigindo que todos os envolvidos numa transação usassem o mesmo sistema.

Essa barreira, segundo estudos da McKinsey & Company, impedia uma economia direta estimada em 6,5 bilhões de dólares e um potencial de aumento de 40 bilhões de dólares no comércio mundial.

Este sucesso, viabilizado pela estrutura de interoperabilidade da DCSA, é visto como um divisor de águas. Empresas participantes do piloto, como HMM e Suzano, celebraram o feito, destacando como a colaboração pode destravar valor e eficiências.

Com este obstáculo superado, a expectativa é que a adoção de eBLs cresça, e novas transações interoperáveis já estão planejadas para breve, envolvendo outras grandes empresas do setor.

🚢 Sea Intelligence detalha previsibilidade de rotas marítimas para América do Sul

Importadores que operam na América do Sul estão lidando com uma questão: a falta de previsibilidade nos prazos de entrega do transporte marítimo. Uma análise recente da Sea Intelligence, utilizando uma métrica conhecida como Intervalo Interquartil (IQR), trouxe alguns dados sobre a situação.

O problema maior não é necessariamente o tempo de trânsito longo, pois este pode ser incorporado ao planejamento da cadeia de suprimentos.

A verdadeira dor de cabeça surge quando os navios chegam antes ou depois da data programada, gerando desde custos inesperados com demurrage e detention até atrasos nas operações logísticas.

O IQR é uma ferramenta que ajuda a visualizar e avaliar justamente esses desvios no tempo de trânsito.

Um IQR menor indica que a maioria dos desvios é pequena e concentrada, resultando em maior previsibilidade. Já um IQR maior aponta para uma dispersão grande, mesmo nas variações mais comuns, complicando o planejamento.

No estudo da Sea Intelligence, que analisou seis das maiores rotas para a América do Sul, a rota da Ásia para a Costa Oeste da América do Sul (WCSA) apresentou o menor IQR (1,01 dias), tornando-se a mais previsível entre as pesquisadas.

Em contrapartida, a rota da Costa Leste da América do Sul (ECSA) para o Norte da Europa (NEUR) registrou o maior IQR (2,69 dias), indicando maior variabilidade e incerteza.

Para os planejadores de cadeias de suprimentos e importadores, analisar o IQR da variabilidade do tempo de trânsito oferece uma visão mais clara sobre a confiabilidade das rotas. Optar por rotas com IQR menor pode significar menos interrupções e operações mais fluidas, mesmo que os tempos de trânsito absolutos sejam um pouco mais longos.

✈️ América do Sul ganha protagonismo na carga aérea em meio à retração transpacífica

A América do Sul deve ganhar protagonismo no setor de carga aérea em meio à redução de capacidade nas rotas transpacíficas, segundo discussões da conferência CNS da IATA, em Miami.

Peter Cerda, da IATA, abordou questões sobre o crescimento do comércio eletrônico na América Latina, enquanto Stephanie Abeler, da Lufthansa Cargo, observou novas oportunidades em mercados sul-americanos.

No entanto, Peter Penseel, da Delta Cargo, alertou que o redirecionamento da capacidade aérea para a América do Sul pode gerar desequilíbrios, como aeronaves ociosas na América do Norte, o que exigirá acompanhamento constante de disponibilidade da capacidade.

O CEO da Latam Cargo, Andrés Bianchi, afirmou que, apesar de menor exposição às mudanças na demanda, a empresa vai precisar monitorar os movimentos da concorrência e seus impactos.

Alguns pontos negativos para a região da América do Sul também foram apontados: Brandon Fried, da Air Forwarders Association, afirmou que o aumento da concorrência e dos investimentos na América do Sul pode levar a um cenário semelhante ao que os Estados Unidos enfrentaram: alta de preços, pressão sobre salários e desafios operacionais.

Contudo, embora Bianchi também tenha expressado preocupações com a infraestrutura regional, se mostrou otimista quanto às oportunidades criadas pelo avanço do comércio eletrônico.

A crescente atratividade da América do Sul para a carga aérea aumenta a competitividade logística na região e pode ser benéfica reduzindo tempo e custos operacionais para o Brasil. No entanto, o país também enfrentará maior pressão por infraestrutura eficiente e mão de obra qualificada.

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