👀 Brasil abre novos mercados, mas ainda enfrenta barreiras para se integrar ao comércio mundial

Nesta terça-feira (14), o Brasil abriu oito novos mercados em três países. A informação foi divulgada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais (SCRI), Luis Rua.

De acordo com Rua, essas foram as aberturas de mercados informadas pelas autoridades sanitárias dos países:

• Uruguai: mudas de oliveiras, eucaliptos e ora-pro-nóbis, tanto para uso farmacêutico quanto para consumo;

• Santa Lúcia: carnes e derivados (como miúdos) de frango, suínos e bovinos;

• Irã: sementes de abobrinha e melancia.

O tarifaço segue pressionando exportadores na busca de novos mercados para lidar com o impasse comercial. Os efeitos das tarifas têm sido diversos: no Ceará, fábricas precisaram cortar gastos, enquanto procuram novos clientes na Europa e na Ásia para escoar seus produtos.

Em Minas Gerais, produtores perderam contratos com os EUA e enviaram amostras a empresas da Noruega e de Dubai, na tentativa de evitar prejuízos. Enquanto isso, as lagostas permanecem estocadas à espera de compradores na China.

O cenário demonstra que redirecionar as exportações dos EUA para outros mercados não é uma tarefa simples e, segundo especialistas, revela falhas na política de comércio exterior brasileira.

Isso porque o Brasil mantém barreiras comerciais relativamente altas, com tarifas médias de 12%.

O Índice de Abertura Comercial, criado pelo Banco Mundial para medir o quanto um país está conectado ao comércio internacional, ficou em 33,85% para o Brasil em 2023. O resultado foi superior ao dos EUA (25%), mas ainda abaixo da média da OCDE, da média mundial e da América Latina.

Os dados indicam um perfil mais protecionista para o Brasil, que busca proteger sua indústria no mercado interno. Contudo, para alguns especialistas, o alto grau de proteção à produção doméstica tem dificultado uma maior integração do Brasil ao mercado internacional.

Especialistas destacam, ainda, que a busca por novos destinos para exportação passa por um longo processo, que inclui um estudo prévio sobre a demanda, custos logísticos, normas tributárias e diferenças culturais, além de adaptações específicas para determinados setores, como o de alimentos.

Produtos perecíveis costumam levar menos tempo, enquanto bens de valor agregado exigem meses ou até um ano.

FUPdate

🤖 WhatsApp lança IA para resumir conversas no Brasil

Por Matheus Ramalho

A Meta anunciou nesta segunda-feira (13) o lançamento do recurso "Resumo de Mensagens" no WhatsApp brasileiro, tornando o país o primeiro a receber a funcionalidade de inteligência artificial em português.

A ferramenta utiliza a Meta AI para compilar automaticamente longas conversas em tópicos organizados, permitindo que os usuários se atualizem rapidamente sem precisar ler cada mensagem individualmente.

O novo sistema funciona analisando mensagens não lidas em chats individuais ou grupos e destacando os pontos mais importantes, incluindo o nome dos participantes para facilitar a identificação de quem disse o quê.

Privacidade?

A Meta garantiu que o recurso opera através de um sistema de "Processamento Privado", uma tecnologia desenvolvida especificamente para proteger a privacidade dos usuários. Segundo a empresa, nem mesmo a própria Meta tem acesso ao conteúdo das mensagens durante o processamento.

A tecnologia utiliza Ambientes de Execução de Confiança (TEE), criando um espaço isolado e seguro para o processamento das informações. "Ninguém mais no chat pode ver que você resumiu as mensagens não lidas."

“Isso significa que a sua privacidade está protegida o tempo todo”, afirmou a desenvolvedora no comunicado de lançamento.

O sistema mantém a criptografia de ponta a ponta do WhatsApp e não armazena dados após a conclusão dos resumos. A Meta também disponibilizará relatórios de segurança para auditoria de especialistas e pesquisadores.

Configuração e Disponibilidade

Por questões de privacidade, o recurso vem desativado por padrão. Para utilizá-lo, você precisa acessar as configurações de bate-papo e ativar manualmente a funcionalidade. Também é possível impedir o uso de IA em conversas específicas pela opção "privacidade avançada de conversas".​

O "Resumo de Mensagens" já estava em testes nos EUA desde junho de 2024, quando foi anunciado oficialmente. A chegada ao Brasil marca a primeira expansão internacional da ferramenta, que faz parte da aparente estratégia de incluir inteligência artificial em tudo o que for possível.

🚛 Setor de transporte critica nova metodologia de rastreamento de agrotóxicos do governo federal

Participantes de audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados criticaram a nova metodologia do Mapa para rastrear o transporte de agrotóxicos.

• Segundo eles, além de a proposta não ter sido discutida com o setor produtivo, pode elevar os custos logísticos.

O diretor jurídico da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Marco Aurélio Ribeiro, disse que o setor já enfrentou problemas semelhantes no estado de São Paulo, onde um sistema de rastreamento elevou custos de forma significativa.

Ribeiro alertou para o risco de aumento de custos em toda a cadeia com o novo sistema.

Já o secretário-executivo do Mapa, Irajá Rezende de Lacerda, defendeu o novo modelo, que deve integrar dados federais, estaduais, municipais e privados por meio de um sistema criptografado com QR code único para cada produto.

De acordo com Lacerda, a padronização das informações permitirá maior eficiência na gestão pública, a inibição de crimes tributários, sanitários e ambientais, além do controle de produtos contrabandeados ou falsificados.

🚢 Atualização semanal dos fretes: tensões comerciais entre China e EUA aumentam

EUA e China começaram nesta terça-feira (14) a cobrar taxas portuárias adicionais sobre embarcações vinculadas ao outro país.

Apesar das medidas, o impacto imediato sobre as transportadoras foi limitado. Empresas chinesas afirmaram que as taxas não afetariam seus cronogramas nem resultariam em sobretaxas para os clientes.

Análises indicam que as taxas aplicadas pela China afetariam apenas cerca de 5% das chamadas portuárias, pois a maioria das transportadoras afetadas deve ajustar as rotas para minimizar a exposição.

Com o cessar-fogo entre Israel e o Hamas, prevê-se o retorno gradual do tráfego de contêineres pelo Mar Vermelho, embora a normalização dependa de um período significativo de estabilidade na região.

Mesmo assim, as taxas oceânicas caíram para níveis próximos aos anteriores à crise do Mar Vermelho:

• As transpacíficas, recuaram cerca de 8%, para US$ 1.400/FEU (Costa Oeste) e US$ 3.000/FEU (Costa Leste). A queda é atribuída à oferta crescente e à redução das importações pelos EUA.

• Na rota Ásia–Europa, as taxas caíram 9%, para US$ 1.747/FEU, reflexo da maior capacidade disponível e da demanda mais fraca, apesar de interrupções trabalhistas.

• As operadoras introduzirão GRIs de cerca de US$ 1.000/FEU para serviços Ásia–Europa em novembro, com algumas empresas anunciando aumentos para a rota Ásia–América também, em uma tentativa de empurrar as taxas para cima diante da temporada de contração da Ásia–Europa.

Contudo, as reduções significativas de capacidade em outubro ainda não conseguiram frear a queda.

No transporte aéreo, as tarifas subiram 19% entre EUA e China, chegando a cerca de US$ 5,30/kg, próximas dos níveis de US$ 7,00/kg registrados há um ano. Na Europa, os preços aumentaram 3%, para US$ 3,92/kg, ainda 5% acima do mesmo período, influenciados por greves na Bélgica e atrasos no frete marítimo.

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