Brasil e China botam álcool na relação — e aquecem o comex

Brasil e China estreitam laços com foco em etanol, energia e infraestrutura, enquanto riscos de recessão e crise no Mar Vermelho pressionam o comércio e a logística mundial.

Brasil assina acordo com China para aumentar exportações de etanol

O governo brasileiro assinou nesta terça-feira (13) um acordo com a Administração Nacional de Energia da República Popular da China (NEA) que possibilita o aumento das exportações do etanol brasileiro ao país asiático e estabelece a criação de um grupo de trabalho entre os dois.

Atualmente, a China está em fase de implementação do E10 na gasolina, que é um tipo de combustível com 10% de etanol em sua mistura.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, o grupo de trabalho terá como foco principal o desenvolvimento e inovação tecnológica de etanol de primeira e segunda geração e seu uso complementar à gasolina em veículos convencionais de motores de combustão interna, híbridos e em motores dedicados.

Em segundo plano, o grupo também deve trabalhar na produção de combustível de aviação sustentável (SAF), sua aplicação como substituto do combustível marítimo (bunker fuel) e como insumo para a produção de bioplásticos.

Durante a viagem à China, o governo brasileiro também firmou uma parceria que prevê aporte de investimentos em sistemas de transmissão de energia elétrica e nuclear, geração renovável, sistemas isolados e informações energéticas com foco na transição energética.

Por último, o intercâmbio entre os países visou o apoio à formulação e harmonização de marcos regulatórios, incentivo a parcerias e investimentos bilaterais e a capacitação técnica e institucional.

🇧🇷 BC avalia que Brasil é o menos afetado pelas tarifas em relação a outros países

Em uma ata divulgada nesta terça-feira (13), a cúpula do Banco Central avaliou que, entre os países afetados pelas tarifas impostas pelos EUA, o Brasil parece ser o menos impactado. Segundo o documento, os efeitos observados na economia brasileira estão mais associados ao ambiente mundial adverso do que diretamente às medidas tarifárias.

O BC avalia que o cenário externo, além de adverso, segue incerto. O choque das tarifas e da incerteza ainda é difícil de ser mensurado, pois envolve um conjunto de fatores que levam a possíveis impactos em cadeias mundiais de produção, e a resposta dos consumidores às mudanças de preços.

Pela demonstração da cúpula do BC, as incertezas já tem provocado mudanças nas decisões de investimento e consumo, porém, ainda é cedo para determinar a magnitude do impacto sobre a economia doméstica.

O documento também aborda que o cenário-base do Comitê nas últimas reuniões, já contemplava duas realidades: um aumento da incerteza e uma deterioração do cenário de crescimento mundial, com desaceleração gradual e ordenada da economia norte-americana.

Porém, o BC afirma que a incerteza se materializou muito maior do que o esperado e, agora o esperado é que a desaceleração da economia norte-americana seja mais acentuada do que o previsto.

🌄 Empresas chinesas participarão do leilão do túnel de Santos

Nesta terça-feira (13), o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, informou que as empresas com quem se reuniu durante a viagem à China vão participar do leilão do túnel Santos-Guarujá que está agendado para o dia 1º de Agosto.

A participação das empresas deve vir na forma de consórcio com companhias brasileiras.

A apresentação do projeto final do túnel Santos-Guarujá será em 5 de junho na sede da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo). É o maior projeto do PAC (Programa de Aceleração de Crescimento), com um orçamento de R$6 bilhões.

No projeto, também está incluído a concessão da dragagem do acesso de navios ao Porto de Santos e obras de mobilidade urbana nos arredores do túnel. A construção deve começar em 2026.

O ministro também mencionou que seus compromissos incluíam esforços para estreitar a relação entre o governo chinês e a fabricante brasileira Embraer. Segundo ele, há interesse por parte da China na aquisição de aeronaves produzidas no Brasil, embora as negociações estejam projetadas para o longo prazo.

🚢 Canal de Suez oferece desconto para atrair navios de volta à rota

O Canal de Suez, no Egito, concederá um desconto de 15% nas taxas de trânsito para navios porta-contêineres ao longo dos próximos três meses. A medida busca incentivar o retorno às rotas pelo Mar Vermelho, após sinais de que a crise na região estaria se dissipando.

As receitas do Canal caíram mais da metade em 2024, depois que grande parte da frota mundial evitou a área para se proteger de ataques dos Houthis — que, em apoio à guerra do Hamas com Israel, passaram a atacar navios no Mar Vermelho.

Recentemente, o presidente dos EUA afirmou que a crise marítima da região estaria chegando ao fim, após um acordo firmado com os Houthis onde Washington deixaria de atacar o grupo em troca da interrupção aos ataques a navios.

Contudo, os Houthis continuaram a disparar mísseis em direção a Israel, provocando respostas militares de Tel Aviv.

Companhias marítimas ainda consideram a travessia de alto risco

Quando questionados, a maioria das companhias alegaram que ainda é muito cedo para qualquer retomada de trânsito no Mar Vermelho. O CEO da Maersk declarou que o retorno a essas rotas seria um ato “irresponsável”, pois o cessar-fogo segue pouco claro.

Lars Jensen, líder da consultoria de transporte de contêineres Vespucci Maritime, disse que 15% é pouco atrativo para levar em consideração na hora da decisão sobre se deve ou não transitar pelo Mar Vermelho nas circunstâncias atuais.

Analistas do setor marítimo do banco de investimentos Jefferies emitiram uma nota aos seus clientes na semana passada, alegando que o fluxo constante de notícias sobre o cenário atual demonstra incerteza e que os riscos envolvidos são muito altos para a retomada das travessias na região.

O Jefferies estima que os desvios de rota tenham reduzido a capacidade mundial entre 11% e 12%, o que representa, na prática, que esses desvios estão tirando capacidade do mercado, o que acaba sustentando os preços dos fretes.

Se o trânsito pelo Mar Vermelho voltasse ao normal, haveria mais capacidade disponível, e os armadores poderiam ter mais dificuldade para manter os preços altos.

🧐 Estoques elevados e risco de recessão nos EUA geram incertezas a alta temporada marítima

As negociações de contratos no transporte marítimo seguem paralisadas. Tradicionalmente a temporada de contratos inicia-se entre 30 de abril a 1º de Maio, contudo, poucos contratos foram fechados até agora.

O atraso pode estar relacionado à insegurança gerada pelas políticas da administração Trump. Embarcadores e agentes de carga estão evitando se comprometer com contratos de longo prazo, preferindo manter flexibilidade diante de um mercado imprevisível.

A avaliação é de que ninguém quer estar preso a termos contratuais rígidos em um momento de tantas incertezas sobre o rumo da economia norte-americana.

A indefinição econômica nos EUA, aliada à crescente desconfiança na capacidade do governo de evitar uma recessão, tem tornado ainda mais difícil a tomada de decisões. Houve um aumento expressivo nos embarques no primeiro trimestre, impulsionado pela tentativa de antecipar as tarifas impostas por Trump, gerando estoques elevados, que agora precisam ser escoados.

A dúvida é se haverá ou não uma alta temporada nos próximos meses. Pois caso a recessão se concretize, o consumo dos estoques acumulados deve se estender por um período mais longo, retardando a retomada dos embarques e a movimentação regular de carga.

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