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Brasil: menor superávit em 3 anos
Brasil-Índia acordam meta de comércio bilateral de US$ 20 bi até 2030. Possíveis novas tarifas ligadas à Rússia podem impactar a economia e HMM divulga interesse em leilão do Tecon 10 no Porto de Santos
Hoje é sexta-feira, antes de começar a leitura do FUP, lembre-se: quem domina a informação, antecipa o risco e transforma incerteza em vantagem competitiva.
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👀 País tem menor superávit para julho em três anos

A balança comercial brasileira ficou positiva em US$ 7,1 bilhões em julho, com o menor superávit para o mês em três anos. E menos 6,3% em relação ao mesmo período de 2024, de acordo com dados divulgados pelo MDIC.
Contudo, os valores exportados e importados foram recordes: as exportações somaram US$ 32,3 bilhões, e as importações, US$ 25,2 bilhões, uma alta de +4,8% e +8,4% ante julho de 2024, respectivamente.
O superávit foi em decorrência de uma queda nos preços de diversos bens com cotação internacional, como soja e minério de ferro.
Do lado das exportações, as de soja, principal produto da agropecuária, tiveram alta de 1,2% em relação a julho de 2024, mas os preços médios caíram 7,1%. Já nas importações, as aquisições de máquinas e motores não elétricos, adubos, fertilizantes e combustíveis puxaram a alta.
Segundo as estimativas do MDIC, a balança comercial em 2025 deve ficar positiva em US$ 50,4 bilhões, queda de 32% em relação a 2024. Mas, essa estimativa será revista porque ela foi divulgada em abril e não considerava a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros nos Estados Unidos.
🤔 Como as tarifas adicionais aos produtos russos podem afetar a economia brasileira?
O presidente norte-americano ameaçou aplicar tarifas adicionais a países que continuarem importando petróleo e fertilizantes da Rússia. A iniciativa ocorre em meio à guerra russo-ucraniana, e a receita obtida com a venda de petróleo e insumos agrícolas ajuda a financiar o conflito pelo lado russo.
O Brasil se destaca entre os principais alvos. Em 2024, mais de 90% do diesel desembarcado nos portos brasileiros veio da Rússia, tornando o país o maior comprador desse combustível.
No caso dos adubos, o cenário é semelhante: o agronegócio nacional importa mais de 85% dos fertilizantes que utiliza, e a Rússia responde por cerca de um quarto desse total.
Com a tarifa de 100% imposta pelos EUA a países que mantêm relações comerciais com a Rússia, o custo do diesel e dos fertilizantes russos praticamente dobra já na origem.
O importador brasileiro paga o valor original à Rússia e a sobretaxa aos Estados Unidos, além de seguro e frete mais caros, que agora incidem sobre uma mercadoria mais valiosa. Para se proteger, ele repassa a despesa ao distribuidor, que acrescenta sua margem e, por fim, a transfere ao posto ou ao produtor rural.
O choque de custos se espalha pela economia. Diesel caro encarece o transporte; adubo caro eleva o custo de produzir soja, milho, café e carne. Como grande parte desses alimentos é exportada, a margem do produtor encolhe; para compensar, ele reduz a oferta ou eleva preços no exterior.
O resultado é uma piora no saldo comercial, onde gastamos mais dólares para importar e recebemos menos ao exportar.
Quando entram menos dólares e saem mais, a moeda norte-americana torna-se mais disputada e tende a se valorizar frente ao real. Um dólar mais alto encarece tudo o que ainda importamos (inclusive novos lotes de diesel e fertilizantes), reforçando o ciclo de alta.
Essa combinação de tarifa, custos crescentes e câmbio pressionado gera inflação de custos: um aumento de preços que nasce no lado da oferta e pesa no bolso de toda a população.
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🤝 Brasil e Índia concordam em aumentar relações comerciais até 2030
Brasil e Índia concordaram em aprofundar suas relações comerciais nesta quinta-feira (7) através de um telefonema entre o presidente do Brasil e o primeiro-ministro da Índia. Durante a conversa, os mandatários propuseram aumentar o comércio bilateral para mais de US$ 20 bilhões até 2030.
Para alcançar essa meta estabelecida, a Índia concordou em ampliar a cobertura — hoje bem limitada — do acordo de comércio preferencial com o Mercosul.
O movimento acontece depois que a Índia se juntou ao Brasil entre as taxas mais altas anunciadas por Donald Trump, de 50%. O tarifaço reforçou o interesse mútuo em ampliar as relações comerciais.
O país, que também é integrante dos Brics, ocupa posição estratégica nos planos do governo federal para diversificar os destinos de exportação.
O governo brasileiro avalia que a Índia, o país mais populoso do mundo e que passou por um processo de industrialização nas últimas duas décadas, ainda é pouco explorada pelos exportadores nacionais.
Atualmente a pauta exportadora para os indianos é pouco diversificada: óleos vegetais, açúcares e petróleo bruto representam mais de 60% do total exportado.
O governo vê margem para ampliar as vendas de: algodão, feijões, etanol, genética bovina, frutas, carne de aves, pescados, café e suco de laranja.
A meta agora é negociar a inclusão de novos produtos no acordo de comércio preferencial com Mercosul, negociar reduções tarifárias e buscar a retirada de barreiras comerciais.
A notícia é promissora para o comércio exterior brasileiro, uma vez que a Índia é a sétima maior importadora do mundo e aparece nas previsões como a possível segunda maior economia do mundo até 2075.
🚢 HMM diz que se juntará à corrida pelo terminal Tecon 10 no Porto de Santos
A principal linha de contêineres da Coreia do Sul, a HMM, informou que está de olho no novo mega-terminal Tecon 10 no porto de Santos, no Brasil. Segundo um porta-voz da empresa, o investimento se alinha com a estratégia da empresa de expandir seus negócios até 2030.
A HMM já opera terminais no porto de Busan, na Coreia do Sul, na Europa e nos EUA, e planeja investir mais US$ 3,04 bilhões em seu projeto de expansão.
Em junho, o governo brasileiro lançou licitações para a concessão de 25 anos para o projeto Tecon 10, que deverá iniciar as operações em 2027. Para reduzir o monopólio das companhias de navegação, os operadores que já operam intalações em Santos estão impedidos de entrar na primeira rodada da licitação do terminal. Eles podem participar apenas da segunda rodada, se nenhum licitante for selecionado no primeiro.
A justiça rejeitou a contestação da Maersk sobre essa restrição em julho, afetando também a participação da MSC e da CMA CGM. A medida permite que empresas como a HMM e outras partes interessadas participem.
A Autoridade Portuária de Santos espera concluir o processo de licitação em dezembro.
Em janeiro, a HMM concordou com a Autoridade Portuária Jawaharlal Nehru da Índia para desenvolver o megaporto de Vadhvan até 2040. E, em junho, a empresa confirmou planos para aumentar o terminal que opera no porto de Algeciras, na Espanha, com a CMA CGM.
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