Brasil pode perder mercado na Ásia

Com as maiores reservas de terras-raras sob disputa com os EUA, exportações brasileiras são ameaçadas na Ásia, Venezuela impõe barreiras comerciais e Argentina amplia compras do Brasil.

📊 Um Gráfico

Maiores reservas de terras-raras do mundo

O assunto está em alta diante da guerra tarifária entre Brasil e Estados Unidos. Estamos empatados em segundo lugar, como o segundo país com as maiores reservas de terras-raras do mundo (gráfico completo aqui), e os Estados Unidos figuram como o principal importador de grande parte.

Terras-raras são definidas como compostos e metais raros usados principalmente como catalisadores, em cerâmicas, vidro, aplicações metalúrgicas, ligas e polimento.

Presente também nas indústrias que possuem eletrônicos, tais como: computadores, smartphones, veículos elétricos e máquinas de alta tecnologia.

  • Nióbio: Os Estados Unidos dependem integralmente das importações deste metal, provenientes exclusivamente do Brasil e Canadá, sendo o primeiro o principal fornecedor. Este metal foi abordado na edição da última sexta-feira.

  • Amianto: O fornecimento de amianto aos EUA vem predominantemente do mercado brasileiro, que atende 91% da demanda americana, compartilhando essa posição apenas com a Rússia.

  • Pedras Dimensionais: Entre os maiores fornecedores desse segmento para os EUA estão China, Itália, Turquia e Brasil, sendo este último responsável por 21% do total de importações americanas, que somam 83%.

  • Alumina: A maior parte da alumina importada pelos Estados Unidos (59%) é fornecida principalmente por Jamaica, Austrália, Canadá e Brasil, com o mercado brasileiro correspondendo a 68% dessas exportações.

  • Silício: Dentre os quatro principais fornecedores deste elemento para os EUA, destaca-se o mercado brasileiro com uma participação expressiva de 38%.

💰Dinheiros e Indicadores

 🇺🇸 R$5,542 ||| 🇪🇺 R$6,500

Há 7 dias R$5,561 |||Há 7 dias R$6,509

30 dias R$5,475 |||30dias R$6,439

365 dias R$5,645 |||365 dias R$6,123

💸Inflação: 5,35% (12 meses) | Meta 3,0%

💰 Selic Atual: 15,00% | 30 dias: 14,75% | 60 dias: 14,25%

🪙Reserva Internacional: Jun/25: US$344.440 | Mai/25: US$341.459 | Abr/25: US$340.789

Balança Comercial parcial:

⬇EXP: US$19.611,1 | ⬆IMP: US$16.003,2 | 🟰Saldo: US$3.608,0

*Dados coletados no Banco Central do Brasil, MDIC sempre do dia anterior.

👀 Acordo dos EUA com a Ásia ameaça exportações brasileiras

A recente ofensiva comercial dos Estados Unidos através de acordos firmados com Japão, Filipinas e Indonésia acende um alerta no comércio exterior brasileiro. A possibilidade de países asiáticos concederem condições privilegiadas aos produtos americanos, como contrapartida à redução do tarifaço de Trump, preocupa especialistas, que veem risco de perda de competitividade, tanto no setor de manufaturados quanto no agronegócio.

  • O acordo com o Japão, por exemplo, prevê tarifas recíprocas de 15% e a exportação de US$ 8 bilhões em produtos agrícolas americanos, incluindo soja, milho e fertilizantes.

Atualmente, 42,7% das exportações brasileiras têm como destino a Ásia, mas esse percentual cai para 14% quando a China é excluída. Cingapura é o único país do sudeste asiático entre os dez principais destinos dos produtos nacionais em 2025.

A pauta exportadora para a região é dominada por commodities de baixo valor agregado — soja, minério de ferro, carne bovina e açúcar —, o que deixa o país vulnerável a flutuações de preços.

E a preocupação aumenta ao perceber que as exportações brasileiras para países asiáticos já vêm perdendo força: as exportações para a China no primeiro semestre foram de US$ 47,68 bilhões, o menor valor em dez anos, enquanto as vendas para o restante da Ásia recuaram de US$ 32,7 bilhões em 2024 para US$ 23,1 bilhões em 2025, em meio a uma demanda internacional mais fraca.

Especialistas apontam ainda dificuldades estruturais na penetração de manufaturados brasileiros na Ásia, como custo logístico elevado e forte concorrência com eletrônicos, máquinas e equipamentos locais.

  • O setor industrial brasileiro também tem resistência a acordos com o sudeste asiático, temendo a entrada de produtos desses países.

Para José Augusto de Castro, da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o Brasil ficará sem margem de manobra se os países asiáticos passarem a importar dos EUA com isenção tarifária, o que exigirá uma postura mais agressiva para disputar espaço nesses mercados.

O professor de economia da Universidade de Brasília, Jorge Arbache, acredita que a saída seria explorar mercados em que o Brasil tem vantagens comparativas em relação aos EUA. “Toda a industrialização da cadeia de alimentos, de minérios e de bioeconomia, além de tudo que é intensivo em energia e os minerais críticos”, exemplifica.

🤨 Venezuela ignora acordo com Brasil e impõe taxas de até 77% sobre exportações

Sem aviso oficial, a Venezuela passou a impor tarifas de importação entre 15% e 77% sobre produtos brasileiros antes isentos, recusando Certificados de Origem e descumprindo o Acordo de Complementação Econômica (ACE 59), assinado em 2014.

A medida impacta diretamente Roraima, que tem a Venezuela como principal parceiro comercial desde 2019 e exportou ao país vizinho US$ 144,6 milhões em 2024, com destaque para farinha, cacau, margarina e cana-de-açúcar.

Eduardo Ostreicher, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Venezuela, avalia que pode se tratar de erro sistêmico ou decisão política e prepara um relatório para a embaixada brasileira em Caracas.

A Fier e o Mdic afirmaram estar acompanhando a situação e buscando diálogo com autoridades, enquanto o Itamaraty ainda não se pronunciou.

🍖 Brasil aumenta vendas para Argentina, inclusive de carnes

Enquanto o Brasil vive pressão comercial com os EUA, a Argentina aumentou em 55,4% a compra de produtos brasileiros no primeiro semestre de 2025, somando US$ 9,1 bilhões.

  • Os principais itens exportados foram veículos de passageiros (21,6%), autopeças (9,7%) e veículos de carga (6,4%). Até produtos tradicionalmente produzidos localmente, como carne bovina, tiveram crescimento expressivo: de US$ 1 milhão para US$ 22,9 milhões.

A participação do Brasil na carne bovina ainda é pequena, mas já começa a ocupar espaço nos supermercados, inclusive com preços mais baixos que os locais. Segundo a imprensa local, em cidades da Patagônia, no sul do país, o quilo da carne brasileira em março chegava a 9.000 pesos argentinos, enquanto a carne argentina custava 22 mil.

A abertura comercial do governo Javier Milei levou as importações argentinas a atingirem 32% do PIB no primeiro trimestre — a maior marca em 135 anos. Houve também um aumento no turismo de compras em cidades de fronteira, como Brasil, Chile e Paraguai.

No entanto, o aumento das importações afetou diretamente as empresas argentinas: 11% das exportadoras deixaram de vender ao exterior e 41,3% das PMEs reportaram queda nas vendas internas.

Há um alerta por especialistas sobre o aumento do desemprego em setores como têxtil e metalúrgico, e economistas apontam que, sem uma reforma tributária, os efeitos sobre a indústria local devem se agravar.

📦Estufado de Notícias

🛃 Aduana e Setor Público

🚂 Logística nacional

✈️ Logística Internacional

🌐Geopolítica

🤝 Negócios

🚚Consolidado de Legislações

Importação No. 066/2025 (*) – Retificação da Notícia Siscomex Importação nº 065/2025

Importação No. 068/2025 (*) – Certificados de Origem Digitais (COD) devem ser apresentados pelo Portal Único Siscomex

Importação No. 067/2025 - Alteração de Tratamento Administrativo do Ibama

RESOLUÇÃO GECEX No. 760, DE 23/JUL/25 - Altera a Resolução Gecex no 512, de 16/ago/23, que dispõe sobre reduções temporárias da alíquota do Imposto de Importação para bens de capital - BK e bens de informática e telecomunicações - BIT sem capacidade de produção nacional equivalente, na condição de Ex- tarifário.

PORTARIA SDA/MAPA No. 1.339, 23/JUL/25 - Submete à Consulta Pública, pelo prazo de 45 dias, a Minuta de Portaria que proíbe a importação, a fabricação, a comercialização e o uso de aditivos melhoradores de desempenho que contenham os antimicrobianos listados no anexo. NR: O respectivo anexo identifica os seguintes ANTIMICROBIANOS: I – AVOPARCINA ; II- BACITRACINA ; III- BACITRACINA DE ZINCO ; IV-BACITRACINA METILENO DISALICILATO – BMD ; V - VIRGINIAMICINA

RETIFICAÇÃO - PORTARIA SECEX No. 414, DE 17/JUL/25 - Altera a Portaria Secex no 72, de 18/dez/20, a qual dispõe sobre as operações amparadas por cotas de exportação.

SOLUÇÃO DE CONSULTA No. 4.027 - SRRF04/DISIT, DE 23/JUL/25 - Assunto: Normas de Administração Tributária - ADICIONAL DE ALÍQUOTA DO ICMS. FUNDO ESTADUAL DE COMBATE À POBREZA E ÀS DESIGUALDADES SOCIAIS. IMPOSSIBILIDADE DE EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DE INCIDÊNCIA DAS CONTRIBUIÇÕES.

RESOLUÇÃO GECEX No. 761, DE 23/JUL/25 - Altera o Anexo IV da Resolução Gecex no 272, de 19/nov/21, a qual altera a NCM e a TEC para adaptação às modificações do SH-2022. NR: Impacta sobre os códigos 1513.29.19 ; 2106.90.90 e 3002.51.00

CIRCULAR No. 59, DE 25/JUL/25 – Dispõe sobre a revisão da medida antidumping de que trata a Portaria SECINT no 4.353, de 1/out/19, publicada no D.O.U. de 2/out/19, aplicada às importações brasileiras de laminados planos de aços inoxidáveis austeníticos tipo 304 (304, 304L e 304H) e de aços inoxidáveis ferríticos tipo 430, laminados a frio, comumente classificadas nos subitens 7219.32.00, 7219.33.00, 7219.34.00, 7219.35.00 e 7220.20.90 da NCM, originárias da China e de Taipé Chinês.

RESOLUÇÃO GECEX No. 763, DE 25/JUL/25 - Encerra a investigação com aplicação de direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 anos, às importações brasileiras de anidrido ftálico, comumente classificadas no subitem 2917.35.00, originárias da República Popular da China.

RESOLUÇÃO GECEX No. 764, DE 25/JUL/25 - Encerra a investigação com aplicação de direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 anos, às importações brasileiras de tubos com costura, de aços inoxidáveis austeníticos graus 304 e 316, comumente classificados nos subitens 7306.40.00 e 7306.90.20, originárias da Índia e Taipé Chinês.

RESOLUÇÃO GECEX No. 773, DE 25/JUL/25 - Prorroga, por um prazo de até 5 anos, a aplicação do direito antidumping definitivo às importações brasileiras de tubos de aço carbono, sem costura, de condução (line pipe), utilizados para oleodutos e gasodutos, comumente classificadas no subitem 7304.19.00, originárias da China.

RESOLUÇÃO GECEX No. 762, DE 25/JUL/25 – Altera a RESOLUÇÃO GECEX No 368, DE 20/JUL/22 – A qual regulamenta a redução da alíquota do Imposto de Importação na condição de Ex-tarifário para autopeças sem produção nacional equivalente, no âmbito do Regime de Autopeças Não Produzidas.

RESOLUÇÃO GECEX No. 766, DE 25/JUL/25 - Altera o Anexo I da Resolução Gecex no 322, de 4/abr/22, a qual revoga e consolida os atos normativos que reduzem temporariamente para 0% as alíquotas do Imposto de Importação incidentes sobre os Bens de Capital que menciona, na condição de Ex-tarifários.

RESOLUÇÃO GECEX No. 767, DE 25/JUL/25 - Altera o Anexo I da Resolução Gecex no 323, de 4/abr/22, a qual revoga e consolida os atos normativos que reduzem temporariamente para 0% as alíquotas do Imposto de Importação incidentes sobre os Bens de Informática e Telecomunicações que menciona, na condição de Ex-tarifários.

RESOLUÇÃO GECEX No. 768, DE 25/JUL/25 - Altera o Anexo Único da Resolução Gecex no 311, de 24/fev/22, a qual reduz as alíquotas do Imposto de Importação incidentes sobre os produtos automotivos sem produção nacional equivalente que menciona, no âmbito do Acordo de Complementação Econômica no 14.

RESOLUÇÃO GECEX No. 769, DE 25/JUL/25 - Revoga Ex-tarifários para Bens de Capital e Bens de Informática e Telecomunicação.

RESOLUÇÃO GECEX No. 770, DE 25/JUL/25 - Altera os Anexos II e V da Resolução Gecex no 272, de 19/nov/21, que alterou a NCM e a TEC para adaptação às modificações do SH-2022. NR: Impacta sobre os códigos 2931.49.14 ; 4707.10.00 e 4707.90.00

RESOLUÇÃO GECEX No. 771, DE 25/JUL/25 - Altera a NCMl e sua correspondente TEC, conforme estabelecido na Resolução no 09/25, do Grupo Mercado Comum do Mercosul, e altera o Anexo I da Resolução Gecex no 272, de 19/nov/21. NR: Impacta sobre os códigos 2309.90.90 ; 7616.90.90 e 9018.90.99

RESOLUÇÃO GECEX No. 772, DE 25/JUL/25 - Altera o Anexo IX da Resolução Gecex no 272, de 19/nov/21, que altera a NCM e a TEC para adaptação às modificações do SH-2022. NR: Impacta sobre o código 2916.12.40

Soluções de Consulta - Assunto: Classificação de Mercadorias. NR: Impacta sobre os códigos 1901.20.10 ; 2106.90.90 ; 2309.10.00 ; 2933.39.25 ; 3403.99.00 ; 4011.90.90 ; 4016.93.00 ; 6505.00.90 ; 8424.20.00 ; 8459.29.00 ; 8514.20.20 ; 8537.10.90 ; 8538.90.90 ; 9102.12.10

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FINANÇAS PESSOAIS: COMO GERIR NOSSAS EMOÇÕES COM O DINHEIRO

78% das famílias se declaram endividadas e 69% dos brasileiros não conseguem poupar dinheiro

Com esses números fica claro que, independente do quanto ganha atualmente no comércio exterior, suas emoções podem comprometer suas finanças pessoais.

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