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BRICS: Brasil negocia R$ 2,7 bi com NDB
O crédito será destinado à infraestrutura e logística brasileira; CPI e IPCA mostram como a inflação nos EUA e no Brasil impacta os juros mundiais, a China aposta no Brasil e deixa os EUA fora do mercado de soja, e a Índia mira desdolarização em seu comércio internacional.
Hoje é sexta-feira. Para os movimentadores da balança comercial, isso significa revisar os indicadores, ajustar as projeções e torcer para que nenhum dado de última hora vire o container no fim do dia 🤯
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💰 Governo negocia com Banco do BRICS R$ 2,7 bilhões para infraestrutura e logística

O governo brasileiro avançou nas negociações com o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco do BRICS, para captação de US$ 500 milhões. Os recursos serão aplicados em projetos de transporte e infraestrutura logística previstos no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
A proposta foi apresentada nesta quinta-feira (14), em Xangai, pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, à presidente do NDB, Dilma Rousseff.
O foco da negociação foi a ampliação de linhas de crédito para projetos nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, com financiamento via Fundos de Desenvolvimento Regional.
A carteira de empreendimentos inclui concessões rodoviárias, terminais ferroviários — como a Transnordestina, a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia de integração Oeste-Leste (Fiol) —, além de hidrovias e portos.
O portfólio encaminhado ao NDB foi elaborado em parceria com a Secretaria Especial do PAC e a Casa Civil, alinhado às diretrizes do banco e com ênfase em projetos voltados à Amazônia.
A meta é selecionar os projetos mais estratégicos até o segundo semestre de 2025, permitindo anunciar novas linhas de financiamento antes da COP30.
Além do NDB, o governo negocia com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial (BM), totalizando US$ 1,833 bilhão em tratativas para infraestrutura logística e portuária brasileira.
🧐 CPI e IPCA: como a inflação nos EUA e no Brasil influencia os juros no mundo
Nesta terça-feira (12), os investidores acompanharam a divulgação de importantes indicadores de inflação referentes ao mês de julho: o CPI, índice de preços ao consumidor nos EUA, e o IPCA, principal termômetro da inflação no Brasil.
A expectativa em relação ao dado norte-americano estava concentrada em compreender os possíveis próximos passos da política monetária e se o Fed iniciaria seu ciclo de corte de juros.
Embora o CPI não seja o indicador oficial usado pelo Fed — que prefere o PCE (Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal) como referência — ele é amplamente monitorado pelo mercado por oferecer uma leitura relevante sobre a trajetória dos preços na economia.
A importância dos dados de inflação dos EUA se dá ao seu efeito de difusão global, especialmente sobre economias emergentes como o Brasil. Um CPI acima do esperado tende a reforçar expectativas de juros mais altos por parte do Fed para conter a inflação.
Esse movimento eleva o rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano e fortalece o dólar, pressionando moedas estrangeiras e provocando saída de capital de outros países. Em contrapartida, uma inflação controlada abre espaço para cortes de juros, o que pode estimular crédito e consumo nos EUA e aumentar o interesse por ativos de mercados emergentes.
No Brasil, o IPCA desempenha função semelhante à do CPI nos EUA, orientando as decisões do Banco Central por meio do Copom.
Um CPI elevado nos EUA pode pressionar o câmbio, encarecer importações e acelerar a inflação local, reduzindo a possibilidade de cortes para os juros domésticos, mesmo quando o IPCA está próximo da meta.
Já um CPI em desaceleração, aliado a sinais de flexibilização monetária do Fed, pode abrir espaço para a redução da Selic, especialmente se o IPCA mostrar trajetória benigna.
Os números de julho confirmaram um CPI em linha com as expectativas do mercado, alimentando a possibilidade de início do corte de juros nos EUA já em setembro.
No Brasil, o IPCA veio abaixo do esperado, reforçando que a política monetária restritiva implementada pelo Banco Central está surtindo efeito e que o ciclo de juros altos pode estar próximo do fim.
Indicadores como o CPI e o IPCA não apenas orientam as decisões de política monetária de seus respectivos países, mas também funcionam como termômetros para o fluxo mundial de capitais, influenciando câmbio, preços de ativos e condições de crédito em todo o mundo.
Entender sua dinâmica é essencial para compreender como eventos econômicos em um país podem reverberar por todo o sistema financeiro internacional.
👀 China aposta no Brasil e deixa EUA fora do mercado de soja, aponta consultoria
A China reforçou seu abastecimento de soja para os meses de setembro e outubro com compras do Brasil, deixando os EUA de lado nas vendas da nova safra.
Foram adquiridas 8 milhões de toneladas para setembro e 4 milhões para outubro, metade da demanda esperada, todas originárias da América do Sul.
A decisão ocorre em meio à ausência de acordo nas negociações comerciais entre Pequim e Washington e deve aumentar a pressão sobre os preços da soja em Chicago, que já estão próximas das mínimas dos últimos cinco anos.
Tradicionalmente, os EUA concentram suas vendas de soja para a China entre setembro e janeiro, antes da entrada da safra brasileira.
No ano passado, o país asiático importou 105 milhões de toneladas de soja, sendo 22,13 milhões provenientes dos EUA, reforçando a importância do mercado norte-americano nesse período.
🥻 Índia facilita o uso de rupias em acordos comerciais de importação e exportação
Em um movimento para reduzir a dependência do dólar americano, o Reserve Bank of India (RBI) anunciou nesta semana que irá simplificar o processo para os bancos estrangeiros abrirem contas especiais de rupias Vostro (SRVAs), mecanismo utilizado para viabilizar transações comerciais internacionais em rupias indianas (INR).
O SRVA viabiliza o comércio internacional ao permitir transações em rupias indianas (INR). Por meio desse mecanismo, bancos estrangeiros podem manter contas em rupias junto a instituições financeiras indianas, o que possibilita que importadores realizem pagamentos em INR e exportadores recebam diretamente os valores.
Segundo comunicado oficial, os bancos deixam de precisar de aprovação prévia do RBI para abrir contas SRVA para seus correspondentes no exterior. Com a mudança, as transações comerciais podem ser faturadas em INR, com taxas de câmbio definidas pelo mercado e liquidação integral em rupias.
Ao simplificar os procedimentos, o Banco Central da Índia busca incentivar o uso da rupia em transações comerciais e ampliar a integração financeira com os seus parceiros comerciais. Em agosto, o RBI vendeu cerca de US$ 5 bilhões nos mercados onshore e offshore para conter a desvalorização da moeda, após a rupia atingir uma mínima histórica em meio ao aumento das tarifas de Trump sobre produtos indianos para 50%.
O movimento, considerado a intervenção mais agressiva do RBI desde janeiro, ocorre em meio a preocupações de que uma rupia mais desvalorizada possa pressionar a inflação na Índia.
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