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Porto de Manaus: seca eleva custo logístico
Porto de Manaus terá sobretaxa da Hapag-Lloyd de US$ 1.000 por TEU; decisões do Copom e do Fed afetam o comércio internacional, enquanto tarifaço aproxima Brasil e China e impacta o frete internacional
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🥴 Hapag-Lloyd implementará sobretaxa sobre cargas para o Porto de Manaus

A empresa de navegação Hapag-Lloyd anunciou que implementará uma sobretaxa de nível de água baixo (LWS) para cargas originárias ou destinadas ao Porto de Manaus, devido à situação atual do Rio Amazonas.
Segundo a empresa, a Sobretaxa de Água do Mar (SEL) é necessária para compensar o aumento de custos e as complexidades operacionais associadas à navegação em águas fluviais.
O valor será de US$ 1.000 por TEU. Para cargas originárias ou destinadas à Ásia, África, Oriente Médio e Europa, o LWS será aplicado a partir de 21 de agosto de 2025.
Para mercados com origem e destino na América do Norte e América Latina, a sobretaxa será implementada a partir de 1º de setembro de 2025.
A empresa informa que segue monitorando continuamente o nível das águas do Rio Amazonas e que ajustarão a data de entrada em vigor caso a situação tenha se normalizado. Nesse caso, um novo edital será publicado com 30 dias de antecedência.
👀 Como as decisões do Copom e do Fed podem influenciar no comércio internacional
Nesta quarta-feira (30), tivemos importantes decisões de política monetária. No Brasil, o Copom manteve a taxa Selic em 15 % a.a. e sinalizou que esse nível deve perdurar enquanto as variáveis econômicas não permitirem a realização de cortes.
Da mesma forma, nos Estados Unidos, o Fed reiterou a taxa básica de juros no intervalo de 4,25 % – 4,50 % a.a., destacando a incerteza trazida pela política comercial adotada pelo presidente Donald Trump e evitando comprometer-se com reduções na reunião de setembro, como parte do mercado esperava.
Os bancos centrais usam os juros para conter a inflação, mas mudanças nessa variável vão além do controle de preços: elas se espalham por toda a cadeia produtiva e pelo comércio internacional.
O impacto depende do estágio do ciclo econômico — se a atividade está aquecida ou desaquecida e se o ambiente é de confiança ou de incerteza.
O primeiro impacto aparece nos ativos financeiros emitidos em moeda local. Juros mais altos atraem capital estrangeiro, valorizando a moeda. Com a divisa mais forte, os bens produzidos internamente ficam mais caros para compradores externos, enquanto os produtos importados reduzem os preços para o consumidor doméstico.
Esse efeito de apreciação reduz as exportações e aumenta as importações, piorando a balança comercial no curto prazo.
Vale lembrar que o câmbio reage quase de imediato, mas os volumes físicos demoram alguns meses a se ajustar — fenômeno conhecido em economia como efeito J-curve, ou Curva -J, no qual a balança comercial se deteriora primeiro, formando a base da letra “J”, antes de se recuperar; por isso, a balança pode piorar antes de, eventualmente, melhorar.
Além do câmbio, o custo do crédito sobe. Exportadores que precisam financiar produção, seguros de frete e estoque veem as margens encolherem. Importadores, que também dependem de financiamento, podem reduzir a quantidade comprada, ainda que a moeda valorizada barateie o produto em reais.
Uma política monetária contracionista — isto é, voltada a esfriar a economia — também reduz o dinamismo do mercado interno: crédito caro trava consumo e investimento.
A demanda doméstica menor diminui importações; paralelamente, empresas podem redirecionar parte da produção antes vendida aqui para o exterior, tentando compensar a fraqueza local.
Em síntese, mudanças nas taxas de juros afetam o comércio internacional por quatro canais principais: câmbio, custo do crédito, realocação de portfólio (investidores trocam fábricas por títulos de curto prazo) e ritmo da economia.
O canal que predominará depende da pauta de exportação de cada país, da sensibilidade de preços desses produtos e da velocidade com que as variações cambiais se refletem nos preços internos.
Entender esses impactos é fundamental para antecipar os rumos de crescimento de uma nação.
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🧐 Economista aponta que tarifaço tornou Brasil mais importante para China
O reitor e professor do Instituto de Estudos Financeiros da Universidade de Renmin, Wang Wen, avalia que a guerra comercial travada entre os EUA e o resto do mundo, tem feito o Brasil ganhar importância para a China.
A avaliação é sustentada por dados da AGA (Administração Geral das Alfândegas da China). Em maio e junho — meses que a China foi tarifada em 30% pelos EUA — o comércio entre Brasil e China aumentou na comparação com o mesmo período do ano passado.
As tarifas foram um impulso na relação que apresentava recuo nos números no início do ano. Na comparação entre o período de janeiro a abril — os meses antes do “Dia da Libertação” de Donald Trump — o comércio entre Brasil e China registrava um recuo de 18,4%, segundo os dados da AGA.
Para Wen, a imposição das tarifas de 50% ao Brasil pode intensificar ainda mais o comércio entre os países.
O professor afirma que o governo chinês nunca imaginou que se beneficiaria das tarifas americanas sobre o Brasil. Por isso, esse assunto nunca havia sido um tópico de interesse para pesquisadores chineses.
🤝 Acordos tarifários dos EUA aliviam a incerteza, mas mantém custos elevados
Com o fim da pausa tarifária previsto para 1º de agosto, a Casa Branca anunciou alguns acordos comerciais com UE e Japão, reduzindo parte da incerteza no comércio.
Para a UE, o novo pacto fixa tarifas de 15% para a maioria das exportações. O Japão também aceitou a tarifa de 15%, enquanto Vietnã, Indonésia e Filipinas firmaram acordos com tarifas de 20% e 19%.
A instabilidade tarifária ao longo do ano, alterou os padrões de demanda e preços do frete. No transporte marítimo, os fretes transatlânticos se mantêm estáveis em cerca de US$ 1.900/FEU desde maio, apesar da queda de 7% nos volumes em abril após a introdução das tarifas automotivas.
Na rota transpacífica, o corte das tarifas sobre a China de 145% para 30% em maio causou um pico nos fretes (US$ 6.000/FEU), mas os preços caíram para cerca de US$ 2.300/FEU em julho, sem espaço para aumento com a demanda enfraquecida.
No comércio Ásia-Europa, as tarifas de contêineres para o Norte da Europa caíram 4% na semana passada, para US$ 3.419 por FEU, ainda 45% acima dos níveis do final de maio devido à forte demanda na alta temporada e ao congestionamento nos principais portos.
As tarifas Ásia-Mediterrâneo caíram 30% em relação às máximas de meados de junho, para US$ 3.400 por FEU, mais de 55% abaixo da média anual, refletindo o aumento da capacidade da frota e a redução da pressão da demanda.
Para o modal aéreo, o impacto das mudanças tarifárias foi limitado, com poucas operações de antecipação de carga. As tarifas da China para os EUA subiram 3%, para US$ 5,31/kg, enquanto os preços transatlânticos ficaram estáveis em US$ 1,77/kg. Já as tarifas China-Europa subiram 11%, chegando a US$ 3,72/kg.
Mesmo com os acordos trazendo mais previsibilidade, o setor de frete ainda sente os efeitos do adiantamento de embarques no primeiro semestre, e os custos mais altos devem ser repassados ao consumidor.
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