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Colapso logístico após fim da 'de minimis' nos EUA
Comércio internacional de contêineres mantém alta, China reforça agenda comercial no Brics e estudo inédito revela impactos da relação Brasil-China para diferentes empresas
👀 Nova regra americana trava comércio eletrônico mundial e acende alerta sobre os riscos à logística internacional

O governo dos EUA encerrou, em 29 de agosto, a chamada isenção ‘de minimis’, que permitia a entrada de pacotes de até US$ 800 sem cobrança de tarifas. A decisão, provocou um colapso imediato nas remessas internacionais.
De acordo com dados divulgados pela União Postal Universal (UPU), em 6 de setembro, o tráfego postal com destino ao país despencou mais de 80% em apenas um dia.
As novas regras colocaram a responsabilidade pela cobrança e remessa de direitos aduaneiros nas transportadoras ou em entidades aprovadas pela agência US Customs and Border Protection (CBP). As tarifas variam de 10% a 50%, dependendo da origem e do tipo de mercadoria.
Contudo, as transportadoras e companhias aéreas se recusaram a assumir a responsabilidade, alegando não ter capacidade para cumprir as exigências. Segundo a UPU, houve uma redução de 81% no volume total de encomendas.
Até o momento, 88 correios nacionais suspenderam total ou parcialmente seus envios para os EUA, sob a justificativa de não possuírem mecanismos técnicos para atender às novas exigências.
Essas interrupções evidenciam a fragilidade da logística internacional diante de mudanças unilaterais em políticas aduaneiras. A situação serve de alerta para todo o setor.
A UPU, com sede em Berna, na Suíça, enviou uma carta ao secretário de Estado americano alertando sobre os riscos ao comércio eletrônico e à logística mundial. A agência classificou o cenário como uma “grande disrupção operacional”, com possíveis impactos para consumidores, pequenas empresas e inclusive em remessas pessoais.
Agência da ONU cria solução
Para auxiliar na solução do problema e garantir a livre circulação de envios postais, a UPU criou uma calculadora de custos de importação por meio de uma interface de programação de aplicações (API), que pode ser integrada tanto no balcão quanto no varejo.
Os correios conseguem, assim, calcular e cobrar os direitos exigidos dos clientes na origem, garantindo que os envios possam ser processados.
A implementação será gradual entre os 176 operadores postais que utilizam a plataforma Customs Declaration System (CDS), da UPU, que já disponibiliza todas as ferramentas tecnológicas necessárias para manter o fluxo de correspondência.
A ferramenta foi liberada para todos no dia 5 de setembro, mas até o momento não houve atualização sobre a retomada das operações postais pelos países.
🛳️ Volumes de contêineres se mantém fortes em julho no cenário internacional
O comércio mundial de contêineres registrou um aumento de 3,9% em julho deste ano, em relação ao mês anterior, e foi 4,5% maior que no mesmo mês de 2024. A movimentação alcançou cerca de 16,57 milhões de TEUs.
É a primeira vez, segundo os dados da CTS, que os volumes mundiais permanecem acima de 16 milhões de TEUs por três meses consecutivos.
Enquanto a demanda segue firme, os preços continuam em queda. O índice de preços internacionais caiu dois pontos em julho, para 84. Há exatamente um ano, o índice estava em 118.
Importações
As importações subiram ou se mantiveram firmes em todas as regiões durante o mês de julho.
A América do Norte registrou um aumento de 1,4% em relação a junho, marcando um segundo mês de recuperação após quedas no início deste ano. Foi também o primeiro ganho anual da região desde março, apontando para sinais de estabilização.
A Europa também registrou um crescimento sólido, com as importações aumentando 2,87% em julho e 7% no acumulado do ano. Os aumentos vieram principalmente de cargas do Extremo Oriente, do subcontinente indiano e do Oriente Médio.
A África Subsaariana liderou o ranking de crescimento, com um aumento de 16% no acumulado do ano, alimentado pelas importações do Extremo Oriente.
O subcontinente indiano, o Oriente Médio, a América do Sul e a América Central também registraram alta superior a 8%.
Exportações
As exportações cresceram em todas as regiões, exceto na América do Norte, onde os volumes caíram 2% no acumulado do ano e 3% em julho.
O Extremo Oriente atingiu um novo recorde com 10,4 milhões de TEUs em julho, o maior total mensal já registrado pela CTS. Por três meses consecutivos, as exportações da região superaram 10 milhões de TEUs. A maior parte das exportações foi destinada a mercados emergentes no subcontinente indiano, no Oriente Médio, na África Subsaariana e também para a América do Sul e Central.
Os dados mais recentes sugerem que 2025 está estabelecendo um novo patamar para o comércio de contêineres. Mercados menores e emergentes estão absorvendo mais carga e contribuindo para o aumento dos volumes mundiais.
📝 MDIC e CEBC lançam estudo inédito sobre o perfil socioeconômico do comércio Brasil-China
Nesta quarta-feira (10), às 10 horas, o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), em parceria com o MDIC, apresentará o estudo “Perfil Socioeconômico do Comércio Brasil-China: Emprego, renda, gênero e raça nas empresas que comercializam com a China”.
O evento será transmitido on-line pelo canal do YouTube do CEBC.
O estudo analisa os impactos do comércio bilateral no mercado de trabalho e na estrutura empresarial brasileira, com foco em micro, pequenas e médias empresas.
A abertura contará com a participação da secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, e do presidente do CEBC, embaixador Luiz Augusto de Castro Neves.
Em seguida, os autores do estudo e o coordenador-geral de Estudos de Comércio Exterior, Diego Afonso de Castro, apresentarão as principais conclusões da pesquisa. O conteúdo será debatido em um painel com participação de Janaína Batista, diretora do Departamento de Promoção das Exportações e Facilitação do Comércio do MDIC; Ana Lucia Melo, diretora-adjunta do Instituto Ethos; Fernando Ribeiro, coordenador de Estudos em Comércio Internacional do IPEA; e Camila Amigo, analista internacional do CEBC.
Data: Amanhã, quarta-feira (10)
Horário: 10 horas
Inscrições AQUI.
🇨🇳 China apresenta plano multilateral em Cúpula do Brics
O presidente chinês, Xi Jinping, apresentou um plano para a defesa do multilateralismo e o fortalecimento da cooperação entre os integrantes do Brics, durante uma cúpula virtual realizada nesta segunda-feira (8).
Em sua declaração intitulada Avançando em Solidariedade e Cooperação, Xi apresentou três propostas para que os países do Brics atuem conjuntamente na defesa do multilateralismo e do sistema internacional de comércio.
A primeira proposta foi um apelo aos países participantes para que defendam o multilateralismo, a equidade e a justiça internacionais. Xi defendeu o fortalecimento da democracia nas relações internacionais e o aumento da representatividade dos países do Sul Global. Segundo ele, o sistema de governança mundial deve ser aprimorado por meio de reformas.
A segunda proposta tratou da manutenção da abertura e da cooperação mútua como forma de proteger a ordem econômica e comercial internacional. Xi acrescentou que a globalização econômica é uma tendência irreversível da história e que não há prosperidade possível sem um ambiente de cooperação aberta. Ele afirmou ainda que o sistema multilateral de comércio, com a OMC em seu centro, deve ser preservado, e todas as formas de protecionismo, combatidas.
A terceira proposta visa incentivar os países do Brics a manterem a solidariedade e a cooperação entre si em prol do desenvolvimento comum.
Paralelamente, a China planeja atualizar sua lei comercial com o aumento de barreiras tarifárias, visando fortalecer medidas de retaliação econômica. O projeto permitirá proibições ou restrições comerciais a indivíduos ou organizações estrangeiras consideradas uma ameaça à soberania ou à segurança nacional, segundo a agência oficial Xinhua.
O projeto também prevê a criação de um sistema de “assistência ao ajuste comercial” e a adoção de medidas para estabilizar cadeias de suprimentos, segundo o relatório.
Ainda não há previsão para a aprovação da revisão. Projetos de lei, alterações e emendas na China geralmente passam por três leituras no Legislativo.
As exportações chinesas desaceleraram em agosto, atingindo o nível mais baixo dos últimos seis meses, após a perda de fôlego do impulso gerado pela trégua tarifária com os EUA.
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