Comex de serviços: mudança à vista

E a semana de notícias se encerra com exportações impactadas, logística pressionada e novas ameaças no tráfego marítimo

Reforma Tributária: prefeituras devem começar agora preparação para impactos no comércio exterior

A Reforma Tributária já esta em curso no Brasil e começa a produzir efeitos concretos a partir de 2026. Lisandro Vieira, diretor do Grupo Temático de Internacionalização da ACATE, conselheiro da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil) e diretor da ALES (Tecnologia da Associação Latino-americana de Exportadores de Serviços), afirma que é urgente que os municípios brasileiros comecem a olhar para um setor que representa mais de dois terços do PIB: o comércio exterior de serviços.

  • Hoje, menos de 1% das empresas brasileiras exportam serviços, mesmo desconsiderando os pequenos negócios do Simples Nacional.

Lisandro considera um número preocupante. Ele aponta que dentre os principais motivos para o baixo desempenho do setor, está nosso sistema tributário historicamente complexo e pouco amigável para a exportação e importação de serviços.

A partir de 2026, esse cenário tem perspectivas de melhoras. Com a nova Reforma Tributária, a arrecadação municipal deixará de se basear apenas na emissão de notas fiscais locais e passará a considerar o local de consumo dos serviços.

Hoje, mais de 90% das empresas que importam serviços não recolhem corretamente os tributos devidos, por falta de informação, dificuldade de cumprimento das obrigações acessórias ou mesmo pela complexidade da legislação.

A reforma promete corrigir essa distorção com um sistema de créditos e débitos mais claro, o que deve estimular a conformidade. Mas, para isso, os municípios precisarão se atualizar.

Com a nova sistemática, a empresa só terá crédito tributário se o imposto tiver sido pago na etapa anterior. Isso cria um incentivo direto à conformidade, inclusive na importação de serviços, como no caso de plataformas de inteligência artificial e software adquiridos de fora do país, muitas vezes pagos no cartão de crédito pelas empresas com recolhimento apenas de IOF, deixando de lado outros tributos incidentes.

As prefeituras que souberem mapear e monitorar essas operações sairão na frente na captação de receita.

Do lado das exportações, a reforma também traz uma mudança de paradigma. Hoje, a economia de tributos não compensa os desafios da exportação para a maioria das empresas brasileiras.

Mas com a promessa de alíquotas zeradas sobre serviços exportados, há um incentivo real para que empresas busquem mercados internacionais e expandam suas fronteiras, além da questão dos créditos tributários que poderão ser compensados.

Os municípios que se agilizarem podem se tornar hubs de exportação de serviços, atraindo empresas que buscam essa nova vantagem competitiva.

🐔 China suspende importações de produtos avícolas da Argentina sem explicações

A China suspendeu nesta quinta-feira (21) as importações de produtos avícolas da Argentina, apenas cinco meses após o fim de um embargo anterior que durou dois anos. O comunicado oficial não apresentou justificativas nem prazo para retomada das compras, e autoridades chinesas não responderam a pedidos de esclarecimento.

  • A suspensão anterior havia sido imposta após a detecção de gripe aviária altamente patogênica na Argentina.

Além da Argentina, a China também bloqueou importações avícolas do Brasil desde maio e da Espanha em agosto, citando surtos de gripe aviária. De janeiro a julho de 2025, a China importou 226.013 toneladas de carne de aves — queda de 2% em relação ao mesmo período de 2024 — concentradas em pés de frango, asas e pedaços com osso.

Segundo a analista sênior de proteína animal, Pan Chenjun, do Rabobank, a medida pode contribuir para sustentar os preços de alguns produtos avícolas, mas o impacto deve ser limitado diante do excedente interno e pelas dificuldades financeiras que o setor enfrenta atualmente.

Sem China, exportação de frango do Brasil recuará em 2025 após gripe aviária

A ABPA estimou que a exportação de carne de frango do Brasil em 2025 deve alcançar 5,2 milhões de toneladas, uma queda de 2% em relação ao recorde de 5,295 milhões em 2024, devido à suspensão de compras por China, União Europeia e Chile após um foco de gripe aviária em maio.

A retomada de exportações para China e Europa poderia reverter a queda, segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Contudo, o país ainda não tem sinalização da reabertura da China e da União Europeia, somente o Chile está próximo de voltar a comprar o produto brasileiro, com possibilidade de um anúncio nesta semana, segundo a ABPA.

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👀 Minério de Ferro do Brasil impulsiona demanda e preços de frete marítimo em 2025

Um relatório emitido pela Bimco (Baltic and International Maritime Council) divulgou que o Brasil — segundo maior exportador de minério de ferro do mundo — tem desempenhado um papel central no aumento da movimentação de cargas.

A demanda crescente, principalmente da Ásia e da Europa, tem levado a um ajuste nas rotas e operações de transporte. Esse cenário está gerando efeitos em cadeia, que influenciam tanto os custos de transporte quanto os valores do frete marítimo.

Com o aumento das exportações de minério de ferro, os fretes marítimos se tornaram uma fator determinante no custo total das operações de exportação.

A alta demanda tem pressionado os preços, especialmente para os graneleiros que transportam grandes volumes, além de otimizar o uso de navios com maior capacidade. O resultado é uma tendência de valorização dos fretes, que também reflete as rápidas mudanças no mercado e os ajustes necessários por parte dos operadores e exportadores.

🏴‍☠️ Relatório de Pirataria da IMO: vinte e dois incidentes em junho de 2025

A Organização Marítima Internacional (IMO) divulgou seu relatório mensal de pirataria referente a junho de 2025. Ao todo foram 22 incidentes de pirataria e assalto à mão armada contra navios.

A maioria dos incidentes ocorreram na faixa leste do Esquema de Separação de Tráfego (TSS), perto de águas indonésias. Os criminosos estavam armados com facas ou outras armas afiadas e tinham como alvo embarcações em movimento.

Em muitos casos, os piratas conseguiram embarcar pelos conveses de popa ou pelos pontos de acesso à sala de máquinas. Embora não tenham sido relatados feridos, a presença dos criminosos armados tem criado um ambiente de alto risco na região.

  • Em uma ocorrência, os criminosos roubaram com sucesso sucata de uma barcaça antes de escapar.

O relatório aponta que, o uso eficaz de alarmes gerais, patrulhas de vigia e exercícios rápidos de reunião de tripulação foram essenciais para garantir a segurança e minimizar as perdas.

Esses incidentes ressaltam os riscos crescentes para as embarcações que transitam pelas águas do Sudeste Asiático. Embora a maioria das tentativas não tenha resultado em roubo ou ferimentos, a persistência dos perpetradores destaca a necessidade de vigilância constante.

Treinamento regular da tripulação, vigilância eficaz e relatórios constantes às autoridades competentes continuam sendo essenciais para a proteção dos marítimos e do comércio marítimo.

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