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🤭 EUA x China: o comércio caiu, mas a dependência continua

O governo americano afirma ter reduzido significativamente o comércio com a China. Mas será que essa é a realidade?
Segundo um relatório da McKinsey, de fato houve uma queda nas trocas diretas entre EUA e China desde 2017. No entanto, as transações comerciais com os países da ASEAN aumentaram — e também entre China e ASEAN.
Os países que pertencem a ASEAN são: Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos e Camboja.
Essa movimentação mostra que mudar a geografia das importações é um processo lento. Ainda hoje, cerca de 10% do comércio mundial envolve produtos com um fornecimento altamente concentrado em poucos países.
Alguns exemplos:
→ Minérios de ferro (Austrália e Brasil)
→ Laptops e smartphones (China)
→ Ímãs permanentes (China)
→ Máquinas para produção de semicondutores (Japão)
Diante dessa realidade, encontrar fornecedores alternativos não é tão simples.
É por isso que mesmo com a queda de 6% nas importações americanas de produtos chineses — entre 2017 e 2024 — o valor agregado vindo da China não caiu na mesma proporção.
O que se observa é a triangulação: produtos chineses seguem sendo usados como base em países como Vietnã, que depois exportam os bens finalizados aos EUA.
O Vietnã, aliás, virou o principal destino da demanda americana antes absorvida pela China. Mas, grande parte das suas exportações incorporou insumos fabricados em território chinês.
Em 2023, cerca de 25% do valor das exportações vietnamitas de eletrônicos eram de mercadorias produzidas originalmente na China — contra 10% em 2015.
Em 2024, os países da ASEAN se tornaram os principais parceiros comerciais da China, fortalecendo ainda mais esse elo indireto.
Isso significa que, na realidade, a dependência americana da China não desapareceu, mas ganhou intermediários.
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