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Exportações de carne ao México saltam 420%
E tornam o país o segundo maior importador de carne brasileira. Também nesta edição: riscos logísticos, efeito BYD e ajustes nas rotas da Hapag-Lloyd.
🍖 México ultrapassa EUA e se torna 2º maior comprador de carne brasileira

A tarifa de 50% imposta por Trump freou vendas aos norte-americanos, mas abriu espaço para expansão do mercado. Em 2025, o México aumentou sua importação de carne bovina brasileira, tornando-se o segundo maior importador do produto, atrás apenas da China.
Nos últimos meses, o volume exportado ao mercado mexicano saltou de 3,1 mil para 16,1 mil toneladas, um crescimento expressivo de 420%.
Segundo dados do MDIC, as exportações gerais de carne bovina brasileira continuam crescendo:
Em junho, o país exportou 241 mil toneladas, o equivalente a US$ 1,3 bilhão.
No acumulado de julho, os números preliminares indicam alta de 56,5% em relação ao mesmo mês de 2024, impulsionando inclusive as exportações totais do país, que cresceram 3% no período.
Nos EUA, a retração no mercado americano vem acontecendo desde as primeiras tarifas anunciadas em abril — quando o Brasil foi taxado em 10%. Antes do tarifaço, os EUA importaram 44,1 mil toneladas do Brasil, em junho, esse número despencou para 13,4 mil toneladas, uma queda de 67%.
Além do México, a China — principal importadora de carne brasileira — segue abrindo mais espaço para o produto. Em junho, o país comprou 134,4 mil toneladas, movimentando 739,9 milhões, uma alta de 64% em relação a janeiro.
Especialistas apontam que, mesmo com o cenário adverso nos EUA, a diversificação de mercados e a força de demanda chinesa e mexicana devem sustentar o desempenho positivo das exportações brasileiras nos próximos meses.
Exportadores de carne bovina apostam em isenção
Fontes do segmento afirmam que importadores americanos estão tentando inserir a proteína na lista de produtos isentos da tarifa de 50%. Eles relataram a empresários brasileiros que estão em diálogo contínuo com o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), além de manter articulação com comissões do Congresso americano.
Outra estratégia aplicada pelos importadores é atuar na mídia americana para explicar a relevância dos negócios com o Brasil, diante da baixa oferta de bovinos para abate nos EUA atualmente.
🎠 Contêineres são o novo cavalo de Troia em conflitos internacionais
Um relatório publicado pela Dryad Global aponta para uma ameaça emergente de contêineres armados, os chamados Trojan cargo (carga de tróia) e seus impactos para a segurança no transporte marítimo mundial.
Em 1º de junho, a Ucrânia realizou um ataque com drones sem precedentes: 117 drones, ocultos dentro de contêineres padrão de 40 pés, foram transportados por caminhoneiros civis, que desconheciam seu conteúdo, Rússia a dentro. Quando posicionados, disparadores remotos liberaram os drones que atacaram cinco regiões.
A tática utilizada foi um recado para o comércio internacional: a infraestrutura logística civil agora pode ser convertida em plataforma de ataque.
Com isso, os analistas da Dryad passaram a analisar como os drones podem ser camuflados em cargas legítimas, transportados por cadeias logísticas internacionais e lançados de forma autônoma em seus alvos. O relatório destacou três implicações centrais para as operações marítimas:
Portos e navios na linha de frente: com milhões de contêineres sendo processados todos os anos, é quase impossível que grandes portos possam diferenciar cargas inofensivas de sistemas armados sem paralisar suas operações.
Protocolos de inspeção estão obsoletos: a maioria dos regimes atuais de inspeção baseia-se em verificações aleatórias e análise documental, o que deixa grandes lacunas no controle. A semelhança técnica entre um contêiner comum e um armado expõe portos e armadores a riscos expressivos.
Drones se tornaram essenciais em conflitos: esses dispositivos são considerados armamentos de baixo custo, descartáveis, e estão sendo utilizados para destruir ativos bilionários. Governos e grupos rebeldes — como os Houthis — estão adotando rapidamente a tática do contêiner armado.
O uso da carga de tróia sinaliza um novo capítulo nos desafios mundiais de segurança do transporte marítimo, onde a infraestrutura comercial e a guerra podem se entrelaçar perigosamente.
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🚘 Como a BYD modela o comércio internacional?
Ao longo dos anos a indústria automobilística vem se revolucionando. Isso não está relacionado apenas ao design dos modelos, mas também às tecnologias empregadas na sua construção. Nos últimos anos, o destaque tem sido os carros elétricos, impulsionados pela ascensão da BYD, empresa fundada há pouco mais de 20 anos em Shenzhen.
Segundo a Reuters, a montadora vendeu 4,27 milhões de veículos em 2024; já a Agência Internacional de Energia (IEA) estima que, no mesmo período, foram comercializados 17 milhões de elétricos no mundo.
Ou seja, quase um em cada quatro veículos plug‑in (veículos que combinam um motor a combustão interna e um motor elétrico) saiu das linhas da BYD.
Sempre que a empresa despacha seus modelos mais baratos ao exterior, três variáveis centrais da economia do país‑destino se alteram ao mesmo tempo: câmbio, inflação e juros.
Câmbio – Para manter preços competitivos, a BYD fixa boa parte de seus custos em dólar por meio de operações de hedge, que seriam mecanismos de proteção cambial. Dessa forma, se o yuan se valoriza ou desvaloriza, o valor do carro quase não varia. Além disso, o pagamento dessas importações amplia a oferta de dólares no mercado local, ajudando a segurar a cotação da moeda nacional.
Inflação – Com a possibilidade de ofertar veículos até 30 % mais baratos, a BYD força seus concorrentes a reduzir margens, derrubando o preço médio dos bens duráveis. Esse alívio se espalha pela cadeia: peças, seguros e até o custo do transporte por aplicativo tendem a ceder, contribuindo para conter a inflação ao consumidor.
Juros – Com preços mais comportados, o banco central ganha espaço para reduzir a taxa básica. Contudo, a história não termina aí. A produção recorde da BYD aumenta a demanda global por aço, lítio, cobre, energia e frete marítimo — insumos cotados em dólar. Quando essas commodities sobem, investidores passam a exigir rendimentos maiores para financiar governos e empresas, pressionando as curvas de juros internacionais. Surge, então, o paradoxo: o BYD que cabe você pode comprar, indiretamente, encarecer o financiamento de uma casa do outro lado do planeta.
A trajetória da marca chinesa que ganhou destaque nos últimos anos mostra que, em um mundo interligado, um automóvel não é apenas um automóvel. Cada contêiner que sai da China e chega em outro país desencadeia efeitos em cadeia, que vão desde o valor do câmbio até o preço do supermercado.
Entender essas conexões ajuda a decifrar o noticiário econômico e evidencia como o comércio exterior molda o nosso cotidiano e pode influenciar nossas decisões.
🚢 Hapag-Lloyd aumenta a confiabilidade da programação em três serviços na América do Sul
A Hapag-Lloyd aumentou a confiabilidade de suas rotas em três de seus serviços que conectam América do Sul, América Central e Europa, após uma série de modificações em suas rotas de navegação.
O serviço South America WestCoast (SWX) aumentou a confiabilidade de 53% para 96% em julho e, ao mesmo tempo, conseguiu reduzir o atraso médio de 57 horas para 6. Entre os ajustes da rota, estão a retirada da escala no Porto de Manzanillo (Panamá), o ajuste nas janelas de atracação em Cartagena e Caucedo, a mudança da chegada de Roterdã para o terminal ECT DDE (Hutchison Port ECT Delta) e a omissão em Le Havre (França) foi estendida.
Na rota Caribbean Express (CES), a confibilidade passou de 23% para 97% em julho, e o atraso médio teve redução de 153 horas para 4. As principais modificações incluíram a substituição de Caucedo por Cartagena para melhorar a conectividade da Guatemala e Honduras, o London Gateway foi substituído por Felixstowe devido ao congestionamento do terminal e Rotterdam foi removido da rota.
O serviço Mediterrâneo da Costa Oeste da América do Sul (MSW) teve sua confiabilidade aumentada de 61% para 90% em julho, ao mesmo tempo em que reduziu o atraso médio de 40 horas para 12. Suas atualizações abrangeram a remoção de Tânger, Salerno e Civitavecchia da rota, a adição da Vigo, as escalas em Caucedo e Cartagena foram ajustadas, e as escalas em Vigo, Málaga e Valência adicionaram um dia extra.
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