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Fretes: o que mudou na semana
Conversas Brasil–EUA avançam, EUA saem do maior shutdown da história, presença brasileira é destaque na CIIE e debate sobre IA no ambiente corporativo entra em cena
📈 Panorama semanal dos fretes

O mercado de transporte marítimo enfrenta uma rotina de demanda fraca, mas com aumentos tarifários programados.
No trecho Ásia–EUA, os fretes registraram alta de 48%, chegando a aproximadamente US$ 3.000 por FEU para a costa oeste.
No corredor Ásia–Europa, houve acréscimo de 9%, com valor médio de US$ 2.500 por FEU, e, no Mediterrâneo, o patamar ficou em US$ 2.837 por FEU após elevação de 24%.
Algumas operadoras anunciaram um aumento geral de tarifas (GRIs) no meio do mês, com o objetivo de elevar as taxas para US$ 3.000/FEU na rota Ásia–Europa, à medida que a temporada de licitação de contratos de longo prazo começa para esta faixa.
Por outro lado, segundo relatório da Linerlytica, os volumes na rota Transpacífica caíram cerca de 7,2% em outubro ante o ano anterior — o que pressiona os fretes para baixo, mesmo com as empresas querendo aumentar as tarifas.
Isso porque, além do desafio da baixa demanda, as transportadoras também estão lutando contra o crescimento contínuo da frota e a supercapacidade.
Embora os desvios pelo Mar Vermelho no ano passado tenham mantido as tarifas bem acima da média histórica, o índice mensal internacional ficou no nível mais baixo desde março, mesmo com o aumento dos volumes em 2025.
Um retorno do tráfego de contêineres para o Mar Vermelho, após um período de transição, aumentará ainda mais o excesso de oferta.
No modal aéreo, as taxas China–EUA aumentaram 4%, para US$ 6,30/kg na semana passada, enquanto as taxas China–Europa se mantiveram no mesmo patamar de 2024, em US$ 3,92/kg.
No Brasil, o frete rodoviário médio recuou pela terceira vez consecutiva, passando de R$ 7,25 para R$ 7,23 por km em outubro — queda de 0,28%, segundo o índice da Edenred Frete. O diesel S-10 manteve média de R$ 6,21 por litro em outubro, sem variação frente a setembro, o que colaborou para a estabilidade dos valores de frete.
Com o avanço da colheita agrícola e a retomada gradual da atividade industrial, o setor de transporte deve manter o atual patamar de preços até o fim do ano.
FUPdate
🤖 Feedback com IA: eficiência ou superficialidade?
Recentemente, a decisão do JPMorgan Chase de permitir que gestores usem ferramentas internas de inteligência artificial para redigir avaliações de desempenho reacendeu um debate importante no mundo corporativo.
A medida promete agilidade e organização, mas também levanta uma questão central: como essa tecnologia pode influenciar a forma como líderes pensam, decidem e se relacionam com seus times?
A IA, ao sintetizar dados e oferecer textos prontos, encurta caminhos. E isso merece reflexão. Atalhos cognitivos trazem ganhos imediatos, mas também podem modificar a forma como raciocinamos.
Quando deixamos que a ferramenta monte a estrutura, organize informações e proponha conclusões preliminares, parte do processo mental como a comparação, dúvida e a ponderação, pode ser reduzida.
E, ao raciocinarmos menos profundamente, será que também não vamos resolver problemas de maneira mais superficial?
É claro que delegar etapas ao algoritmo é compreensível, principalmente em uma realidade em que há muita demanda a ser feita, em um curto espaço de tempo. E sim, a IA ajuda a recuperar informações esquecidas e a transformar registros dispersos em algo mais claro.
Porém, fica a dúvida: até que ponto essa fluidez pode nos afastar da prática de lidar com relações reais, cheias de nuances, divergências e desconfortos que exigem presença e escuta?
Outro ponto importante que considero é o senso crítico. Quando uma ferramenta filtra dados e entrega uma narrativa pronta, o gestor pode deixar de questionar critérios ou de aprofundar sua própria percepção — algo essencial para decisões que impactam pessoas.
Nada disso é um chamado para rejeitar a tecnologia. Mas um convite para reflexão: como equilibrar eficiência e profundidade humana? E que tipo de liderança estamos formando ao longo desse caminho?
👀 Brasil e EUA avançam em negociações sobre tarifas comerciais
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, encontrou-se nesta quarta-feira (12) com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Niágara, no Canadá, durante um evento paralelo à reunião do G7.
Segundo informações do Itamaraty, o foco da conversa foi o andamento das discussões bilaterais sobre as tarifas.
Vieira informou que o Brasil tomou a iniciativa e enviou uma proposta de negociação a Washington no dia 4 de novembro, logo após uma reunião virtual entre as equipes técnicas dos dois países.
Os dois ministros concordaram em realizar uma nova reunião presencial em breve, para avaliar o estágio das conversas e buscar um entendimento sobre as medidas tarifárias.
😮💨 Governo americano encerra shutdown
O governo dos Estados Unidos retomou suas operações nesta quinta-feira após o mais longo shutdown da história americana: 43 dias de paralisação que trouxeram consequências para milhões de pessoas.
O sistema de transporte aéreo foi duramente afetado, com milhares de voos cancelados devido às altas taxas de ausência entre controladores de tráfego aéreo. Com o encerramento da paralisação, o sistema de viagens aéreas já começou a voltar à normalidade.
Mais de 1 milhão de trabalhadores federais ficaram sem receber salários por mais de um mês. Centenas de milhares foram forçados a trabalhar sem pagamento, enquanto outros considerados não essenciais foram proibidos de comparecer ao trabalho.
O shutdown também impediu a divulgação de dados econômicos importantes, deixando investidores e o Federal Reserve operando no escuro ao avaliar a economia.
Agora, o acordo temporário restaura as operações governamentais, reverte algumas demissões federais e introduz novas proteções trabalhistas. Porém, financia o governo apenas até 30 de janeiro, levantando a possibilidade de outro shutdown no início de 2026.
✨ Brasil brilha na feira de importação de Xangai
O Brasil marcou forte presença na 8ª Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), realizada em Xangai entre 5 e 10 de novembro. Coordenada pela ApexBrasil, a delegação brasileira reuniu 37 empresas de alimentos e bebidas, com expectativa de movimentar mais de US$ 280 milhões.
“O pavilhão do Brasil encantou o público com churrasco, açaí, café e até o simpático capivara. Milhares de visitantes mergulharam na cultura e no sabor do Brasil”, destacou a Embaixada da China no Brasil.
O país montou dois pavilhões: um focado em exportações, destacando carne bovina, café, açaí e panificação, e outro voltado a experiências sensoriais e culturais, com degustações e parcerias com marcas chinesas populares como Mixue e Luckin Coffee.
O café brasileiro roubou a cena. A marca Unique, de Minas Gerais, conquistou os chineses com seu sabor “ácido, floral e frutado”, conforme destacou o jornal Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista da China (PCCh).
Com apoio da distribuidora Kopeng Coffee, a marca expandiu sua presença em cafeterias de Xangai, Guangzhou e Chengdu. E os resultados impressionam: no primeiro semestre de 2025, a China importou 540 mil sacas de café brasileiro — 20% a mais que no ano anterior, batendo recorde histórico.
A CIIE, como um todo, bateu números expressivos: US$ 83,49 bilhões em acordos comerciais (alta de 4,4%) e 4.108 empresas de 138 países participantes.
Além dos negócios, a parceria Brasil-China avança em tecnologia e sustentabilidade. A Unique, por exemplo, planeja importar drones agrícolas chineses para aprimorar suas lavouras, mostrando que a cooperação vai muito além da simples exportação de commodities.
Além disso, a feira reforçou o compromisso chinês com o comércio inclusivo, criando pela primeira vez uma área exclusiva para países menos desenvolvidos.
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