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✍️ Governo lança MP Brasil Soberano para conter efeitos do tarifaço dos EUA

Nesta quarta-feira (13), o presidente do Brasil assinou a Medida Provisória Brasil Soberano, que reúne um conjunto de medidas voltadas à proteção do setor produtivo e exportador brasileiro contra os impactos causados pelo tarifaço de Trump.
Durante a cerimônia, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços destacou que, antes da elaboração final do texto, consultou representantes da indústria, do setor minerador, do agronegócio e das empresas exportadoras brasileiras e americanas para mapear os principais problemas gerados pelas tarifas.
Segundo dados apresentados, oito dos dez principais produtos mais exportados pelos EUA ao Brasil têm tarifa zero.
E o déficit brasileiro também segue em expansão, mesmo antes da vigência das tarifas. Entre janeiro e julho, as exportações brasileiras para o mercado norte-americano cresceram 4,6%, enquanto as importações avançaram 12,7%.
A MP, que entra em vigor no dia de hoje, estabelece as seguintes medidas:
Criação de uma linha de crédito inicial de R$ 30 bilhões, com juros reduzidos, voltada a empresas brasileiras afetadas pelas tarifas. Os recursos virão do Fundo de Garantia às Exportações (FGE), que irá operar para todo o sistema exportador.
Implantação de um sistema de seguro de crédito à exportação, com foco em pequenas e médias empresas, para diminuir o risco de inadimplência e fortalecer a confiança dos exportadores que hoje enfrentam insegurança quanto ao recebimento das vendas externas.
A prorrogação do regime de Drawback por mais um ano, para que os exportadores não percam créditos tributários de futuras importações.
Inclusão de produtos perecíveis que deixaram de ser exportados em compras públicas, com destinação a programas sociais. A medida também prevê maior flexibilidade para que estados e municípios participem dessas aquisições.
Além da MP, o ministro da Fazenda informou que o governo segue monitorando todo o fluxo de exportações brasileiras, inclusive os setores não impactados pelas tarifas.
Ele citou a pressão exercida por Trump sobre outros países para aumentar as compras de soja e algodão dos EUA e afirmou que, caso esses produtos venham a ser atingidos, o governo está preparado para apoiar os exportadores.
A nova reforma tributária também foi abordada, com destaque para os efeitos positivos sobre as exportações.
Através dela, a previsão é que mecanismos como o Drawback e o Reintegra deixem de ser necessários já em 2026, uma vez que todas as operações de exportação estarão isentas de tributos, devido ao fim da cumulatividade de impostos.
Segundo o ministro, o novo sistema da Receita Federal estará apto a entrar em vigor em 1º de janeiro de 2027.
Ao encerrar a cerimônia, o presidente reforçou o compromisso do governo com a abertura de novos mercados para os produtos brasileiros, por meio do diálogo com lideranças internacionais buscando a abertura de novas frentes de negociação.
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