Greve paralisa portos na Europa

Brasil–Índia fortalecem comércio, voos nos EUA sofrem com shutdown e o FUPdate convida à reflexão: até onde vai a fronteira entre o humano e a IA?

🏗️ Greve interrompe operações nos principais portos da Europa

Na tarde de quarta-feira (8) os amarradores de navios do Porto de Roterdã — o maior porto da Europa — iniciaram uma greve de 48 horas para exigir salários mais altos. Ao mesmo tempo, protestos realizados pelos práticos do porto de Antuérpia-Bruges continuam a interromper o tráfego marítimo.

Como os amarradores são os responsáveis por garantir a segurança das embarcações durante as operações, a paralisação significa que nenhum navio poderá ser carregado ou descarregado durante o período de greve, informou o sindicato.

Segundo nota emitida pela Maersk, todos os principais terminais de Roterdã estão sendo afetados pela greve, incluindo os Terminais APM Maasvlakte II, Hutchison Ports Delta II, ECT Delta e Rotterdam World Gateway.

Na Bélgica, os práticos têm protestado contra as reformas previdenciárias federais e estão provocando atrasos significativos em Antuérpia-Bruges, o segundo maior porto da Europa.

Segundo fontes locais, apenas 31 navios foram movimentados em Antuérpia-Bruges na terça-feira; a média diária é de 60 a 80. Na manhã desta quarta-feira, mais de 100 embarcações aguardavam para entrar ou sair do porto, com vários desvios relatados.

As negociações com o governo continuam paralisadas, com ambos os lados aguardando um avanço no diálogo. Os práticos protestam há meses, argumentando que as recentes reformas previdenciárias afetam injustamente seu setor e podem reduzir benefícios futuros.

As greves combinadas em Roterdã e Antuérpia já estão gerando alertas sobre os efeitos colaterais nas cadeias de fornecimento de contêineres e energia do norte da Europa, caso se prolonguem.

FUPdate

🤖 Podem as máquinas imitar os seres humanos a ponto de se tornarem indistinguíveis?

Foi para responder a essa pergunta que, há 75 anos, o matemático Alan Turing concebeu um dos testes mais influentes da computação.

Conhecido como Teste de Turing, ele segue como referência na avaliação de quão “humanas” parecem as respostas de sistemas de inteligência artificial em uma conversa textual.

Proposto em 1950 no artigo “Computing Machinery and Intelligence”, o teste coloca um avaliador humano para conversar, por texto, com dois participantes ocultos: um humano e uma máquina. Se o avaliador não conseguir distinguir com segurança qual é qual, considera-se que a máquina foi aprovada.

A ideia não mede “inteligência” em sentido amplo, mas a capacidade de imitar o comportamento conversacional humano de forma convincente.

Por décadas, nenhum sistema conseguiu resultados consistentes nas versões mais exigentes do experimento. Esse cenário começou a mudar: um estudo publicado em março de 2025 relatou que o ChatGPT (GPT-4.5) foi aprovado em uma versão desafiadora do teste, levando avaliadores a acreditar que interagiam com um humano em 73% dos casos. Outros quatro modelos também teriam alcançado o feito, com taxas menores.

Ao mesmo tempo, novos achados sugerem que “parecer humano” não equivale, necessariamente, a “agir com segurança”.

A Anthropic lançou o Petri, uma ferramenta de avaliação que simula cenários conversacionais para investigar comportamentos de risco em IAs. Em testes iniciais com 14 modelos e 111 cenários, todos exibiram algum traço de desalinhamento, reforçando que problemas podem surgir justamente em interações longas e ricas em contexto.

Os resultados foram organizados em quatro padrões recorrentes: engano (quando o modelo tenta induzir ao erro para atingir objetivos), sicofantia (privilegiar concordância em detrimento de exatidão), busca de poder (tentar ganhar mais acesso ou controle) e falhas de recusa (atender a pedidos que deveriam ser negados).

Mesmo os modelos que se saíram melhor em métricas de “comportamento humano”, mostraram deslizes em situações ambíguas.

Outros achados do estudo ajudam a ilustrar o comportamento dessas IAs: em papéis organizacionais simulados, houve casos de “whistleblowing” sem sentido, com modelos tentando reportar como suspeitas atividades inofensivas, como descarregar água limpa no mar ou adicionar açúcar a balas. Esse tipo de resposta sugere sensibilidade a pistas narrativas, em vez de um julgamento consistente sobre dano real.

Para fechar com um caso do mundo real

Um episódio recente envolvendo uma gigante no setor de consultoria: Um relatório encomendado pelo governo australiano, no valor de 290 mil dólares, precisou ser revisado após a identificação de erros atribuídos à geração por IA, incluindo referências inexistentes e uma citação fictícia de decisão judicial. 

O problema veio à tona depois que um pesquisador alertou a imprensa sobre as inconsistências, como a menção a um livro inexistente atribuído a uma professora da Universidade de Sydney.

O caso reabriu o debate sobre governança e transparência no uso de IA por grandes firmas, num momento em que reguladores no Reino Unido já vinham alertando para lacunas no monitoramento de tecnologias automatizadas nas auditorias. A empresa envolvida informou ter resolvido o assunto diretamente com o cliente, enquanto críticas públicas pediram a devolução integral do valor do relatório e reforço nos controles internos.

🤝 Brasil e Índia avançam em acordos comerciais

Nesta terça-feira (7), representantes dos governos do Brasil e da Índia se reuniram em Nova Delhi para a realização da 7ª Reunião do Mecanismo de Monitoramento do Comércio Bilateral Índia-Brasil (TMM).

O TMM foi criado em 2008 com o objetivo de dar tratamento ágil a aspectos específicos do comércio entre os dois países, removendo barreiras, além de avaliar conjuntamente formas de promover e diversificar o fluxo bilateral de comércio. A 6ª reunião ocorreu em 2023, em Brasília.

O objetivo do encontro foi fortalecer o diálogo econômico entre os dois países e ampliar as trocas comerciais.

Foram tratados temas como o certificado de origem eletrônico; barreiras comerciais para produtos como calçados, feijão e erva-mate; investimentos; propriedade intelectual; cooperação em áreas como energia e assuntos financeiros; além de questões multilaterais, como a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), o comércio internacional na COP-30 e a atuação nos BRICS.

A Índia é um dos maiores parceiros do Brasil na Ásia, mas ainda há grande potencial não explorado para expandir e aprofundar essa parceria. Em 2024, o fluxo comercial entre os dois países atingiu US$ 12,1 bilhões.

👀 Shutdown afeta voos nos EUA

A paralisação do governo federal norte-americano está prejudicando o setor de viagens dos EUA e seus efeitos estão piorando à medida que o impasse no Congresso continua.

Durante esse período de shutdown, os controladores de tráfego aéreo e agentes de segurança ficam sem remuneração. Com isso, muitos profissionais não estão comparecendo aos seus postos de trabalho, deixando menos pessoal para lidar com a demanda.

  • O impasse coincide com o pico da temporada de viagens corporativas, em um momento em que o setor já está lutando para atingir seu potencial máximo.

  • Desde segunda-feira (6) até quarta-feira (8), quase 12 mil atrasos e 200 cancelamentos de voos foram registrados.

A maior paralisação da história dos EUA ocorreu em 2019 e durou 35 dias. Segundo o professor da Universidade de Illinois, Sheldon Jacobson, se isso continuar, os controladores de tráfego aéreo e agentes da TSA ficarão cada vez mais frustrados, cansados e ausentes do trabalho, causando uma grande “erosão do serviço”.

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