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Guangzhou–Chancay: nova rota muda o jogo na América Latina
China expande presença na América do Sul, queda nos portos americanos e Brics ampliam uso de moedas locais.
🚢 Nova rota entre Guangzhou e Chancay aumentará embarques para os portos da América Latina

O maior porto do sul da China, em Guangzhou, implementou uma rota direta para o porto de Chancay, no Peru.
A nova rota encurtará a viagem em cerca de 30 dias e reduzirá os custos logísticos em torno de 20%, além de facilitar a redistribuição de cargas para outros complexos latino-americanos, como Manzanillo, no México, e San Antonio, no Chile.
A abertura da rota ocorreu com a partida do navio porta-contêineres Cosco Volga, carregado com mais de 400 contêineres de eletrodomésticos, autopeças e outros produtos produzidos em Guangdong.
No sentido oposto, a conexão deve aumentar o envio de vinho, frutas e mariscos da costa do Pacífico para o mercado chinês.
Localizado ao norte de Lima e operado por uma subsidiária da Cosco Shipping, o Porto de Chancay iniciou atividades em novembro de 2024, durante a cúpula da APEC, após investimentos iniciais de US$ 1,4 bilhão.
O governo chinês planeja investir mais recursos para transformar Chancay em um hub logístico entre a Ásia e a América do Sul.
🏗️ Porto de Los Angeles vê queda dramática em volumes de carga
O Porto de Los Angeles, principal ponto de entrada de contêineres nos Estados Unidos, projeta uma queda de 35% no fluxo de cargas nas próximas semanas.
A diminuição está relacionada à redução dos embarques provenientes da China, que respondem por cerca de 45% do total movimentado, segundo Gene Seroka, diretor executivo do porto de LA.
O cenário é em decorrência das tarifas de 145% sobre produtos chineses impostas pelo presidente Trump e as retaliatórias de 125% de Pequim.
Ao todo, 20 viagens programadas para maio foram canceladas. A Federação Nacional do Varejo (NRF) projeta que o movimento pode cair para 1,66 milhão de TEUs no mês — um recuo de 20,5% — e siga em declínio até junho, mês que pode registrar o menor volume desde fevereiro de 2023.
Seroka também alerta que os grandes varejistas mantêm estoques suficientes para apenas 5-7 semanas — caso as tarifas persistam, consumidores poderão enfrentar menos opções e preços mais altos, enquanto motoristas, trabalhadores e produtores agrícolas sentirão a redução de demanda ao longo de toda a cadeia de suprimentos.
Já o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, minimizou riscos de novos choques logísticos e afirmou que o setor varejista se preparou para o aumento de impostos.
Ainda assim, Ben Hackett, que produz o relatório Global Port Tracker com a NRF, projeta queda superior a 15% no acumulado anual caso não haja mudança nas negociações comerciais.
👩⚖️Governo realiza hoje 1º leilão portuário de 2025
O Ministério de Portos e Aeroportos, e a Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) realizam nesta quarta-feira (30), o primeiro leilão de arrendamentos portuários de 2025.
Vencerá a disputa a empresa ou grupo que oferecer o maior valor outorga (pagamento ao poder público). A licitação faz parte da estratégia governamental de ampliar a capacidade logística para o escoamento da produção agrícola.
Serão ofertados quatro terminais:
• RDJ11 (Porto do Rio de Janeiro) – contrato de 10 anos, modelo simplificado, voltado a granéis sólidos e carga geral; investimento previsto: R$6,8 milhões.
• PAR14 (Porto de Paranaguá) – 35 anos de concessão para granéis sólidos vegetais como soja, farelo e milho; investimentos previsto: R$1,18 bilhão.
• PAR15 (Paranaguá) – também destinado a granéis vegetais; investimento previsto: R$656,8 milhões ao longo de 35 anos.
• PAR25 (Paranaguá) – foco em granéis vegetais, concessão de 35 anos; investimento previsto: R$216,9 milhões.
🪙 Moedas nacionais já são 65% dos negócios entre Brics
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, informou que os ministros da Economia e chefes dos bancos centrais do bloco seguem encarregados de criar sistemas de pagamento independentes, conforme decidido na cúpula de Kazan, em 2024.
Segundo Lavrov, mais de 65% das transações comerciais entre os membros do bloco já ocorrem em moedas nacionais, reduzindo a participação do dólar a cerca de um terço.
Os planos incluem a criação de um sistema de pagamento transfronteiriço, de um sistema eletrônico de interação em depósitos inter financeiros — o Brics Clear — e a formação de um mecanismo único para o intercâmbio de informações comerciais e econômicas.
Os esforços de desdolarização têm sido alvo de críticas pelo presidente dos Estados Unidos, que ameaçou impor tarifas adicionais aos países do grupo. Em resposta, o chanceler russo defendeu que a Organização Mundial do Comércio permaneça no centro das regras comerciais, mas se adapte às novas circunstâncias.
A reunião terminou com a divulgação da Declaração da Presidência Brasileira, um texto com 62 parágrafos sobre o papel do Sul Global na promoção de um multilateralismo voltado a combater fome, exclusão digital, emergência climática e a conduzir a transição energética.
O texto não foi divulgado como declaração conjunta, já que Etiópia e Egito se recusaram a assiná-lo por divergências em relação ao parágrafo 8. Ainda assim, o documento servirá de base para as discussões entre os líderes em julho, no Rio de Janeiro
Entenda as questões que envolvem o parágrafo 8
No parágrafo 8, os Ministros defendem a reforma do Conselho de Segurança da ONU para aumentar a representação de países em desenvolvimento, como Brasil, Índia e nações africanas, conforme a Declaração de Johanesburgo II de 2023. Reforçam também as demandas históricas da África por mais voz nas decisões internacionais, alinhadas ao Consenso de Ezulwini e à Declaração de Sirte.
O principal ponto de discórdia dos dois países foi a proposta de apoio às candidaturas de Brasil, Índia e África do Sul a assentos permanentes no Conselho de Segurança da ONU.
Egito e Etiópia argumentaram que não havia consenso prévio sobre qual país africano deveria representar o continente no órgão.
Tensões já existentes entre os dois países, como a disputa pela Barragem do Renascimento, também influenciam suas posições nos fóruns internacionais.
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