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Impacto da guerra tarifária pode chegar ao prato do brasileiro
Disputa entre EUA e China pressiona comércio mundial; Brasil pode ver alta no preço da carne.
🤯Guerra tarifária pode aumentar preço das carnes no Brasil

As novas tarifas anunciadas pelos EUA e a retaliação chinesa, com sobretaxa de 34% sobre produtos americanos, deve impulsionar a demanda da China por carnes brasileiras, fortalecendo as exportações do setor e elevando os preços no mercado interno — com impactos na inflação dos alimentos.
Além das taxas, a China decidiu suspender as exportações de frango de cinco empresas norte-americanas, com alegações de problemas sanitários.
Com a escalada das tensões, analistas da Safras & Mercados avaliam um aumento nas exportações de +7% para carne suína, +5,24% para frango e +2,29% para carne bovina previstos para o segundo semestre de 2025.
Essa previsão, embora positiva para o setor exportador, tende a aumentar os preços domésticos e pressionar os índices inflacionários no Brasil.
Mas, segundo Ricardo Santin, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o impacto ao mercado doméstico pode ser minimizado com algumas estratégias de aumento de produção, ou de peso dos animais.
Tensão entre China-EUA aumenta e pode impactar outros setores
Trump anunciou que caso o governo chinês não recue com a retaliação, colocará uma tarifa adicional de 50% sobre as tarifas vigentes, totalizando 104% de tarifas sobre a China.
Após as ameaças, o Ministério do Comércio informou na manhã desta terça-feira, 8, que caso o governo americano amplie a taxação, a China tomará contramedidas para salvaguardar seus próprios direitos e interesses, e irá retaliar ainda mais.
Vale lembrar que durante a primeira guerra comercial entre os dois países, as exportações agrícolas dos EUA para a China caíram drasticamente depois que Pequim impôs tarifas de até 25%.
As tensões recentes têm tarifas maiores, o que pode mexer com o mercado internacional das commodities, pois, além das carnes, a soja, milho, algodão, sorgo e trigo foram as principais exportações dos EUA para a China, com valores expressivos em 2024.
🚘 Impactos no setor automotivo atingem US$1,6bi em exportações do Brasil
As tarifas de 25% impostas por Donald Trump sobre automóveis e autopeças afetam diretamente cerca de US$ 1,6 bilhão em exportações brasileiras aos EUA — principalmente de componentes, já que o volume de veículos montados enviados é baixo.
O segmento de autopeças, que têm os EUA como segundo principal mercado externo, acumulou cerca de US$ 411 milhões em componentes atingidos pela nova barreira comercial apenas entre janeiro e março deste ano.
Vale lembrar que o setor automotivo já havia sido atingido anteriormente por tarifas de 25% sobre aço e alumínio, que seguem em vigor.
Agora o governo brasileiro estuda respostas diplomáticas e comerciais, e prevê uma atuação em duas frentes. De um lado, enviar sinais de que tem meios para retaliação e estaria disposto a adotar contramedidas e, de outro, avaliar o impacto sobre as exportações brasileiras, mapear as possíveis oportunidades e insistir nos contatos bilaterais para estipular cotas para o aço e alumínio.
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🛳️ Tarifas dos EUA impactam demanda por transporte de contêineres
A imposição de tarifas por Donald Trump está levando exportadores asiáticos a cancelar embarques de centenas de contêineres com destino aos EUA — os receptores de carga agora têm medo de ter que pagar preços mais altos pelos produtos.
É o caso de alguns fabricantes de papelão taiwaneses com fábricas no Vietnã, que relataram o cancelamento de 300 contêineres após o anúncio dos EUA sobre a tarifa de 46% ao país, uma taxa de cancelamento cinco vezes maior em relação à primeira disputa comercial entre China e EUA, em 2018.
Com clientes americanos pedindo descontos equivalentes às tarifas — algo considerado inviável pelos fornecedores — muitas fábricas reduziram a jornada de trabalho.
Segundo análise da Linerlytica, o cenário compromete as negociações de contratos para maio e espera-se queda de -1,1% na demanda mundial por contêineres em 2025, reforçando o risco de uma guerra comercial em larga escala.
Peter Sand, chefe da Xeneta, considera que superar os desafios recentes de incerteza no mercado mundial é difícil, mas salienta que os proprietários de carga que conseguirem utilizar as ferramentas certas e estiverem dispostos a adotar novas abordagens para configuração da cadeia de suprimentos e aquisição de carga, sairão mais fortes e preparados para novos embates futuros.
Algumas estratégias foram apontadas pelo analista como essenciais:
Monitore rotas comerciais e tendências do mercado: Tarifas elevaram os custos de importação para os EUA, exigindo que empresas diferenciem frete marítimo vs. custos totais. Com margens reduzidas, negociar bem é crucial, principalmente com a queda nas taxas spot.
Mantenha flexibilidade: Diante de tantas incertezas, é essencial evitar contratos rígidos e explorar novas rotas, fornecedores e opções de fabricação.
Simule cenários alternativos: Empresas devem demonstrar planos de adaptação, usando dados para avaliar novas opções logísticas e de origem, mesmo que investimentos anteriores sejam impactados.
Adapte-se às novas regras: As tarifas mudaram as regras do jogo, agora trata-se também de conformidade criativa. Por exemplo, usar o Brasil como intermediário, levando os produtos para o país, processando-os lá e posteriormente exportá-los aos EUA podem reduzir tarifas e otimizar custos, apesar da complexidade envolvida.
Considere variáveis além das tarifas: Alterar rotas exige avaliar outros fatores, como infraestrutura portuária, capacidade disponível, confiabilidade do cronograma e variações de tarifas entre companhias marítimas.
Avalie o uso de contratos indexados: Contratos ajustados ao mercado ajudam a lidar com a volatilidade, minimizando renegociações e favorecendo o foco estratégico de longo prazo.
Confie na resiliência do comércio: Apesar dos desafios, o comércio mundial demonstrou resiliência durante a pandemia e a crise do Mar Vermelho, hoje mais do que nunca há ferramentas e dados suficientes para enfrentar os desafios e manter suas operações funcionando.
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