Instabilidade no Mar Vermelho redefine demanda de bunkers

China ameaça retaliar países que fechem acordos com EUA que prejudiquem seus interesses, Peru quer intensificar comércio com Mercosul e navios solares roubam a cena

😣 Mar Vermelho volta ao foco e remodela demanda mundial por bunkers

Na noite desta segunda-feira (7), os houthis efetuaram um novo ataque a um navio de carga que navegava a cerca de 50 milhas náuticas a sudoeste do porto de Hodeidah. Horas antes, o grupo havia assumido a responsabilidade pelo ataque ao navio MV Magic Seas, no domingo.

A embarcação Eternity C, com 22 tripulantes a bordo, foi alvo de um ataque com drones e granadas lançadas por ocupantes em lanchas. Dois tripulantes morreram e outros dois ficaram feridos.

As últimas 48 horas marcaram uma drástica mudança no cenário do transporte marítimo no Mar Vermelho, encerrando seis meses de trégua justamente quando os grandes navios começavam a retomar as rotas pela região.

Os conflitos na região têm redesenhado a demanda mundial por bunkers, à medida que um número crescente de navios evita o Mar Vermelho. Grandes portos, como Cingapura, Fujairah e Roterdã, registraram grande aumento nas vendas desse tipo de combustível.

Portos na África e no Mediterrâneo — como Durban, Port Louis, Gibraltar e Ilhas Canárias — também reportaram aumentos nas vendas, com variações entre 30% e 60% em alguns casos. A alta demanda sobrecarregou as cadeias de suprimento locais e a infraestrutura de armazenamento.

A rota mais longa, ao redor do Cabo de Boa Esperança, adiciona cerca de 10 a 14 dias de viagem, aumentando drasticamente o consumo de combustível.

Esse consumo mais alto tem um custo, não apenas nas taxas mais elevadas de emissões de carbono, mas também nos fretes, custos de seguro e atrasos nas entregas. A oferta de contêineres disponíveis também diminui, levando um aumento de preços em todas as redes logísticas mundiais.

🫵 China ameaça retaliar países que fechem acordos que prejudiquem seus interesses

A China advertiu o governo Trump nesta terça-feira (8) contra a reativação das tensões comerciais por meio da restauração de tarifas sobre seus produtos no próximo mês, e ameaçou retaliar nações que firmarem acordos com os Estados Unidos que prejudiquem os interesses chineses.

  • Washington e Pequim haviam chegado a um entendimento comercial em junho, restabelecendo uma trégua.

Na segunda-feira, o presidente Donald Trump começou a notificar parceiros comerciais sobre aumentos significativos nas tarifas dos EUA a partir de 1º de agosto. A China, alvo inicial com tarifas superiores a 100%, tem até 12 de agosto para alcançar um acordo com a Casa Branca e evitar que Trump restabeleça restrições adicionais às importações, impostas durante os confrontos tarifários de abril e maio.

O People’s Daily (Diário do Povo), jornal oficial do Partido Comunista Chinês, fez declarações contra a política tarifária, novamente acusando as tarifas como uma prática de "bullying”.

Essas declarações parecem preparar o terreno para uma nova rodada da guerra tarifária caso Trump mantenha o que o jornal chamou de “um suposto prazo final”.

O jornal chinês também criticou os países que estão negociando acordos com os EUA que prejudiquem a China. Na semana passada, o Vietnã conseguiu reduzir sua tarifa para 20%, ante 46%, em um acordo segundo o qual bens manufaturados e/ou exportados por seu território, que tenham origem em outro país — geralmente originários da China — seriam taxados em 40%.

Segundo o Peterson Institute for International Economics, a tarifa média dos EUA sobre exportações chinesas está em 51,1%, enquanto a tarifa média chinesa sobre produtos americanos é de 32,6%, cobrindo a totalidade do comércio bilateral.

O Yuanhai Kou, maior navio movido à energia solar do mundo, construído pela COSCO Shipping, acaba de completar com sucesso sua viagem inaugural, entregando cerca de 4.000 veículos chineses para a Grécia.

O navio possui um motor de combustível duplo que utiliza gás natural liquefeito (GNL) e óleo combustível, além de um software de carregamento inteligente que melhora a eficiência energética e reduz as emissões.

Equipado com mais de 500 painéis solares, o sistema fotovoltaico (PV) a bordo do Yuanhai Kou é instalado nos conveses superiores. Esses módulos produzem cerca de 410.000 kWh de eletricidade anualmente, ajudando a reduzir o uso de combustível em cerca de 111 toneladas e reduzindo as emissões de CO2 em quase 346 toneladas — o equivalente a quase 38.000 árvores.

  • Com 12 decks de veículos, incluindo 8 andares fixos e 4 móveis, ele é capaz de transportar até 7.000 diferentes tipos de veículos.

Além disso, a tecnologia avançada da transportadora monitora continuamente a localização precisa dos veículos a bordo e fornece alertas precoces em caso de riscos de incêndio.

Em paralelo, a empresa holandesa Wattlab e a gigante alemã HGK Shipping divulgaram o início do serviço de sua primeira embarcação capaz de usar energia solar para propulsão, o Blue Marlin.

O navio conta com 192 painéis solares que fornecerão energia tanto para os sistemas de bordo quanto para os de propulsão, tornando o Blue Marlin o primeiro navio cargueiro do mundo capaz de navegar de forma híbrida com energia solar. 

  • Sob condições ideais os painéis podem gerar até 35kW, o suficiente para suportar o sistema de propulsão.

Seu sistema solar inclui uma plataforma automatizada de gerenciamento de energia que distribui inteligentemente energia elétrica em todos os sistemas, maximizando a eficiência e a economia de combustível.

Esse sistema operará em conjunto com quatro geradores à diesel que alimentam o sistema de propulsão elétrica. Essa configuração totalmente integrada permite a "redução de picos de demanda", onde a combinação de energia solar e baterias evitará a necessidade de acionar um gerador adicional durante períodos de alta demanda.

O navio também é capaz de navegar totalmente a base de energia solar — especialmente quando levemente carregado.

🛍️ Peru busca intensificar comércio com Mercosul

O Peru está empenhado em fortalecer suas relações comerciais com o Mercosul, especialmente após a assinatura do Acordo de Complementação Econômica (ACE) nº 58, que estabelece um marco jurídico para integração econômica e prevê tarifa zero, exceto para açúcar e seus derivados.

  • Em 2024, o comércio do Peru com o bloco somou US$ 8,189 bilhões, sendo o Brasil o principal parceiro, responsável por mais de 61% desse total, seguido por Argentina, Paraguai e Uruguai.

As exportações peruanas para o Mercosul totalizaram US$ 1,901 bilhão, com queda de 3,69% em relação a 2023, impactadas por menor demanda de minerais não metálicos e insumos químicos. Já as importações subiram levemente, atingindo US$ 6,288 bilhões. No comércio bilateral com o Brasil, o valor chegou a US$ 4,931 bilhões.

O Brasil manteve superávit na balança, com importações peruanas atingindo cerca de US$ 3,288 bilhões.

Segundo o governo peruano, o país é destaque como fornecedor de orégano, corantes de cochonilha e azeitonas, além de ocupar a quinta posição entre os maiores exportadores de vestuário ao mercado brasileiro.

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