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Leilão encalha em Santos: TCU adia decisão
China ativa megamina na África e muda jogo do minério; Brasil entra no radar com vigilância portuária; frutos do mar japoneses fora do mercado chinês
🚢 Exportadores e importadores ficam a ver navios: TCU adia decisão sobre leilão em Santos

Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) divergiram sobre as regras impostas pela Antaq para o leilão do megaterminal no Porto de Santos e determinaram o adiamento da decisão para 8 de dezembro.
A divergência veio entre o relator do processo, Antonio Anastasia, que defendeu o leilão aberto e em fase única, e o ministro Bruno Dantas, que votou por manter as restrições.
No entanto, outros dois integrantes do tribunal — Walton Alencar e Jorge Oliveira — anteciparam suas posições e deixaram claro que seguirão o voto de Dantas. Nardes também sinalizou que deve ir na mesma linha.
A decisão não foi bem aceita pelos exportadores. O Cecafé, a Logística Brasil, a AEXA, a ANEA e o Porto Livre Brasil se uniram e divulgaram uma carta aberta em que alertam para o risco de colapso na infraestrutura portuária brasileira, com foco no Porto de Santos.
No documento, eles pressionam o governo federal e os órgãos de controle para que mantenham a realização, ainda em 2025, do leilão do Tecon Santos 10.
O megaterminal é considerado essencial para evitar novos gargalos logísticos, perdas bilionárias e impactos diretos em exportadores, importadores e consumidores.
Leia a íntegra da nota aqui.
👀 China reduz dependência do Brasil com megamina na África
A China iniciou em 2025 a operação da mina de Simandou, na Guiné, o maior projeto de minério de ferro a entrar em funcionamento nesta década. Com capacidade de produção prevista de 120 milhões de toneladas anuais até 2028, o complexo representa cerca de 10% da demanda chinesa e reduz a dependência histórica do país em relação ao Brasil e à Austrália.
Impacto direto sobre o Brasil:
Atualmente, a China importa aproximadamente 1,2 bilhão de toneladas de minério de ferro por ano, representando 71,3% das exportações mundiais. Desse total, 21% vêm do Brasil, enquanto 60% são provenientes da Austrália.
A Vale, principal mineradora brasileira, tem mais de 60% de suas vendas de minério concentradas no mercado chinês.
Com a nova rota africana, a China ganha poder de barganha nas negociações e reduz a concentração de fornecedores. Isso pressiona diretamente a Vale e a BHP (anglo-australiana), que dominaram o mercado por anos.
O projeto de Simandou levou 30 anos para se concretizar, com investimentos de US$ 20 bilhões liderados pela China por meio da Nova Rota da Seda. Empresas chinesas controlam 70% do empreendimento. A Vale chegou a ter participação em 2010, mas não avançou.
Para o Brasil, o movimento sinaliza a necessidade de maior competitividade, melhor logística e fortalecimento das relações comerciais de longo prazo com a China, principal comprador mundial de minério de ferro.
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- Como começou o soft power coreano?
- Ela tornou a Coreia do Sul uma potência mundial?
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Você não está vendo tantos Doramas, K-Pop e filmes como Parasita a toa.
Iniciado na metade dos anos 90 e chamado de Hallyu (onda coreana), o soft power coreano hoje gera 5 dólares de exportação para cada dólar investido em cultura que fortalece o soft power sul coreano.
👨🏻💻 Tecnologia inédita transforma vigilância de navios em tempo real nos Portos do Brasil
O Governo Federal iniciou a implantação do VTMIS, um sistema inédito no Brasil que permitirá vigiar, rastrear e analisar a movimentação de navios em tempo real em alguns dos portos mais movimentados da América Latina.
Com investimento de R$ 380 milhões, a nova tecnologia fortalece a segurança, aumenta a eficiência logística e fortalece a proteção ambiental.
O Vessel Traffic Management Information System (VTMIS) é um sistema equipado com radares marítimos de longo alcance, câmeras de alta definição, sensores infravermelhos para visão noturna, AIS (Automatic Identification System), estações meteorológicas e softwares de processamento avançado.
Ele permite monitorar todas as embarcações em operação, com atualização contínua e precisão milimétrica, além de se integrar com plataformas como VTS e LPS, criando uma malha nacional de inteligência logística.
Com ele, as autoridades portuárias serão capazes de prever janelas de atracação, reduzir colisões, evitar encalhes, otimizar rotas e diminuir custos.
Além da eficiência logística, o VTMIS terá sensores capazes de detectar movimentações suspeitas, embarcações sem identificação e variações abruptas de rota, ajudando no combate ao tráfico de drogas, contrabando, irregularidades ambientais e pesca ilegal.
Sua integração com órgãos como a Marinha do Brasil, Polícia Federal, Receita Federal, Anvisa e autoridades portuárias fortalecerá a atuação interagências.
Até o momento, a tecnologia está prevista para ser implementada nos portos de Santos, Paranaguá, Itaqui e Vila do Conde. Outros portos, como Belém, Santarém, Salvador, Aratu, Manaus e São Francisco do Sul, já estão em análise para futuras expansões do sistema.
🦐 China suspende importação de frutos do mar vindos do Japão
A imprensa japonesa informou nesta quarta-feira (19) que a China suspenderá as importações de frutos do mar japoneses, um movimento que agrava as recentes tensões entre as duas maiores economias asiáticas.
Embora Pequim ainda não tenha confirmado oficialmente a suspensão, o Ministério das Relações Exteriores da China afirmou em nota que “não há mercado para frutos do mar japoneses no clima atual”.
O movimento veio poucos meses após o governo chinês ter revogado uma restrição anterior, emitida em 2023.
A recente crise diplomática aconteceu após comentários relacionados a Taiwan feitos pela nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi. Ela sugeriu que seu país poderia intervir militarmente se Taiwan fosse atacado, sob a justificativa de que o uso da força pela China na ilha seria uma “crise que ameaçaria a sobrevivência do Japão”.
Com o início das tensões, cerca de 500 mil viagens da China para o Japão foram canceladas até o momento, enquanto o Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia do Japão emitiu um aviso orientando os cidadãos japoneses que vivem na China a serem cautelosos e evitar sair sozinhos.
A exportação de frutos-do-mar do Japão à China continental representou 15,6% dos 390 bilhões de ienes (US$ 2,5 bilhões) em vendas do setor em 2023. Em 2022, a fatia era ainda maior, de 22,5%.
A decisão abre uma pequena brecha para o Brasil. Em abril deste ano, a China passou a aceitar uma ampla gama de pescados brasileiros de captura, incluindo moluscos e crustáceos. Embora o Brasil não tenha escala para substituir as vieiras japonesas, há espaço para aumentar as vendas de lagosta, polvo, lula e até mariscos provenientes da pesca extrativa.
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