Mar Vermelho deve impactar frete em 2026

Santa Catarina recebe seu primeiro voo cargueiro internacional, Hapag-Lloyd investe em terminal no Espírito Santo e entenda como utilizar áreas de livre comércio para maximizar benefícios fiscais em 2026

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🔱 Retorno ao Mar Vermelho será um divisor de águas em 2026

Alguns especialistas do setor consideram que o principal fator a se observar em 2026 será a retomada do transporte marítimo pela rota do Mar Vermelho. Isso porque esse movimento deve levar, inicialmente, à congestão nos portos europeus, resultando em aumento tarifário.

Há cerca de dois anos, a maioria dos navios porta-contêineres passou a preferir o desvio pelo Cabo da Boa Esperança em vez da rota pelo Mar Vermelho, devido aos ataques dos houthis na região.

Essa situação se prolongou muito além do previsto e provocou uma recuperação nas taxas de frete de contêineres e nas margens de lucro das companhias de navegação, que haviam registrado queda acentuada após os níveis elevados alcançados durante a pandemia.

O retorno gradual à rota acaba por liberar significativamente a capacidade dos navios, uma vez que o desvio atualmente absorve cerca de 6% da capacidade da frota mundial, além dos frequentes atrasos.

Contudo, a chegada antecipada dos navios deve causar congestionamento portuário, obstruindo terminais de contêineres e provocando atrasos para navios e contêineres vazios em toda a cadeia de suprimentos.

Para mitigar esses efeitos, as empresas de transporte marítimo de contêineres podem cancelar viagens, mas, no geral, as taxas de frete tendem a subir, especialmente se essa mudança coincidir com o Ano Novo Chinês — que será no dia 17 de fevereiro de 2026.

Uma vez estabilizados os horários de navegação, as tarifas devem baixar, já que mais capacidade será liberada enquanto novos navios da extensa carteira de encomendas entram em serviço em 2026.

Ao mesmo tempo, espera-se que o crescimento do volume de contêineres permaneça baixo, pressionando ainda mais a queda nas tarifas.

Esse efeito deve superar a economia nos custos operacionais. A navegação em velocidade reduzida poderá absorver parte do excesso de capacidade, e espera-se que as transportadoras acelerem o desmantelamento de navios mais antigos.

Ainda assim, esse processo levará tempo e não compensará totalmente o excedente.

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🏗️ Hapag-Lloyd investe para adquirir 50% do terminal capixaba Imetame

A Hanseatic Global Terminals (HGT), subsidiária da alemã Hapag-Lloyd, firmou acordo para adquirir 50% das ações da Imetame Logística Porto (ILP), joint venture focada em operações de terminais de contêineres em um novo porto do Espírito Santo.

A parceria entre HGT e o Grupo Imetame visa desenvolver e operar o novo terminal localizado em Aracruz, que é de especial interesse para o setor cafeeiro, já que o Espírito Santo é o maior produtor de grãos canéforas do Brasil.

O terminal deve iniciar operações até meados de 2028, com capacidade anual projetada de aproximadamente 1,2 milhão de TEUs e 750 metros de cais. Com profundidade prevista de 17 metros, a unidade poderá receber navios de grande porte.

O CEO da HGT, Dheeraj Bhatia, destacou que a América Latina é um mercado estratégico para a empresa e para a Hapag-Lloyd.

Os valores da transação não foram divulgados, e o fechamento da operação ainda aguarda a aprovação de autoridades antitruste, reguladores competentes, além de outras condições usuais para esse tipo de transação.

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Relembre conosco nessa retrospectiva do comércio exterior tudo que aconteceu em 2025 e o que esperar para 2026.

👀 Empresas exportadoras: como utilizar áreas de livre comércio para maximizar benefícios fiscais em 2026

As Áreas de Livre Comércio (ALCs), localizadas principalmente no Norte do Brasil, foram criadas para estimular o desenvolvimento regional, incentivar a industrialização e oferecer benefícios fiscais às empresas que operam com exportação.

Muitas empresas exportadoras podem não levar em consideração que a utilização dessas áreas é uma forma legal de reduzir a carga tributária e melhorar a competitividade. Em 2026, elas continuam sendo uma das alternativas mais eficazes para economizar com tributos federais e estaduais.

As ALCs funcionam como mini zonas francas, semelhantes à Zona Franca de Manaus, mas com regras específicas para cada região.

Principais ALCs em atividade no Brasil em 2026:

Boa vista (RR):

  • Empresas podem operar com isenção de IPI, PIS e COFINS na entrada de mercadorias destinadas à industrialização ou revenda;

  • ICMS com carga reduzida, via incentivos estaduais;

  • Imunidade de PIS/COFINS nas receitas de empresas locais (conforme jurisprudência do TRF1).

Macapá e Santana (AP):

  • Produtos importados ou nacionais têm isenção de tributos federais;

  • Fortalecimento da cadeia logística para a Guiana e o Caribe;

  • Estímulo à instalação de distribuidores e operadores logísticos.

Tabatinga (AM), Guajará-Mirim (RO) e Cruzeiro do Sul (AC):

  • Atuam como polos de exportação e industrialização leve;

  • Isenção de impostos federais e incentivos regionais de ICMS;

  • Vantagem para empresas que trabalham com commodities, produtos naturais e logística integrada.

Para empresas que buscam reduzir a carga tributária e melhorar a competitividade no mercado internacional, essas zonas representam uma oportunidade legal e vantajosa, com regimes aduaneiros diferenciados que facilitam as operações de exportação e aumentam as margens de lucro.

✈️ Primeiro voo cargueiro internacional inaugura nova era logística para Santa Catarina

O Aeroporto de Navegantes recebeu o primeiro voo cargueiro internacional de sua história, marcando uma nova era para a região, que historicamente concentra mais de 80% de suas importações via aeroportos de São Paulo.

  • A operação será realizada pela Bringer Air Cargo, utilizando uma aeronave da Latam Cargo, o Boeing 767-300 BCF, com capacidade para transportar até 50 toneladas.

A partir de agora, a rota semanal Miami–Navegantes passa a ser dedicada exclusivamente à importação, oferecendo ao setor produtivo um caminho mais rápido, eficiente e competitivo para a entrada de produtos, já que cerca de 80% das importações de Santa Catarina estão concentradas em um raio de até uma hora e meia do Aeroporto de Navegantes.

Além disso, o aeroporto foi equipado com um Terminal de Cargas de 35 mil m², com câmaras frias e infraestrutura completa para armazenagem, manuseio e distribuição de mercadorias.

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