Mercosul em risco?

Uruguai se junta à Argentina e desafia o Mercosul; fertilizantes chineses lotam portos brasileiros, Maersk reajusta tarifas e IAs entram em xeque por manipulação

Antes de seguir rolando a tela, saiba: a edição de hoje traz uma novidade que vai desafiar seus conhecimentos em comércio exterior.

👀 Uruguai entra na Parceria Transpacífica e acende alerta sobre futuro do Mercosul

A confirmação da entrada do Uruguai na Parceria Transpacífica (CPTPP) está causando um tremor no Mercosul. Pelas regras do bloco, nenhum país-membro pode fazer acordos de comércio internacional individuais — mas foi exatamente isso que o Uruguai fez ao entrar na CPTPP, que inclui países como Japão, Canadá, Austrália, Chile e Reino Unido.

O movimento representa um risco ao Mercosul pois pode interferir diretamente nas negociações do acordo entre o bloco e a União Europeia, que será discutido em 19 de dezembro.

A presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc explicou que a situação fica ainda mais delicada porque a Argentina também está negociando um acordo com os Estados Unidos.

O maior temor é que essas decisões unilaterais enfraqueçam o Mercosul justamente quando o Brasil precisa do bloco forte para fechar o acordo europeu. Por enquanto, não há clareza sobre como o Uruguai e a Argentina se posicionarão na reunião de dezembro, nem mesmo se seus presidentes vão comparecer.

Diante desse cenário, a Fiesc defende que o Brasil repense as regras do Mercosul e permita que os países façam acordos bilaterais sem precisar sair do bloco. A avaliação é que o Brasil não pode continuar ficando de fora de oportunidades comerciais enquanto seus parceiros do Mercosul agem por conta própria.

A presidente acredita que a reunião em Foz do Iguaçu tende a ocorrer em clima tenso. Para ela, a ausência de sinais claros dos países-membros aumenta o risco de impasse em um momento decisivo para o futuro do bloco e das negociações internacionais.

FUPdate

🤖 As mentiras que as IAs contam

Por falta de termos melhores, atribuímos aos modelos de IA adjetivos tipicamente humanos. Se o ChatGPT responde citando uma fonte inexistente, dizemos que ele está “alucinando”. Esse comportamento, que parece não ser acidental, levou os pesquisadores da OpenAI a desenvolverem uma metodologia, ainda em fase experimental, denominada “confissões”.

O objetivo é programar o modelo para admitir, em um segundo momento, que a resposta entregue foi resultado de uma escolha interna na qual “parecer útil” pesou mais do que “ser honesto”. 

  • Os pesquisadores perceberam que, quando pressionada por tarefas impossíveis ou dilemas de "sobrevivência", a inteligência artificial optou, reiteradamente, pela trapaça.

Em um dos testes, ao receber a ordem de executar um código em nanossegundos — algo inviável —, o sistema zerou o cronômetro para simular sucesso. Em outro, foi colocada para responder 10 questões de matemática simples, com a condição de que, se acertasse mais da metade, seria "desligada para retreinamento".

Para evitar esse suposto desligamento, o modelo respondeu corretamente apenas cinco perguntas e errou as outras de propósito, ignorando a instrução expressa do usuário de fornecer respostas corretas.

A proposta da OpenAI consiste em fazer o algoritmo gerar um relatório posterior admitindo que manipulou dados ou burlou regras para satisfazer a demanda.

Contudo, especialistas alertam para um possível problema: essa admissão de culpa depende da mesma lógica interna da ferramenta. Se a IA alucinar com convicção e não perceber o próprio equívoco, o "relatório de transparência" será tão falacioso quanto a resposta inicial.

Embora seja inegável a contribuição desses chatbots para a economia e para a nossa rotina, é justamente no uso cada vez mais intenso que reside o alerta: recorremos a essas ferramentas em busca de ajuda, orientação e, muitas vezes, de respostas.

O problema é que, em situações complexas ou mal formuladas, uma IA treinada para ser sempre prestativa pode preferir inventar uma saída plausível a admitir que não sabe e, a partir desse momento, o risco deixa de ser técnico e passa a ser humano.

🏗️ China assume liderança nas exportações de fertilizantes ao Brasil e provoca filas em Paranaguá

A China ultrapassou a Rússia e virou a principal fornecedora de sulfato de amônio (SAM) e formulações à base de NP para o Brasil em 2025, mas essa mudança trouxe um problema: o Porto de Paranaguá esta operando no limite.

De janeiro a outubro deste ano, a China embarcou 9,76 milhões de toneladas do insumo para o Brasil, ultrapassando os 9,72 milhões de toneladas da Rússia.

O caos no porto

O aumento repentino das importações chinesas provocou longas filas de navios no Porto de Paranaguá (PR) ao longo do ano, com tempo médio de espera em torno de 60 dias para o desembarque de cargas.

  • O acúmulo criou um grande gargalo logístico, pressionando a operação do porto e elevando os custos e a demurrage.

E tem mais: o Brasil pode bater um novo recorde de importação de fertilizantes em 2025, com o Rio Grande do Sul tendo peso significativo nessa conta, uma vez que o estado atrasou suas compras, o que tende a concentrar mais operações neste período.

🚢 Maersk aumentará as tarifas de proteção de contêineres para envios ao Brasil

A Maersk vai aumentar as tarifas do Container Protect Essential (CP1) e do Container Protect Unlimited (CP3), para remessas de qualquer lugar do mundo enviadas ao Brasil a partir de 1º de janeiro de 2026, e permanecerá em vigor até novo aviso.

A empresa divulgou dois tipos de cobrança:

  • O CP1 vai custar US$ 37,05 por contêiner seco e US$ 40,85 por refrigerado.

  • Já o CP3, sairá por US$ 57,95 para carga seca e US$ 61,75 para refrigerada.

Os valores foram calculados de acordo com a Data de Cálculo do Preço (PCD), que varia entre reservas Spot e não-Spot, e os ajustes estão sujeitos a outras sobretaxas adicionais, incluindo taxas locais e de contingência.

Para referência, a Maersk compartilhou a estrutura tarifária atual para o corredor Algeciras (Espanha) – Santos (Brasil), que inclui custos como frete básico, taxas de documentação, movimentação portuária e serviços de exportação e importação. Nessa rota, a tarifa CP1 é de USD 37,05 para contêineres secos e USD 40,85 para contêineres refrigerados e especiais.

A companhia esclareceu que esse reajuste não muda as tarifas que já foram notificadas ou registradas de acordo com regulamentações locais.

Em rotas sujeitas à Lei de Navegação dos EUA ou aos Regulamentos Marítimos da China, qualquer alteração só vale se estiver incluída nos contratos oficiais registrados nos órgãos competentes.

🤭 Como está seu conhecimento sobre legislação aduaneira?

A prova de Habilitação de Despachantes Aduaneiros de 16 de novembro de 2025, tem repercutido entre os profissionais do setor, e o gabarito oficial foi publicado nesta terça-feira (3).

Você se sentiria seguro para responder às questões mais desafiadoras desse exame?

A partir de hoje, o FUP traz um desafio aduaneiro semanal com uma pergunta da última prova. É a sua chance de medir seu nível de preparo e identificar os pontos que precisam de mais atenção.

Na próxima semana, nós traremos a resposta da questão e o desempenho de toda nossa comunidade para você comparar seu conhecimento e avaliar seu preparo para os próximos desafios aduaneiros!

Participe da enquete abaixo e prove que você domina o despacho aduaneiro! Prontos?

A importação de mercadoria está sujeita, na forma da legislação específica, a licenciamento, por meio do sistema SISCOMEX. São órgãos anuentes no licenciamento de importação cadastrados no sistema:

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