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Modal aéreo: Brasil lança programa para facilitar exportações
Resposta de importadores chineses às tarifas deve afetar exportadores dos EUA; Shein e Temu informam aumento de preços; e data para inspeção da carne brasileira está marcada.
Hoje não é sexta — mas é véspera de feriado, climinha de pré-embarque para o descanso. E quando a agenda desacelera… o pensamento já começa a circular em outro modal: o da taça de vinho. 🍷
Mas enquanto o feriado se aproxima, a gente segue por aqui com bons assuntos no radar.
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✈️ OEA-Integrado Anac: operações aéreas de exportação com certificação da Anac e Receita Federal

Uma parceria inédita entre a Agência Nacional de Aviação Civil e a Receita Federal promete reduzir burocracias e custos logísticos, garantindo que as cargas transportadas pelo modal aéreo sejam processadas com maior agilidade, segurança e prioridade.
Tudo isso a partir da criação do Programa Brasileiro de Operador Econômico Autorizado Integrado Anac (OEA-Integrado Anac), um programa que visa impulsionar a competitividade do Brasil no comércio exterior.
Entre os principais benefícios oferecidos estão o agendamento para descarregamento nos terminais, a classificação como "carga conhecida" com tratamento prioritário e a dispensa da inspeção primária, fatores que reduzem significativamente o tempo de processamento.
Além da promessa de reduzir prazos operacionais, atualmente as empresas precisam disponibilizar cargas com até 12 horas de antecedência ao voo, tempo que poderá ser otimizado com a certificação.
A medida chega em um momento de crescimento do setor: em 2024, o Brasil movimentou 394,6 milhões de quilos em cargas aéreas destinadas ao exterior, e, neste ano, os primeiros meses de 2025 registraram 59,1 milhões de quilos.
A expectativa do Governo Federal é que esses ganhos de eficiência se reflitam no preço final dos produtos exportados, fortalecendo a posição brasileira no mercado internacional.
As empresas interessadas já podem solicitar a habilitação através do Portal Único do Comércio Exterior (Siscomex), em processo totalmente digital que inclui etapas como acesso ao portal, preenchimento de formulário e análise automática dos dados da empresa.
⚔️ Reação de importadores chineses às tarifas atinge exportadores dos EUA
Demurrage, detenção, destruição de carga e custos de devolução, essas são algumas das realidades que os exportadores americanos podem ter que lidar nos próximos dias, após relatos de que importadores chineses pararam de aceitar as cargas.
Pat Fosberry, diretor de conformidade de exportação da transportadora americana John S James Co., informou que embora a atenção de todos estivessem concentradas nos impactos das tarifas sobre importadores, agora são os exportadores americanos que vão começar a sentir as consequências.
Segundo Fosberry, vários exportadores estão relatando que compradores chineses estão cancelando pedidos, além de outros comunicarem que não aceitarão as remessas quando chegarem.
Sara Dandan, fundadora da empresa de consultoria de direito marítimo e aduaneiro, a FourOneOne, avalia que esta parece ser uma estratégia chinesa para evitar acúmulo de produtos, além de ser uma resposta às crescentes tarifas americanas.
Dandan também ressalta que, apesar de as cargas estarem em portos estrangeiros, provavelmente seguirão as diretrizes da Comissão Marítima Federal, cobrando do destinatário sobre o conhecimento de embarque.
Quando questionada sobre a possibilidade de as transportadoras dispensarem cobranças de demurrage e detenção durante este período de incerteza, reagiu com ceticismo.
Segundo ela, a melhor estratégia para mitigar riscos seria não enviar cargas se houver indícios de recusa. Caso contrário, prevê um aumento significativo de cargas abandonadas, reexportadas para os EUA ou em busca de mercados alternativos.
👷🏻♂️ Engenheiros do governo chinês visitam Ilhéus para estudar Corredor Bioceânico Brasil-Peru
Engenheiros ferroviários do governo chinês visitaram Ilhéus (BA) para avaliar a situação das obras da ferrovia de Integração Leste-Oeste (Fiol) e estudar a viabilidade de um Corredor Bioceânico Brasil-Peru.
A visita foi guiada pelo Governo Federal e teve como objetivo principal analisar a possibilidade de conectar o Porto Sul ao porto peruano de Chancay com um corredor ferroviário estruturante para transporte de carga no Brasil, que passaria por Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre.
Essa ferrovia reduziria o tempo de transporte em cerca de 10 dias para os navios que se dirigem da costa brasileira à Ásia.
A integração da Malha I da Fiol com o Porto Sul é uma das alternativas para o sucesso do corredor bioceânico. A Fico-Fiol refere-se à concessão à iniciativa privada das ferrovias de Integração Centro-Oeste (Fico) e Fiol.
Esse é um projeto prioritário no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Serão 2,7 mil quilômetros de extensão entre Bahia, Goiás e Mato Grosso, com investimentos estimados em R$28,7 bilhões.
O projeto busca escoar grãos e minérios dos três estados para os portos do Atlântico, e a partir de Lucas do Rio Verde (MT) será possível construir a ferrovia em direção ao Pacífico para transportar a carga até o porto de Chancay, no Peru.
👚 Shein e Temu anunciam aumento no preço por conta das tarifas de Trump
As plataformas de fast fashion Shein e Temu anunciaram aos clientes americanos que elevarão os preços de seus produtos a partir de 25 de abril de 2025, como resposta direta às novas tarifas de importação impostas pelo governo Trump.
A medida surge após o decreto assinado pelo presidente dos EUA que elimina a isenção fiscal para pacotes com valor inferior a US$ 800, provenientes da China e Hong Kong, a partir de 2 de maio.
Até o momento, as companhias não esclareceram se medidas semelhantes serão aplicadas ao mercado brasileiro.
O anúncio veio em um momento em que as duas empresas apresentaram forte alta em suas vendas no território norte-americano.
A Shein registrou aumento de 29% em sua receita em março, comparado ao mesmo período do ano anterior, acelerando para 38% nos primeiros 11 dias de abril. Já a Temu apresentou crescimento ainda mais expressivo: 46% em março e 60% no início de abril.
Este aumento indica uma movimentação dos consumidores americanos para estocar produtos antes da implementação das novas tarifas anunciadas pelo governo.
🍖 Carnes: EUA farão auditoria no sistema de sanidade pecuária brasileiro
Os Estados Unidos realizarão, em maio, uma auditoria de rotina no sistema de sanidade pecuária brasileiro. A inspeção, que ocorre a cada dois anos, incluirá visitas técnicas ao serviço oficial brasileiro e a frigoríficos habilitados para exportação de carne bovina ao mercado americano.
Segundo Luis Rua, Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, é uma verificação padrão sobre o sistema exportador como um todo, para aferir se o Brasil tem condições de manter as garantias do protocolo acordado entre os países.
O Brasil possui, atualmente, 55 frigoríficos e armazéns habilitados a exportar carne para os EUA, incluindo unidades de grandes grupos como JBS, Minerva, BRF e Marfrig, conforme levantamento da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
Roberto Perosa, presidente da Abiec, informou que, desde a reabertura do mercado em 2017, o Brasil já foi auditado em 2017, 2019, 2020 e 2022 – sem nenhuma relação com medidas punitivas ou episódios de não conformidade.
Fontes do setor também refutaram qualquer conexão entre a vistoria e as recentes medidas protecionistas adotadas pelo governo de Donald Trump.
No ano passado, os Estados Unidos foram o segundo principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, com embarques de 229 mil toneladas e faturamento de US$ 1,350 bilhão.
O Brasil pode exportar 65 mil toneladas de carne bovina para os EUA isentas de imposto, conforme cota estabelecida entre os países. Volumes excedentes estão sujeitos a imposto de 36,4%, considerando a tarifa adicional de 10% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos importados do Brasil.
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