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Navio com mais de 3 mil veículos pega fogo em alto-mar
Incêndios em navios de carga expõem riscos no transporte automotivo. Enquanto isso, avança a greve dos Auditores-Fiscais, a COSCO lança nova rota BRICS Express e a UE pressiona a China diante da escassez de terras raras.

O perigo associado ao transporte de veículos voltou ao centro das discussões nesta semana, após um incêndio forçar 22 tripulantes a abandonarem o navio nas proximidades da costa do Alasca.
A embarcação que partiu da China em direção ao México transportava cerca de 3.159 veículos: 751 variantes de veículos elétricos (EVs), 65 EVs completos e 681 híbridos.
De acordo com a Guarda Costeira, o navio carregava 350 toneladas métricas de combustível gasoso e 1.530 toneladas métricas de óleo combustível com baixo teor de enxofre (VLSFO).
Ainda não se sabe se o fogo continua ativo, mas o navio segue emitindo fumaça e a causa do incidente permanece incerta.
A tragédia desencadeou debates sobre o crescimento do transporte de veículos elétricos com baterias de íons de lítio e o risco de incêndios que essa carga representa às embarcações.
A gigante de seguros Allianz apontou em relatório que a demanda por baterias de lítio tem aumentando os riscos para os operadores e ressaltou que a maioria das embarcações não foi projetada para transportar essas baterias.
Segundo a empresa, o volume de carga deveria ser reduzido no transporte de baterias de íons de lítio, para permitir maior espaçamento entre elas ou entre os veículos. A forma como essa carga vem sendo disposta atualmente agrava os riscos e dificulta o combate a incêndios.
Veja os principais casos que marcaram o transporte de veículos:
Fremantle Highway - 2023, Mar do Norte → Navio japonês com 3.783 veículos. Teorias iniciais que apontavam os elétricos como origem do incêndio foram descartadas, já que estavam em áreas não atingidas. A causa do fogo segue sob investigação. Um tripulante morreu durante a evacuação.
Grande Costa D’Avorio - 2023, EUA → Em Newark, um navio italiano pegou fogo enquanto carregava cerca de 1.200 veículos usados — sem elétricos nem carga perigosa. O incêndio teve início em um veículo modificado, com sistema superaquecido e fora das normas de segurança. Dois bombeiros morreram.
Felicity Ace - 2022, Atlântico → Navio com cerca de 4.000 veículos, incluindo modelos elétricos e de luxo. Pegou fogo e afundou após duas semanas. Causa oficial não divulgada.
Höegh Xiamen - 2020, EUA → Transportava 2.420 veículos usados. Incêndio causado por falha elétrica em uma bateria mal desconectada. O relatório apontou negligência nos procedimentos de segurança. Nove bombeiros ficaram feridos.
Grande Europa - 2019, Espanha → Levava 1.687 veículos tradicionais, a maioria novos. Dois focos de incêndio diferentes, em locais diferentes, começaram em veículos novos. A investigação preliminar apontou para falhas nos veículos.
Grande America - 2019, Golfo da Biscaia → Transportava 2.100 veículos novos e usados, além de 860 toneladas de cargas perigosas. Causa exata do incêndio não foi determinada pois o navio afundou.
Sincerity Ace - dezembro de 2018, Pacífico → Levava 3.800 veículos Nissan. Causa oficial não foi divulgada. Cinco tripulantes morreram.
Outros casos ocorreram em 2020, no Atlântico, e em 2015, na Europa — ambos envolvendo veículos tradicionais e causados por falhas em automóveis particulares.
🫠 Atualizações sobre a greve dos Auditores-Fiscais
Nesta semana a Advocacia Geral da União (AGU) entrou com um pedido de declaração da ilegalidade da greve dos Auditores-Fiscais na Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A ação movida pela AGU busca limitar a paralisação, solicitando o retorno de 100% da força de trabalho na elaboração dos orçamentos de 2024 e no controle aduaneiro. Contudo, o Sindifisco Nacional manteve a mobilização e informou que o departamento jurídico foi acionado e prepara medidas para contestar a petição.
A categoria alega que a greve está integralmente amparada pela legislação e que todas as mobilizações seguiram os requisitos legais, como a manutenção dos serviços públicos essenciais, a comunicação e negociação prévias, e a preservação do interesse público.
No mesmo dia que a categoria recebeu a informação da judicialização da greve, as ações de mobilização continuaram intensas em vários aeroportos do país.
No Rio de Janeiro, Fortaleza, Belo Horizonte e Porto Alegre, a operação-padrão vem sendo realizada em diferentes horários durante a semana, gerando atrasos de horas no desembarque dos passageiros.
A categoria informa que as ações coordenadas entre os aeroportos continuarão ocorrendo ao longo da semana, conforme orientação do Comando Nacional de Mobilização (CNM).
🚢 COSCO Shipping inaugura nova rota semanal “BRICS Express” entre China e Brasil
A partida do COSCO SHIPPING Changqing, um navio multi propósito com 62.000 TPM e carregado com 600 veículos, marcou o início do novo serviço semanal BRICS Express, que conectará a China à costa leste da América do Sul.
O navio que saiu do Porto de Nansha, tem previsão de chegada ao Porto de Vitória em 30 dias.
Segundo a companhia, o uso de navios multipropósito permitirá aproveitar ganhos de escala e atender com mais agilidade as demandas urgentes de remessas dos clientes na costa leste da América do Sul.
A COSCO informou que o serviço contará com mais de 40 navios de grande porte, operando entre portos da China e do Brasil, com prazo de entrega de até 30 dias.
👀 UE pressiona China sobre escassez de terras raras para indústria automotiva
O sistema de licenciamento implementado por Pequim em abril para regular a exportação de terras raras e ímãs permanentes tem provocado atrasos nas entregas desses materiais, considerados essenciais para fabricantes europeus.
De acordo com o comissário europeu de Comércio, Maroš Šefčovič, os atrasos estão afetando diretamente a indústria automobilística europeia.
As restrições surgiram depois que Trump anunciou o aumento de tarifas sobre produtos chineses, e, segundo autoridades europeias, foi uma forma de Pequim exercer pressão econômica no contexto das tensões comerciais mundiais.
Os impactos já são visíveis. Na semana passada, a Ford suspendeu temporariamente a produção de SUVs em sua fábrica de Chicago por falta de ímãs. Executivos do setor automobilístico alertam que seus estoques durarão apenas algumas semanas.
Especialistas afirmam que a indústria europeia está se tornando uma vítima colateral da disputa comercial entre China e EUA, levantando preocupações sobre a possível perda de empregos no continente.
Nos EUA, associações do setor automotivo manifestaram preocupação à administração Trump no mês passado, informando que os atrasos na concessão das licenças pela China estavam causando “grandes interrupções” na cadeia mundial de fornecimento.
A China controla cerca de 90% do processamento mundial de ímãs de terras raras, o que torna os países ocidentais vulneráveis a alterações na política comercial chinesa relacionada a esses materiais.
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