Negociação tarifária Brasil-EUA em curso

Rússia-Ucrânia: oportunidades escondidas no conflito. Soja lidera disputa EUA-China e automatização rende R$ 1,5 milhão à empresa de logística

👀 Ministro chega aos EUA para negociação tarifária

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chegou a Washington nesta terça-feira (14) para se reunir com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. A expectativa do governo brasileiro é que o encontro aconteça até o fim de semana.

O convite para uma reunião presencial foi feito por Rubio na quinta-feira (9), por telefone. O secretário de Estado propôs que Vieira viajasse à capital dos EUA para tratar dos temas prioritários da relação bilateral.

  • Nenhum assunto específico foi discutido além do alinhamento das agendas.

  • As tarifas de 50% impostas pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros serão o principal tema da reunião.

O Itamaraty ainda não informou se haverá pronunciamento oficial sobre a visita. Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) se limita a dizer que as conversas seguem em clima positivo.

O tarifaço está alterando mercados e produtos da pauta exportadora brasileira. Em comparação com setembro de 2024, houve aumento das exportações para a Argentina (+22%), China (+15%) e UE (+5,7%), enquanto isso os embarques aos EUA recuaram 19,1% no mesmo período. Contudo, a atual reconfiguração ainda é transitória e poderá mudar caso as negociações comerciais com os EUA avancem para um desfecho positivo.

🤯 Geopolítica em choque: oportunidades escondidas na crise Rússia-Ucrânia

A crise Rússia-Ucrânia gerou concentração de oferta em commodities agrícolas e energéticas, com os dois países representando cerca de 25% das exportações de trigo e cevada, 15% do milho e 60% do óleo de girassol. 

A interrupção desses fluxos gerou vulnerabilidades significativas, e qualquer sinal de estabilização reverbera em preços, estoques e decisões de sourcing dos importadores.

Em 2025, a retomada parcial das exportações ucranianas pelo Mar Negro trouxe maior previsibilidade para os mercados do Sudeste Asiático e do Norte da África. Compradores reavaliaram contratos spot, e alguns fluxos retornaram ao padrão pré-crise, criando oportunidades temporárias para fornecedores alternativos, como o Brasil, consolidarem contratos de médio prazo antes da normalização dos preços.

A volatilidade afetou preços e cadeias de insumos: o índice energético caiu 3,9% entre agosto e setembro, e os preços de alimentos recuaram 0,9%, enquanto fertilizantes e insumos agrícolas mantiveram pressão ascendente.

Esse cenário impacta os custos logísticos e a produção, favorecendo os exportadores brasileiros com maior escala e eficiência na cadeia de fornecimento, que conseguem traduzir vantagens de custo em competitividade.

Para commodities como soja, milho, açúcar e carne, a instabilidade do Leste Europeu aumentou a demanda por fornecedores alternativos.

No 1T25, o Brasil exportou US$77,3 bilhões, com incremento de embarques pelos portos do Sul e do Norte para a Ásia, aproveitando lacunas deixadas por fornecedores do Mar Negro e atraindo compradores focados em segurança de fornecimento e padrões rígidos de logística e qualidade.

Em termos práticos, recomenda-se mapear clientes em mercados afetados, oferecer ciclos contratuais de 6–12 meses, com flexibilidade logística, reforçar o compliance documental e cláusulas de força maior/price adjustment, assegurar fontes alternativas de insumos críticos e parcerias com tradings, além de usar dados de mercado para calibrar hedge e precificação. Executadas rapidamente, essas medidas transformam mudanças geopolíticas em ganhos de participação e receitas.

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🤺 Compra de soja leva EUA e China a novo embate comercial

Nesta terça-feira (14), Donald Trump, afirmou em sua rede social que a China está agindo de forma “economicamente hostil” ao deixar de comprar soja americana. O presidente informou que está considerando encerrar a compra de óleo de cozinha e outros produtos de Pequim, em retaliação à medida chinesa.

A China interrompeu as compras de soja americana em maio. Desde então, os preços da soja nos EUA caíram quase 40%, prejudicando os produtores rurais.

O país é historicamente o maior comprador de soja dos EUA. Em 2025, importou 27 milhões de toneladas avaliadas em cerca de US$ 12,8 bilhões. Mas desde que a guerra tarifária se iniciou neste ano, Pequim passou a buscar fornecedores alternativos na América do Sul, como Brasil e Argentina.

O embate sobre a soja é um assunto de atenção especial para o Brasil. O país forneceu quase 90% da soja importada pela China em 2025. Só em setembro, foram embarcados 12,87 milhões de toneladas para o país.

🤖 Automatização de processos gera economia de R$ 1,5 milhão a empresa de logística

Uma empresa de logística anunciou, na última segunda-feira (13), que reduziu em 75% o tempo médio de liberação de cargas em seus recintos alfandegados depois que adotou um programa de digitalização de documentos, o Automação da Averbação de Declaração de Importação (DI).

  • O tempo médio foi reduzido de duas horas para cerca de 30 minutos. 

Essa redução resultou, no período de um ano, em uma economia de aproximadamente R$ 1,5 milhão, incluindo o corte de gastos com armazenagem de cargas e necessidade de deslocamentos de caminhões.

Com o novo sistema, todo o processo logístico — da recepção da DI à liberação e entrega de cargas, passando pela validação de documentos — tornou-se automático.

Isso permitiu que a empresa adotasse uma padronização nacional, proporcionando visibilidade total ao cliente por meio do envio de notificações automatizadas.

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