Queda no frete - Mas tensão marítima pode virar o jogo

Resolução GECEX 709/2025 entra em cena enquanto os EUA apertam o cerco a rotas marítimas estratégicas.

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🚨 A Resolução dos Alimentos: Res. GECEX nº 709/2025

O governo divulgou as alterações na TEC (Tarifa Externa Comum) introduzidas pela Resolução, inserindo esses códigos NCM a Lista de Exceções à TEC (LETEC).

Cada país-membro do MERCOSUL pode manter uma Lista de Exceções à TEC (LETEC), na qual tem liberdade para definir a alíquota do Imposto de Importação aplicável a esses produtos. Isso significa que o país pode estabelecer uma alíquota superior ou inferior à da TEC, conforme sua estratégia, exercendo ampla discricionariedade nessa decisão. Portanto, cada país poderá modificar, a cada seis meses, até 20% dos códigos tarifários relacionados em sua Lista de Exceções à TEC.

Além disso, ao compor sua lista, os países deverão considerar a oferta exportável existente no MERCOSUL.

A oferta exportável, por sua vez, leva em conta se o produto que está sendo incluído na lista não desconsidera a existência de um excedente exportável entre os países integrantes, visto que os acordos firmados no âmbito do MERCOSUL buscam incentivar as relações comerciais entre seus signatários.

Nesses cenários, é possível perceber o papel extrafiscal do Imposto de Importação, que atua como um regulador, incentivando ou desincentivando a entrada de determinados produtos em um país.

Por essa mesma razão, os princípios tributários da anterioridade anual e nonagesimal não se aplicam a esse imposto, cujas alterações têm efeitos imediatos.

🚢 Frete caindo, Importador sorrindo – a tendência deve continuar?

As blank sailings continuam impactando as principais rotas leste-oeste, porém sua eficácia para equilibrar oferta e demanda está diminuindo.

Blank sailings são cancelamentos de viagens programadas por companhias marítimas, geralmente como estratégia para controlar a oferta de capacidade nos navios. Ocorrendo por diversos motivos, como baixa demanda, congestionamentos portuários ou necessidade de ajustes operacionais. Quando um blank sailing acontece, o navio não realiza a viagem prevista, e a carga que seria transportada precisa ser reagendada para outro embarque.

Entre as semanas 12 e 16, foram anunciadas 48 cancelamentos de viagens, um índice de 7% sobre 714 viagens programadas.

O maior impacto será no Transpacífico Leste (48%) , seguido pelo Transatlântico Oeste (27%) e Ásia-Norte da Europa-Mediterrâneo (25%) . A confiabilidade dos horários deve cair, com previsão de que apenas 93% dos navios operem no prazo nas próximas cinco semanas.

As tarifas de frete seguem em queda há 10 semanas. O Índice Composto WCI da Drewry recuou 7% na última semana , chegando a US$ 2.368 por contêiner de 40 pés .

Na comparação anual, as taxas estão 25% menores . Enquanto as rotas Transpacífico e Ásia-Europa/Mediterrâneo caíram 7% e 8% , o Transatlântico teve leve alta de 1% .

Diante da pressão do mercado, algumas transportadoras tentam reajustar tarifas FAK ( Freight All Kinds) mas a eficácia dessas estratégias depende do controle de capacidade.

O número de blank sailings deve cair de 87 em março para 59 em abril, cerca de 32% , o que tornará mais difícil sustentar aumentos de tarifas.

Nos próximos meses, enquanto as transportadoras ajustam suas operações, podemos esperar por volatilidade nos fretes e cronogramas.

🇺🇸 Controle estratégico – EUA podem barrar navios de países que criam chockepoints marítimos

A Federal Maritime Commission (FMC) , agência reguladora dos EUA para o setor marítimo, abriu uma investigação sobre possíveis restrições de trânsito em chokepoints marítimos globais .

O foco é analisar se leis, regulações ou práticas de governos estrangeiros ou de operadores de navios de bandeira estrangeira e stão criando barreiras que afetam as condições de transporte.

Entre o s pontos de estrangulamento sob análise estão:

  • Canal do Panamá

  • Estreito de Malaca

  • Canal de Suez

  • Estreito de Gibraltar

  • Estreito de Singapura

  • Canal da Mancha

  • Passagem do Norte

Se o FMC concluir que os países estão prejudicando o fluxo de comércio, pode barrar a entrada de navios dessas nações nos portos dos EUA como medida corretiva.

A notícia se insere no cenário mais amplo da política comercial dos EUA sob o governo Trump, que, em apenas 53 dias de mandato, já gerou forte instabilidade no comércio global . O novo governo adotou tarifas agressivas, fez reivindicações sobre o Canal do Panamá e cogita taxar navios construídos na China.

Segundo analistas do setor, a incerteza gerada está tornando qualquer previsão sobre oferta e demanda no transporte marítimo ainda mais difícil.

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