R$ 1,15 bi em risco com tarifa dos EUA

Tarifa afeta alumínio; Brasil enfrenta gargalos após safra recorde e Suframa lança novo sistema nesta semana

📌 Tarifaço dos EUA pode dar prejuízo de R$ 1,15 bilhões ao alumínio brasileiro

Um estudo da Associação Brasileira de Alumínio (Abal) apontou que a nova Ordem Executiva publicada pelos EUA determina que a tarifa de 50% sobre produtos de alumínio, imposta pela Seção 232, não será cumulativa à tarifa recíproca.

O documento também estabelece uma lista de isenções, e, embora a alumina tenha sido isenta, itens como bauxita, hidróxido de alumínio e cimento aluminoso estarão sujeitos à sobretaxa.

Em 2024, os EUA foram o terceiro maior destino das exportações brasileiras de alumínio, com US$ 773 milhões em vendas. Cerca de um terço desse valor está sujeito à tarifa, o que torna inviável o acesso de diversos produtos ao mercado americano.

No primeiro semestre de 2025, as exportações brasileiras atingidas pela Seção 232 caíram 28%, gerando perdas de US$ 46 milhões, já sob impacto das tarifas anteriores de 10% (vigentes até 12 de março) e de 25% (entre 12 de março e 3 de junho).

  • Com a elevação para 50% da Seção 232, o prejuízo anual pode chegar a US$ 210 milhões.

A Abal alerta para efeitos colaterais mais amplos, que já se desenham no mercado mundial. O escalonamento tarifário tem pressionado os preços internacionais do alumínio, gerando incertezas que podem precipitar uma desaceleração mundial motivada pela instabilidade comercial — com impactos sobre a produção, os investimentos e o consumo.

Outro reflexo importante apontado pela associação diz respeito às alterações na dinâmica de arbitragem geradas pela tarifa de 50% sobre o alumínio primário. A medida tem tornado os preços da sucata de alumínio mais competitivos, reforçando uma disputa mundial pelo insumo.

Essa corrida por sucata vem acendendo alertas sobre o risco de escassez de metal proveniente de material pós-consumo, especialmente em regiões como a UE e o Brasil, onde o alumínio reciclado é uma fonte essencial para a transição energética e pilar da economia circular.

Paralelamente, as exportações brasileiras de sucata ferrosa cresceram 21,3% no primeiro semestre, impulsionadas pelo baixo interesse das usinas siderúrgicas no Brasil. A retração na produção de aço, causada pela política de tributação do governo dos EUA, é apontada como motivo pelo Instituto Nacional de Reciclagem (Inesfa).

EUA aplicam taxa antidumping sobre aço contra o Brasil e mais 9 países

Os EUA confirmaram novas tarifas antidumping de US$ 2,9 bilhões contra o Brasil e outros nove países, após investigação sobre exportações de aço resistente à corrosão.

O Departamento de Comércio americano concluiu que as importações oriundas da Austrália, Brasil, Canadá, México, Holanda, África do Sul, Taiwan, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Vietnã, estavam sendo comercializadas nos EUA a preços abaixo do valor de mercado.

Além disso, foram identificados subsídios governamentais que, segundo as autoridades americanas, distorcem a concorrência internacional.

Contudo, o processo ainda não está totalmente concluído. A Comissão de Comércio Internacional (ITC) dos EUA avaliará se houve “dano material” à indústria americana. Se confirmado, as tarifas antidumping e compensatórias serão aplicadas

O aço resistente à corrosão é um insumo vital para a indústria automotiva e para a construção civil. Se as tarifas forem confirmadas, os preços do aço no mercado americano tendem a subir, pressionando custos de produção e, possivelmente, aumentando o preço final de veículos e imóveis.

O Brasil, com forte relação comercial no setor siderúrgico com os EUA, está entre os mais afetados. A medida pode reduzir a competitividade dos produtos nacionais no mercado americano, provocar queda nas exportações e gerar sobreoferta no mercado interno.

A sobreoferta no mercado brasileiro poderia, momentaneamente, resultar em preços mais baixos no mercado local, mas o impacto geral para a indústria tende a ser negativo. Analistas destacam que, se as tarifas forem confirmadas, o Brasil precisará rever suas estratégias de exportação, buscar mercados alternativos na Ásia e na Europa e fortalecer a demanda interna por aço.

🚛 Gargalos de logística afetam safra recorde brasileira

O Brasil colheu 345 milhões de toneladas de grãos na safra 2024/25, mas só tem capacidade de armazenar 63% do total. Os outros 37% não têm onde ser guardados, segundo a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Em Mato Grosso, estado responsável por 105,6 milhões de toneladas de milho e soja, cerca de 60% da produção segue por rodovias, como a BR-163, onde 380 dos 655 km entre Sinop e Rondonópolis estão em duplicação.

A via, construída nos anos 1970, tem trechos ainda em pista simples e tráfego diário de 79 mil veículos, dos quais 60% são caminhões.

Um caminhoneiro entrevistado levou cerca de 8 horas para percorrer 400 km entre Diamantino e Rondonópolis com 38 toneladas de milho. No trajeto, gastou R$ 210 em pedágios. Ele relatou que já demorou até quatro dias para conseguir descarregar.

Como alternativa, a Rumo e o governo estadual estão construindo a Ferrovia Estadual de Mato Grosso, com 740 km entre Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, passando por 16 municípios e incluindo um ramal até Cuiabá.

  • O trecho inicial deve operar em 2026, com capacidade para 10 milhões de toneladas por ano. O projeto já recebeu R$ 4 bilhões e deve contar com mais R$ 1 bilhão.

A Aprosoja e a CNA apontam como solução a Ferrogrão, ferrovia de 933 km entre Sinop (MT) e Miritituba (PA), com potencial de reduzir em 20% o custo logístico — R$ 8 bilhões por ano e absorver a produção projetada de 144 milhões de toneladas em 2034. O projeto aguarda análise da ANTT para depois seguir ao TCU e, posteriormente, ao leilão.

A pasta aponta ainda o Corredor Fico-Fiol, com 1.708 km, que está em fase final de ajustes, mas ainda sem prazo para funcionamento.

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🍏 Logística verde no Brasil deve movimentar US$ 61 bilhões até 2030 e ditar tendências em 2025

A logística verde, voltada para reduzir os impactos ambientais do setor, deve movimentar US$ 61 bilhões no Brasil até 2030, segundo a Grand View Research. Atualmente, o mercado brasileiro movimenta US$ 41 bilhões e cresce 7,2% ao ano. 

  • No cenário mundial, o setor é avaliado em US$ 1,5 trilhão, com previsão de atingir US$ 2,3 trilhões até 2030, crescendo 8,1% ao ano a partir de 2025.

A demanda por práticas mais sustentáveis entre empresas e consumidores, a aprovação de normas ambientais mais rigorosas e a chegada de inovações tecnológicas têm reforçado a evolução da logística com foco em sustentabilidade.

A armazenagem lidera a adoção de práticas sustentáveis, com 37% do setor, enquanto o transporte rodoviário responde por 40% das receitas. Iniciativas como rotas otimizadas, logística reversa e uso de frotas ecológicas ganham espaço com o avanço das normas ambientais e da inovação tecnológica.

Essas medidas contribuem para reduzir emissões, promover maior eficiência operacional e diminuir desperdícios.

De acordo com a pesquisa, as tendências para 2025 incluem o uso de combustíveis alternativos, veículos elétricos, centros de armazenagem neutros em carbono, inteligência artificial para otimização de rotas, expansão da logística reversa e maior integração das cadeias de suprimentos verdes.

📲 Suframa lança novo Sistema de Controle de Importação e Exportação nesta sexta-feira

A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) lançará nesta sexta-feira (29), às 10h, o novo Sistema de Controle de Importação e Exportação (SCIEX), voltado a profissionais do comércio exterior.

O sistema foi criado para modernizar e agilizar a análise de licenças de importação e planos de exportação com incentivos. Nesta primeira fase, o foco será nas importações, com pedidos enviados diretamente pela plataforma.

  • A programação inclui orientações técnicas e espaço para esclarecimento de dúvidas, conduzidos pela CGIEX e CGTIC.

O superintendente Bosco Saraiva destacou que o SCIEX busca oferecer mais eficiência às empresas e fortalecer a economia regional. A Suframa pretende, com a iniciativa, melhorar a competitividade e consolidar a Zona Franca de Manaus como referência em comércio internacional.

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