- Follow-Up do Comex
- Posts
- Risco de alta nos custos logísticos, diz Cade
Risco de alta nos custos logísticos, diz Cade
Parecer do Cade analisa regras da Antaq em leilão do Tecon Santos 10 abre a edição com IA, automação no e-commerce e previsões do BC em destaque
👀 Cade se manifesta sobre riscos de concentração em novo terminal do Porto de Santos

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu, nesta quarta-feira (24), um parecer favorável às decisões da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) sobre o processo licitatório do Tecon Santos 10, no Porto de Santos.
A Antaq restringiu, na primeira fase do leilão do novo terminal, a participação de operadores que já atuam no porto. O empreendimento deverá ser o maior do país e terá contrato de arrendamento de até 70 anos.
Segundo o Conselho, as definições da Antaq são cabíveis dentro da legislação e da regulação vigentes, e os riscos concorrenciais dependerão diretamente do player que vencer o processo competitivo.
Para o Cade, a eventual concessão do terminal a agentes que já atuam no porto pode trazer riscos de concentração da capacidade de movimentação de carga e de armazenagem alfandegada. Isso poderia resultar, segundo o órgão, em menor pressão por redução de preços ou melhoria na qualidade dos serviços.
Um segundo ponto relevante, segundo o parecer técnico, refere-se às barreiras de entrada.
A concessão para exploração de um terminal exige investimentos elevados, o cumprimento de exigências regulatórias e uma infraestrutura complexa, fatores que, segundo o Conselho, poderiam dificultar o ingresso de novos competidores no curto prazo.
“Todos esses fatores podem repercutir diretamente nos preços e na qualidade do serviço oferecido ao usuário final, de modo que importadores, exportadores e demais clientes dos serviços portuários podem enfrentar tarifas mais elevadas, menor variedade de serviços e queda no nível de qualidade.”
O Conselho afirma, no entanto, que seu parecer técnico é apenas uma análise em linhas gerais e que, neste momento, não é possível confirmar “efeitos líquidos negativos à concorrência” decorrentes da participação dos atuais operadores do Porto de Santos.
Por fim, o Cade concluiu que cabe à Antaq e ao poder concedente a definição do modelo de concessão que melhor atenda aos interesses públicos setoriais. Ressaltou ainda que a decisão da agência de restringir a participação dos atuais incumbentes no processo licitatório é totalmente cabível.
O que você acha das regras da Antaq para o leilão do Tecon Santos 10? |
|
Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas. |
FUPdate
🤖 IA: quando a confiança se torna um risco
A OpenAI publicou recentemente um artigo detalhando estudos internos sobre um problema já conhecido entre os usuários de inteligência artificial: as chamadas alucinações. São aqueles erros grosseiros apresentados com tanta convicção que parecem corretos. Isso não ocorre porque a IA “quer enganar”, mas é consequência direta da forma como esses modelos são desenvolvidos.
Segundo a própria OpenAI, esse comportamento resulta diretamente dos incentivos introduzidos durante o treinamento.
Na fase de desenvolvimento, respostas semelhantes a “não sei” são contabilizadas como erro nos processos de avaliação, enquanto fornecer uma resposta completa — ainda que imprecisa — tende a ser recompensado e, consequentemente, os modelos passam a priorizar a forma em detrimento da precisão.
Em outras palavras, a IA “descobre” que é “melhor” arriscar uma resposta convincente do que reconhecer suas limitações, priorizando assim a confiança aparente em vez da precisão. É dessa lógica de treinamento que nascem as chamadas alucinações confiantes: erros graves expressos com segurança e coerência, que soam corretos à primeira vista, mas estão imprecisos e tecnicamente errados.
Outro fator é a escassez de informações específicas nos dados de treinamento. Assim, ao receber uma pergunta muito detalhada ou de nicho, o modelo acaba inventando por falta de base.
Mesmo as versões mais avançadas das IAs generativas apresentam esse comportamento.
O risco, obviamente, é grande. Em áreas sensíveis, como medicina, direito ou comércio exterior, uma resposta errada, dita com convicção, pode levar a decisões ruins. Por isso, o artigo defende a necessidade de mudar a forma de avaliar e utilizar essas IAs: valorizar a admissão de incerteza, criar métricas para penalizar erros confiantes e fornecer ao usuário sinais claros sobre a origem da resposta, indicando se é fato ou suposição.
Para empresas desenvolvedoras de IA, a recomendação é repensar os parâmetros de avaliação e integrar mecanismos de busca para embasar melhor as respostas.
Para negócios que utilizam IA, o ideal é incluir checagem humana e treinar as equipes para não confiarem cegamente. Já ao usuário comum, a dica é simples: desconfiar de respostas muito seguras sobre temas complexos ou recentes e sempre verificar a informação.
No momento, o caminho é ajustar os critérios de avaliação e ter cuidado ao solicitar respostas sobre assuntos em que não temos discernimento suficiente para avaliar.
Também é recomendável dar preferência a chatbots com ferramentas de busca, que indiquem as fontes consultadas. Por exemplo: solicitar respostas baseadas em informações extraídas de Soluções de Consulta, Manuais Aduaneiros da Receita Federal, Instruções Normativas e pareceres oficiais da administração pública.
😯 Mercado Livre anuncia frota de robôs para aumentar agilidade de operações no Brasil
O Mercado Livre anunciou, nesta quarta-feira (25), 125 novos robôs autônomos para operação, com o objetivo de agilizar ainda mais o ciclo de processamento dos pedidos.
Os “Robôs de Separação” serão capazes de separar até 105 mil itens por dia, circulando em uma área de 670 m² e conectados via Wi-Fi.
“Houve uma redução de 25% do tempo para consolidação de pedidos multi (com mais de um produto), resultando em uma hora a menos no processo completo”, segundo Luiz Vergueiro, diretor sênior de operações logísticas da empresa.
Essa é a segunda aquisição de robôs para operação na empresa. No ano passado, foram adquiridas cerca de 340 unidades voltadas para armazenamento e movimentação de carga. Somente essa medida resultou em uma redução de 20% no tempo de serviço, além de um acréscimo de 15% no volume de produtos armazenados.
Sobre a redução de empregos, a companhia afirmou que os equipamentos apenas agilizam as atividades, sem interferir nas contratações. Segundo o vice-presidente sênior, Fernando Yunes, mesmo após a nova aquisição a empresa pretende contratar cerca de 12 mil pessoas este ano, com foco na área de logística.
💰 BC vê alta de 2,0% no PIB em 2025 e 1,5% em 2026, aponta inflação próxima à meta em 2028
O BC reduziu sua projeção de crescimento econômico para 2025, de 2,1% para 2,0%, e estimou uma expansão de 1,5% em 2026, conforme Relatório de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira (25).
No documento, a autarquia estimou ainda que o sobreaquecimento da economia brasileira está ligeiramente acima do indicado três meses atrás e que o resfriamento da atividade, daqui para frente, pode ser mais lento.
Segundo o BC, a redução decorre dos efeitos ainda incertos do aumento das tarifas de importação pelos EUA, além de sinais de moderação da atividade econômica no terceiro trimestre.
Esses fatores foram parcialmente compensados por prognósticos mais favoráveis para a agropecuária e a indústria extrativa, afirma o relatório.
Para 2026, o BC apontou que a projeção “considera a manutenção da política monetária em campo restritivo, o baixo nível de ociosidade dos fatores de produção, a perspectiva de desaceleração da economia mundial e a ausência do impulso agropecuário observado em 2025”.
A autoridade monetária ainda revisou para cima sua projeção para o hiato do produto (diferença entre a atividade efetiva e a capacidade da economia), indicando que o sobreaquecimento aumentou em relação ao apontado em junho.
Para o BC, o hiato foi positivo em 0,7% no segundo trimestre, contra 0,5% indicado em junho, diante de dados mais fortes que o esperado no mercado de trabalho. A estimativa é de um hiato positivo em 0,5% no terceiro trimestre deste ano.
O dado positivo indica que a economia está operando acima do seu potencial.
Para a inflação, a autarquia projeta que fechará 2025 em 4,8% e cairá para 3,6% em 2026. Depois, segundo o BC, atingirá 3,4% no primeiro trimestre de 2027 e recuará a 3,1% no primeiro trimestre de 2028, último período considerado.
Por último, o documento aponta que a chance da inflação estourar o teto de 4,5% da meta é de 71% neste ano, acima dos 68% previstos antes. Foram mantidas as previsões para os anos seguintes, com chance de 26% em 2026 e 17% em 2027.
Em relação à condução dos juros básicos, o BC reiterou a mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), afirmando que seguirá vigilante e avaliará se a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, por período prolongado, será suficiente para levar a inflação à meta.
📦Consolidado de Notícias do Dia
📧Quer receber os próximos envios no seu e-mail?
📢Quer anunciar sua empresa, serviços, eventos ou produtos? Fale conosco.
O que achou da edição de hoje?Conte-nos se conseguimos agregar informação e conhecimento no seu dia. |
Faça Login ou Inscrever-se para participar de pesquisas. |
Você recebeu esse e-mail porque assina o Follow-Up do Comex
Follow-Up do Comex faz parte do Grupo Invoice®