Tarifa à vista: o plano brasileiro contra Trump

Enquanto o Governo traça saídas para as tarifas de Trump, o comércio exterior vive uma semana de fretes instáveis, portos recordistas e logística em transição.

Vamos de sexta-feira... com a esperança de que, ao menos a correria da rotina no comex no último dia da semana siga mais leve que as tarifas do Trump 🙃

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⚔️ Entenda como o Governo Brasileiro pretende enfrentar as tarifas de Trump

Diversificar parcerias comerciais, apostar no desgaste da oposição e, se tudo falhar, retaliar. Essa é a linha de ação que integrantes do Governo Brasileiro pretendem trabalhar para enfrentar as tarifas de 50% anunciadas por Donald Trump.

Um dos integrantes designados pelo governo para estudar formas de lidar com a situação, afirmou, em caráter reservado, que, como a justificativa para as tarifas é mais política do que econômica, e o governo não pode negociar a suspensão de processos judiciais, não há subsídios suficientes para negociar uma flexibilização das taxas.

Portanto os três caminhos estudados pelo governo, são:

1- Diversificar parcerias, intensificando negociações de acordos comerciais em andamento, ou a serem iniciadas, buscando aumentar a cartela de compradores para produtos brasileiros.

  • Entre as apostas estão parcerias com UE, Canadá, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Vietnã e Indonésia. A expectativa é que tratados já em curso, como Mercosul-UE e Mercosul-EFTA, sejam concluídos ainda neste ano.

  • Recentemente, o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, sinalizou interesse em avançar com um acordo com o Mercosul, após o anúncio das tarifas de Trump contra seu país.

2- Narrativa, desgaste e recuo. O governo brasileiro não descarta a possibilidade de que o desgaste da oposição por apoiar as tarifas leve alguns de seus membros a pressionar Trump pela revogação das medidas.

  • A movimentação buscaria evitar que as tarifas favoreçam a candidatura à reeleição do atual presidente em 2026.

  • Especialistas avaliam que, historicamente, ingerências estrangeiras em assuntos domésticos tendem a fortalecer sentimentos nacionalistas o que poderia beneficiar o governo em exercício.

3- Se tudo falhar.. Retaliar. A terceira alternativa seria acionar a Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada pelo Congresso em abril deste ano. A intenção, porém, é que eventuais tarifas aplicadas pelo Brasil não afetem negativamente setores da própria economia.

  • Entre os alvos em avaliação estão patentes de produtos farmacêuticos, insumos agrícolas e royalties sobre produções audiovisuais.

  • Outra possibilidade seria revisar a taxação sobre remessas de dividendos de multinacionais americanas com operações no Brasil.

Essa linha de ação, compartilhada em caráter reservado com jornalistas, reforça as declarações recentes do Ministro da Fazenda, nesta quinta-feira (10). Ele afirmou que, por ora, não há decisão sobre elevar tarifas contra os Estados Unidos.

O ministro declarou que primeiramente buscará uma saída diplomática evitar a entrada em vigor das tarifas e, caso não haja negociação, há um amplo conjunto de medidas em análise que não pressionam a inflação.

📉 Alta nas taxas de frete perde força

A alta das taxas de frete de contêineres na rota Ásia-Norte da Europa parece ter perdido força, com o índice Xangai-Roterdã do World Container Index (WCI) registrando queda de 2% semana a semana, para US$ 3.384 por 40 pés.

Outros índices apresentaram variações distintas: o SCFI manteve-se estável em US$ 3.996, o XSI da Xeneta marcou US$ 3.393, enquanto o FBX leste da Freightos foi um ponto fora da curva, subindo 14% para US$ 5.522.

Um despachante mencionou que, apesar de as taxas estarem estáveis, algumas operadoras que costumam operar no topo do mercado reduziram preços, facilitando a obtenção de espaço, mesmo durante a preparação para a alta temporada Ásia-Norte.

  • Em contraste, as taxas do Extremo Oriente para o norte da Europa subiram 18% no início de julho, impulsionadas por severo congestionamento portuário que deve persistir até o fim de 2025.

  • Já no Mediterrâneo, as taxas spot caíram 7% na semana, para US$ 3.491, com relatos de que estão abaixo dos níveis do norte da Europa.

  • No transatlântico, o ganho da semana anterior foi revertido: a rota Roterdã-Nova York caiu 6%, encerrando em US$ 1.990.

Enquanto isso, as taxas da América do Norte ex-Ásia seguem em queda moderada.

  • A etapa Xangai-Los Angeles perdeu 8%, para US$ 2.931, e Xangai-Nova York caiu 5%, para US$ 4.839.

  • As taxas na costa oeste dos EUA já acumulam queda de 51% em pouco mais de um mês. Segundo analistas, a redução acentuada é reflexo da instabilidade tarifária e da perda de equilíbrio causada por fatores geopolíticos.

A previsão é de que as tarifas na costa leste também diminuam, podendo alcançar níveis abaixo de US$ 1.000 até o fim de julho.

🎖️ Brasil bate novo recorde de movimentação portuária

Entre janeiro a maio de 2025, os portos do Brasil transportaram 532 milhões de toneladas de cargas — volume 0,8% superior ao movimentado no mesmo período de 2024, atingindo um novo recordo no setor.

O ministérios dos Portos e Aeroportos apontou o escoamento de safra de grãos recorde e a retomada dos embarques no Rio Grande do Sul depois das enchentes de 2024 como responsáveis pelo desempenho.

A movimentação de cargas nos terminais portuários acumula 3 meses consecutivos de desempenho positivo. Em maio, foram 118,4 milhões de toneladas transportadas.

  • Carvão Mineral: +67%

  • Fertilizantes: +16,32%

  • Gás de Petróleo: +16,31%

  • Granéis sólidos: +7,62%

  • Cargas conteinerizadas: +5,15%

No quinto mês do ano, a navegação de longo prazo foi responsável por movimentar cerca de 85,6 milhões de toneladas de cargas, um aumento de 7,61% em relação ao mesmo período de 2024.

A movimentação de cabotagem, no mesmo período, atingiu 26,4 milhões de toneladas, um aumento de 3,64% e a movimentação de navegação interna atingiu 7,9 milhões de toneladas, representando aumento de 11,41%.

Os terminais do país que registraram volumes recordes de movimentação no período, foram:

  • Santos: 67 milhões de toneladas;

  • Paranaguá: 25,4 milhões de toneladas;

  • Itajaí: 1,3 milhão de toneladas;

  • Rio Grande: 11,5 milhões de toneladas.

👀 Fretes recuam em junho, mas colheita do milho deve pressionar logística nos próximos meses

O setor de logística no Brasil registrou queda dos preços dos fretes ao longo de junho de 2025, uma consequência da redução na demanda por transporte e pela retração no valor do diesel.

No entanto, a previsão para os próximos meses indica uma alta nos preços associada à intensificação da colheita da segunda safra de milho.

Os preços apresentaram queda em Bahia, Distrito Federal, Goiás, São Paulo e Piauí, reflexo da menor demanda logística e da redução do preço do diesel. No Paraná, houve variações regionais, com Ponta Grossa registando recuo nas cotações. Em Minas Gerais, o frete de grãos se manteve estável, mas o de café aumentou em razão do período de entressafra.

Por outro lado, alguns estados registraram elevação nos preços dos fretes. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e novamente Minas Gerais no transporte de café apresentaram alta nas cotações.

A Conab atribuiu o aumento à aceleração da colheita da segunda safra de milho, que deve impactar diretamente o mercado logístico como um todo nas próximas semanas.

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