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🍖 Tarifas dos EUA estimulam triangulação indireta da carne brasileira

O “tarifaço” reduziu a competitividade do Brasil no acesso direto ao mercado americano, mas não impediu que o país continuasse a influenciar fortemente a oferta mundial.
Com o menor rebanho dos últimos 70 anos, os EUA seguem enfrentando um desafio de abastecimento interno. Para suprir sua demanda, o país passou a recorrer a fornecedores alternativos no Mercosul: Paraguai, Argentina e Uruguai.
Um levantamento feito pela HN Agro apontou que o Paraguai comprou do Brasil, até a terceira semana de setembro de 2025, 1.482 toneladas de carne bovina. Isso representa um avanço de 327% frente ao embarcado em setembro de 2024.
Em paralelo, as exportações paraguaias para os EUA cresceram 40% no mesmo período.
Embora a triangulação direta da carne brasileira para os EUA não seja permitida, na prática ocorre uma substituição: os vizinhos vendem sua própria carne aos americanos e importam do Brasil para manter o abastecimento interno.
O impacto desse rearranjo geopolítico já aparece nas cotações. O boi gordo no Paraguai atingiu, na última semana, a máxima histórica de US$ 71,70/@, acumulando 12 semanas consecutivas de alta. O valor está US$ 14,64 acima da arroba brasileira, que segue como a mais barata entre os grandes players internacionais, em US$ 57,43/@.
Com isso, mesmo após o tarifaço, as estimativas apontam que as exportações brasileiras de carne bovina podem crescer 10% em 2025, apoiadas justamente na demanda dos parceiros regionais.
Profissionais que atuam em agronegócio, inteligência de mercado e logística internacional devem estar atentos às dinâmicas criadas por essas distorções tarifárias, para saber como aproveitá-las.
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