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Tarifas à vista: Trump ataca de novo
Medida se soma à ameaça de Trump de taxar os BRICS e a nova tarifa de 50% sobre o cobre; mesmo assim confiabilidade das linhas de transporte marítimo aumenta
👀 Trump impõe novas tarifas a 14 países

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou tarifas de 20% a 40% sobre as importações de 14 países a partir de 1º de agosto de 2025.
Cartas foram enviadas aos países afetados. Foram eles:
África do Sul - 30% Bangladesh - 35% Bósnia e Herzegovina - 30% Camboja - 36% Coreia do Sul - 25% Indonésia - 32% | Japão - 25% Laos - 40% Malásia - 40% Sérvia - 35% Tailândia - 36% Tunísia - 25% |
A notícia veio acompanhada de ameaças de um aumento tarifário de 25% sobre o valor anunciado, caso algum dos países decidam retaliar.
A tarifa de 25% da Coreia do Sul mantém a mesma taxa inicialmente anunciada por Trump em 2 de abril, enquanto a do Japão é 1% mais alta que a anunciada anteriormente.
Inicialmente, o governo Trump havia estabelecido 9 de julho como prazo para a conclusão das negociações tarifárias. No entanto, a nova decisão adiou para 1º de agosto a entrada em vigor das tarifas.
A diretora executiva da ONU, Pamela Coke-Hamilton, criticou a decisão, afirmando que a nova prorrogação das negociações tarifárias, prolonga a incerteza e a instabilidade entre os países, dificultando a atração de investimentos e o fechamento de contratos de longo prazo.
“Se uma empresa não tem clareza sobre os custos que vai pagar, ela não pode planejar, não pode decidir quem vai investir”, disse Coke-Hamilton, citando o exemplo do Lesoto, onde grandes empresas exportadoras de têxteis suspenderam temporariamente seus investimentos, aguardando uma decisão sobre tarifas.
🤩 Confiança nas programações do transporte marítimo cresce, aponta relatório
Um relatório emitido pela Sea-Intelligence apontou um aumento de 7,4% na confiabilidade do itinerário dos transportes marítimos, atingindo 65,8% — o maior desde novembro de 2023.
A Maersk foi considerada a transportadora mais confiável entre as maiores, com 75,9% de confiabilidade de cronograma;
A Hapag-Lloyd seguiu de perto com 72,5%;
A maioria das outras operadoras variou entre 60-70%;
A ONE teve o pior desempenho, com 55,1%.
No comparativo de alianças, o desempenho foi avaliado a partir de duas métricas: “todas as chegadas” incluindo as de origem e destino e “chegadas comerciais” focadas no desempenho da região de destino. O resultado foi:
Gemini: Todas as chegadas - 90,9%; chegadas comerciais - 88,4%
MSC: Todas as chegadas - 70,5%; chegadas comerciais - 77,9%
Primeira Aliança: todas as chegadas - 55,2%; chegadas comerciais - 52,7%
Ocean Alliance: 57,4% nas métricas;
😱 Trump anuncia nova tarifa de 50% para importações de cobre — entenda se a medida afeta o Brasil
A tarifa de 50% sobre as exportações de cobre para os EUA, anunciada na terça-feira (8) por Donald Trump, deverá ter baixo impacto sobre embarques do Brasil para o mercado americano.
As mineradoras brasileiras exportam pouco metal para o território americano, de janeiro a junho deste ano as exportações atingiram US$ 136 milhões, segundo dados do MDIC.
O país mais afetado com a medida será o Chile, que responde por 65% das vendas para os EUA. Seguido pelo Canadá (17%), México (9%) e Peru (6%). Outros países respondem por 3%, conforme dados do United States Geological Survey (USGS), agência americana do setor.
A alegação das autoridades americanas para a tarifa de 50% sobre o cobre que entrará no país — provavelmente a partir de agosto — é que os produtores locais são prejudicados por dumping e excesso de capacidade nos mercados mundiais. Esses fatores estariam impactando a produção do metal nos EUA.
Para o especialista da A&M, Rafael Marchi, essa alegação de prática de dumping por exportadores aos EUA não se justifica, porque o mercado de cobre é globalizado.
Para alavancar a produção local, as minas de cobre americanas terão de ganhar competitividade, pois têm custos mais elevados que as de outros países. E isso não se dará tão rápido, pois o prazo médio de implantação de um novo projeto leva de seis a oito anos.
O que Trump pode fazer é acelerar processos de licenciamento para reduzir o tempo de instalação de novas minas, o que já adota para projetos de extração de petróleo e gás, afirma Marchi.
No longo prazo, na avaliação do especialista, projetos de expansão da Vale no Pará, que prevê mais que dobrar a produção atual, não seriam afetados. “A China é o grande consumidor mundial do metal para uso em baterias de automóveis, motores elétricos e painéis solares”. O cobre é também utilizado na construção civil, componentes eletrônica e equipamentos.
Os maiores produtores mundiais de cobre refinado são:
Chile (5,3 milhões de toneladas por ano)
República Democrática do Congo (3,3 milhões)
Peru (2,6 milhões)
China (1,8 milhão)
Indonésia (1,1 milhão)
Estados Unidos (1,1 milhão)
Rússia (930 mil)
Austrália (800 mil)
Cazaquistão (740 mil)
México (700 mil)
🤔 Entenda os possíveis impactos sobre a ameaça de Trump de taxar os BRICS
Recentemente, o presidente Trump usou sua rede social para ameaçar a imposição de uma tarifa adicional de 10% sobre países alinhados ao Brics. Para o presidente executivo da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, a medida não deve interromper o fluxo do comércio internacional, mas tende a gerar instabilidade para negociações futuras.
O impacto negativo não estaria diretamente relacionado à alíquota de 10%, mas à insegurança jurídica gerada pela imprevisibilidade das decisões de Trump, que se espalha por todo o cenário internacional.
Uma fonte familiarizada ao assunto informou que o presidente americano não pretende aplicar a tarifa imediatamente.
Para o especialista em economia internacional e professor de finanças da ESPM Jorge Ferreira, as tarifas adicionais de 10% sobre Brics podem gerar pressão inflacionária nos EUA, porque o país norte-americano é altamente dependente da China e da Índia.
Além disso, haveria um aumento nos custos de importação para as empresas americanas, estimados em até US$ 1,2 trilhão por ano, diz Ferreira.
Segundo o especialista, as tarifas adicionais sobre Brics teriam impacto maior na siderurgia e metalurgia, automóveis, autopeças, produtos químicos e farmacêuticos, máquinas e equipamentos industriais, alimentos processados e bebidas.
Mas poderiam trazer ganhos ao agronegócio, especialmente com carne bovina, soja e milho, caso a China redirecione suas compras para outros países que não os EUA, beneficiando o Brasil.
Impacto nos países do Brics
Na análise de Ferreira a decisão impactaria os países da seguinte maneira:
A China seria diretamente afetada em eletrônicos, semicondutores e químicos.
A Índia teria impacto em testes farmacêuticos e TI, mas o país poderia perder acessos preferenciais a mercados dos EUA.
A Rússia não sentiria muito impacto porque o país já está sob fortes sanções devido à guerra contra a Ucrânia.
A África do Sul poderia perder acordos comerciais específicos, com impacto nos minérios, vinho e frutas.
Já a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, apesar de se aproximarem dos Brics, mantêm uma forte dependência geopolítica e acordos preferenciais com os EUA. Em uma disputa entre EUA e Brics, esses países poderiam rever a participação no bloco, dando preferência à parceria com os norte-americanos.
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