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UE avança em acordos com Mercosul e México
EUA ameaçam tarifar países que assinem acordo sobre emissões, Trump pede para Suprema Corte acelerar decisão sobre tarifas enquanto o Brasil prorroga tributos para exportadores atingidos
🤝 Acordo entre Mercosul e UE avança

A Comissão Europeia validou, nesta quarta-feira (3), o texto final do tratado Mercosul-UE. O documento segue agora para análise dos Estados-membros e do Parlamento Europeu, com expectativa de assinatura em dezembro, em Brasília, durante a cúpula do Mercosul.
A entrada em vigor do acordo, que prevê a desgravação tarifária de centenas de produtos, pode resultar em mais de US$ 7 bilhões em exportações adicionais para o Brasil e criar um mercado de mais de 700 milhões de consumidores.
O pacto eliminará tarifas sobre automóveis, máquinas, produtos farmacêuticos, vinhos e bebidas, chocolate e azeite.
Para resguardar os agricultores europeus, o acordo impõe limites às importações preferenciais do Mercosul: 1,5% da produção de carne bovina e 1,3% da produção de aves.
A UE é atualmente o terceiro maior parceiro comercial do Brasil. Em 2024, o valor total das exportações brasileiras para o bloco cresceu, em média, 10%, alcançando US$ 48,3 bilhões.
Junto ao acordo com o Mercosul, a Comissão Europeia apresentou suas propostas para concluir o Acordo Global Modernizado UE-México. As duas iniciativas, em conjunto, formam a maior zona de livre comércio do mundo e diversificam as relações comerciais do bloco com a América Latina.
O acordo com o México moderniza o atual pacto comercial, que já movimenta mais de 70 bilhões de euros por ano, aumenta a proteção para 568 produtos tradicionais e elimina tarifas — que hoje chegam a 100% — sobre algumas exportações agrícolas, aumentando a competitividade europeia no mercado mexicano.
As propostas incluem dois instrumentos jurídicos para cada pacto: um acordo completo, que exige ratificação por todos os Estados, e acordos provisórios, válidos apenas nas áreas de competência exclusiva da UE.
👀 EUA ameaçam países que apoiarem acordo da IMO sobre emissões marítimas
Os EUA pediram a diversos países que rejeitassem um acordo da ONU, elaborado pela Organização Marítima Internacional (OMI), que prevê a cobrança de taxas sobre navios que excedam os padrões de emissões de carbono, alertando sobre possíveis retaliações, que envolvem tarifas, restrições de visto e taxas portuárias, caso o acordo seja adotado oficialmente.
O acordo preliminar foi fechado em abril, mas os EUA se retiraram das negociações antes da conclusão do texto e, em agosto, emitiram as primeiras ameaças contra países que manifestassem apoio à proposta.
Nos últimos dias, o Departamento de Estado dos Estados Unidos contatou membros da OMI para alertá-los sobre os riscos de apoiar a proposta intitulada “Net-Zero Framework”.
Fontes do governo dos EUA afirmaram que o país se prepara para adotar medidas corretivas caso o acordo seja aprovado na votação extraordinária da OMI em outubro, e que pretende incentivar aliados a fazer o mesmo.
Segundo autoridades holandesas, o governo dos Países Baixos foi alertado verbalmente sobre a possibilidade de tarifas ou outras sanções, caso manifeste apoio ao tratado.
Não se sabe quais outros países foram contatados.
O acordo, que visa acelerar a descarbonização, foi inicialmente aprovado por 63 países, com 16 votos contrários e 24 abstenções. Para sua adoção, requer maioria simples na votação de outubro. Fontes indicam que o resultado permanece incerto.
⚖️ Trump pede à Suprema Corte para acelerar audiência sobre tarifas
A administração de Trump solicitou à Suprema Corte dos EUA que analise, em caráter de urgência, uma decisão judicial que invalidou a maior parte das tarifas impostas com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), de 1977.
O governo quer que a Suprema Corte decida, até 10 de setembro, se aceitará o caso, com audiências previstas para novembro. O novo mandato do tribunal começa em 6 de outubro.
Os advogados das pequenas empresas que contestam as tarifas não se opõem à revisão do caso pela Suprema Corte. Um dos representantes afirmou estar confiante de que a ilegalidade das tarifas prevalecerá, argumentando que as medidas não apenas prejudicam gravemente seus clientes, mas também comprometem sua sobrevivência.
A IEEPA, tradicionalmente usada para sanções contra inimigos, nunca havia sido aplicada para tarifas até a gestão Trump. A corte de apelações decidiu que a lei não autoriza a imposição de tarifas, reforçando que o Congresso, e não o presidente, detém esse poder.
A decisão judicial se baseia em ações movidas por pequenas empresas importadoras e por 12 estados dos EUA.
O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que a decisão prejudica a capacidade do ex-presidente de conduzir a diplomacia e proteger a segurança nacional e a economia.
O Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, com sede em Nova York e jurisdição sobre disputas alfandegárias, emitiu uma decisão contrária às tarifas em 28 de maio. Outro tribunal, em Washington, também entendeu que a IEEPA não autoriza as medidas impostas por Trump. O governo recorreu de ambas as decisões.
Até o momento, ao menos oito ações judiciais contestam a política tarifária.
🙃 Comitê Gestor do Simples Nacional prorroga pagamento de tributos para empresas afetadas por tarifas dos EUA
Nesta quarta-feira (3), foi publicado no Diário Oficial da União a decisão, por meio da Resolução CGSN nº 180, que prorroga os prazos de recolhimento de tributos para micro e pequenas empresas exportadoras afetadas pelas tarifas impostas pelos EUA.
Com a nova resolução, os tributos que deveriam ser pagos em setembro e outubro de 2025 foram adiados:
Tributos devidos em setembro terão novo vencimento em 21 de novembro de 2025
Tributos devidos em outubro terão vencimento adiado para 22 de dezembro de 2025
A prorrogação também se aplica às parcelas mensais de parcelamentos já existentes junto à Receita Federal e à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), com novos vencimentos fixados para o último dia útil de novembro e dezembro, respectivamente.
Apesar da prorrogação, a norma não prevê restituição ou compensação de valores já pagos.
A medida é válida exclusivamente para empresas optantes pelo Simples Nacional — incluindo Microempreendedores Individuais (MEIs), no regime do Simei — que tenham ao menos 5% do faturamento bruto proveniente de exportações para os EUA no período entre julho de 2024 e junho de 2025.
Também estão incluídas empresas que fornecem mercadorias a exportadoras, desde que os produtos sejam destinados ao mercado norte-americano.
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