Veículos elétricos impactam fluxo mundial de commodities

O diesel recua nas refinarias, mas repasse ao bolso do brasileiro é incerto; Isenção fiscal sobre alimentos tem efeito limitado nos preços após dois meses da implementação.

🔋 Demanda por EVs redefine cargas de commodities

Durante a Geneva Dry, realizada em Genebra nos dias 28 e 29 de abril, mais de 820 delegados reuniram-se para a principal conferência de transporte de commodities do mundo.

Um dos momentos centrais ocorreu no painel "EVs And The Supercharging Of Dry Bulk", que examinou como os veículos elétricos estão remodelando os padrões de comércio marítimo.

Segundo Alexis Ellender, da Kpler, as vendas de carros elétricos saltaram de menos de 1% em 2016 para uma previsão de 25% neste ano, com projeções de que, até 2035, eles representem um terço das vendas mundiais, sendo 50% pela China — líder mundial de produção e consumo de transportes elétricos.

Esse movimento impacta diretamente na demanda por commodities.

Um veículo elétrico precisa de 900kg de aço, metade do que um carro convencional usa, e 300kg de alumínio, que é o dobro do que os carros tradicionais exigem.

A demanda por bauxita, níquel, manganês e cobre — essenciais para a fabricação dos veículos elétricos também está em crescimento com o avanço da produção.

Segundo os especialistas, essas mudanças já são vistas na rotina do transporte de cargas, com um crescente concentrado de cobre se movendo da costa oeste da América do Sul e a alta nos preços. 

Seguido pelo manganês, que se tornou uma carga predominante até em navios maiores. O manganês agora é o quarto metal mais usado no mundo, depois do ferro, alumínio e cobre.

Por fim, durante o painel, Precious Hashim afirmou que essas mudanças geopolíticas tendem a beneficiar o transporte marítimo pois eleva as toneladas-milhas.

Amy Ellender, da Kpler, também concluiu que a crescente frota de veículos elétricos favorece o comércio marítimo de carvão, devido à persistente dependência da Ásia — especialmente da China — para geração de energia.

Preço do diesel fica mais barato nas refinarias a partir de hoje

A partir desta terça-feira (6), o litro do diesel vendido pela Petrobras às distribuidoras fica R$ 0,16 mais barato, um recuo de 4,66%.

É o terceiro reajuste para baixo em pouco mais de um mês e eleva para R$1,22 a redução acumulada desde dezembro de 2022 — um corte de 27,2%.

Os cortes ocorrem em paralelo a uma queda na cotação do petróleo no cenário internacional. Na segunda-feira (16), os barris Brent e WTI chegaram a ser negociados abaixo de US$ 60, menor patamar desde fevereiro de 2021.

Mas a mudança não afetou a gasolina no Brasil, cujos preços permanecem os mesmos para as distribuidoras.

Embora o corte entre em vigor imediatamente para as distribuidoras, o repasse nas bombas não é imediato e depende se uma série de questões como margens de revenda, impostos e mistura de biodiesel.

Para o presidente do Sincopetro, José Alberto Paiva, cabe às distribuidoras decidir se repassam ou não a queda, o que é difícil de prever pois como o mercado é livre, cada um pode tomar uma decisão diferente da outra.

Já Sérgio Araújo, da Abicom, acredita que o corte será repassado ao preço final. Ele projeta uma diminuição de cerca de R$0,13 por litro ao consumidor.

Dados da ANP indicam que, entre 20 e 26 de abril, o diesel comum custava em média R$6,19, enquanto o S-10 estava em R$6,26. No IPCA-15 de abril, o combustível caiu 0,64%.

A Petrobras afirma que sua política busca alinhar-se ao mercado externo sem reproduzir cada oscilação de curto prazo, porém não divulga a fórmula usada nos cálculos, o que gera críticas. Nos últimos meses, preços internacionais recuaram em meio a expectativas de desaceleração econômica e aumento de oferta pela Opep.

🌽 Especialistas analisam impactos da taxação zero a alimentos importados no Brasil: 'efeito simbólico'

A medida do governo brasileiro de zerar impostos de importação de alimentos completa 2 meses em 14 de maio. A decisão buscou a diminuição do preço de itens que compõem a cesta básica — carne, café, açúcar, óleo, macarrão e demais produtos.

Uma análise feita por especialistas em economia detalhou que a estratégia, embora importante, tem efeito simbólico e pequeno impacto para o bolso dos brasileiros.

De forma quase unânime, os especialistas informam que embora a isenção possa gerar ajustes pontuais em determinadas regiões ou épocas do ano, o Brasil já é grande exportador dos mesmos produtos contemplados, portanto, a medida tem pouca eficácia na diminuição dos preços.

Antonio Marcio Buainain, professor da Unicamp e especialista em economia agrícola e inovação, afirma que outras medidas em curso devem ter impacto ainda mais relevante sobre os preços.

Buainain defende ações estruturais: incentivos ao plantio da próxima safra, melhorias logísticas para escoamento e identificação de gargalos em cadeias estratégicas. Essas, na avaliação dele, seriam medidas capazes de produzir queda sustentável nos preços.

A recente alta dos preços é atrelada pelos especialistas aos fatores climáticoscomo estiagem e excesso de chuvas em áreas distintas — que causaram aumentos recentes em itens como café, ovos e milho, agravados pela alta do dólar no início do ano.

A previsão é que haverá um recuos de preços, só que mais ligados à safra recorde prevista para 2025 do que à redução tarifária.

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