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EUA: empresa processa Trump por taxar Brasil
Investigação dos EUA contra o Brasil já era prevista em relatório de março; país terá agência tributária na China, Maersk contesta leilão do STS-10 e Transnordestina antecipa entrega
⚖️ Empresa americana processa governo Trump por tarifas contra o Brasil

Uma distribuidora de suco de laranja dos EUA entrou com uma ação judicial contra a decisão do presidente norte-americano Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre as importações do Brasil.
A Johanna Foods Inc. protocolou o processo na sexta-feira, (18), no Tribunal de Comércio Internacional em Nova York. O processo também foi movido em nome da Johanna Beverage, sediada no estado de Washington.
O argumento apresentado aponta que as razões de Trump para o aumento da taxa não representam ameaças 'incomuns e extraordinárias' que lhe concedam autoridade de emergência para contornar o poder de tributação do Congresso.
Segundo a empresa, a carta de Trump não é uma ordem executiva formal e não declarou uma “emergência nacional” ou identificou novas ameaças. O conteúdo se referia a questões “de longa data”, em oposição a “uma ameaça econômica emergente”.
Diferentemente das ordens executivas tarifárias anteriores, a carta não fazia referência direta à Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional.
Na ação, a empresa também afirma que a tarifa de 50% aumentaria seus custos em US$ 68 milhões nos próximos 12 meses, elevando os preços no varejo para os consumidores entre 20% e 25% — o que representaria uma 'ameaça existencial' aos negócios da Johanna Foods.
De acordo com a denúncia, o Brasil fornece mais da metade de todo o suco de laranja vendido nos EUA.
O caso, soma-se à pilha de outros processos sobre as políticas tarifárias de Trump, que devem ter nova audiência para ouvir os argumentos ainda no final deste mês.
O preço do suco de laranja já está elevado nos EUA, segundo o New York Times. O valor do suco congelado estava 5,5% mais alto em junho de 2025, em comparação com o mesmo mês de 2024, segundo dados do Departamento de Estatísticas Trabalhistas dos EUA.
Relatório dos EUA de março já antecipava investigação contra o Brasil
Um relatório do USTR (Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos), publicado em março de 2025, já antecipava possíveis investigações contra o Brasil.
O documento, com pouco mais de cinco páginas, apresenta uma visão panorâmica das barreiras comerciais no país, abordando temas como o contrabando na Rua 25 de Março, a tributação de serviços digitais e as tarifas sobre o etanol norte-americano.
O documento sugere diálogo com o Brasil, sem entrar em muitos detalhes técnicos.
O relatório também manifesta preocupação com a proteção de dados pessoais, citando as restrições impostas pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) à transferência internacional de informações e o impacto dessas regras sobre empresas estrangeiras.
A segunda carta, mais detalhada e com cerca de 14 páginas, eleva o tom ao anunciar uma investigação formal sobre as políticas comerciais brasileiras.
Além disso, reforça as críticas em relação à proteção de dados, afirmando que o Brasil impõe restrições à transferência de informações para fora do país, inclusive para os Estados Unidos.
A carta menciona ainda a falta de concorrência ao Pix e acusa o Brasil de adotar tarifas preferenciais mais baixas para alguns parceiros, enquanto impõe taxas elevadas aos Estados Unidos. Reforça, ainda, que essas medidas geram insegurança jurídica e desestimulam investimentos.
Leia as duas cartas (em inglês):
🐉 Brasil criará agência tributária e aduaneira na China
Nesta segunda-feira (21), o Ministério da Fazenda informou que o Brasil vai criar uma agência tributária e aduaneira na China.
De acordo com o ministério, a iniciativa vem sendo promovida pela Receita Federal desde 2023, em resposta ao aumento do fluxo de mercadorias entre os dois países, e tem sido objeto de discussões internas no governo desde então.
Essa será a quinta Adidância Tributária e Aduaneira da Receita Federal, que são postos avançados do Fisco brasileiro em outros países, com o objetivo de agilizar o comércio e reduzir a burocracia.
As primeiras unidades foram abertas em 2000, em Washington e Buenos Aires, e em 2002, em Assunção e Montevidéu.
A presença de um adido especializado na China, trará vantagens como:
Entendimento mútuo das legislações;
Redução de entraves burocráticos;
Impulsionamento do comércio bilateral.
🤺 Maersk e Antaq seguem em debate sobre edital de leilão do STS-10 no Porto de Santos
A Maersk enviou outra petição à Justiça Federal na sexta-feira (18), reforçando seu entendimento de que a divisão em duas fases do edital do leilão do megaterminal STS-10, no Porto de Santos, fere os princípios da legalidade e da transparência.
Segundo a empresa, a estrutura em duas fases foi incluída depois da realização das audiências públicas, impedindo que o setor manifestasse objeções formais. A própria Antaq teria reconhecido que esse modelo “não foi aplicado em nenhum outro leilão já realizado” pela agência, o que, de acordo com a Maersk, reforça a necessidade de outra audiência pública.
Já a Antaq, afirma que a regra busca reduzir a concentração de mercado e estimular a entrada de novos players no setor, e garante que o modelo de duas fases é respaldado pelo TCU e não exige nova audiência pública.
A agência reguladora afirma que representantes da Maersk participaram de discussões sobre o projeto e tiveram chance de se manifestar.
Defende ainda que não houve alteração relevante no modelo do certame e que restringir a participação de operadores já estabelecidos é uma medida legítima para preservar a concorrência.
A Antaq também apontou que a Maersk poderá ser beneficiada indiretamente pelo atraso na licitação, mas que o Porto de Santos enfrenta gargalos logísticos que demandam soluções imediatas.
Em resposta, a Maersk declarou que a medida judicial não busca atrasar o processo, mas questionar, no momento adequado, o que entende ser um vício procedimental.
Apesar das críticas, a Justiça Federal negou, até o momento, o pedido de liminar da Maersk. O mérito da ação ainda será analisado.
Ainda sobre o Porto de Santos…
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) deve publicar ainda este mês portaria para ampliar a área do Porto de Santos, podendo autorizar, total ou parcialmente, a incorporação de 15 áreas localizadas em Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão, que somam 12,6 milhões de m².
Caso integralmente aprovada, a nova poligonal aumentará a área do porto de 7,8 milhões para 20,4 milhões de m², um acréscimo de 162,4%.
A APS já enviou a documentação necessária, e o processo depende agora de ajustes finais e da manifestação oficial do MPor.
🚂 Obra da ferrovia Transnordestina antecipa entrega e promete revolucionar rotas nacionais
O avanço das obras da ferrovia Transnordestina promete modificar o cenário logístico brasileiro, especialmente para o agronegócio nas regiões Norte e Nordeste.
A fase 2 do empreendimento, no estado do Piauí, poderá ser entregue em 2027, cerca de um ano e meio antes do que a previsão inicial, que estabelecia o prazo para 2029.
O compromisso assumido prevê o início das obras em 2026 nos trechos restantes, permitindo que toda a extensão entre Eliseu Martins, no Piauí, e o Porto do Pecém, no Ceará, esteja operacional até o final de 2027 ou início de 2028.
O novo corredor ferroviário estabelece uma rota inédita para o escoamento de grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis e minérios.
A expectativa é que a ferrovia desempenhe papel central na integração de fronteiras agrícolas com o Porto do Pecém, no Ceará.
De acordo com representantes do setor, a nova malha ferroviária deve contribuir para a redução dos custos logísticos, aumento da eficiência do transporte e maior segurança na circulação de mercadorias. Ao mesmo tempo em que aumenta a competitividade dos produtos brasileiros.
O projeto da Transnordestina é viabilizado por um aporte financeiro de R$ 15 bilhões, provenientes de diferentes fontes.
Entre os principais financiadores estão a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Infra S.A. (antiga Valec), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) e a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
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