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Rigor na tabela do frete acende alerta
Pressão alemã pelo acordo UE–Mercosul, retomada do pré-listing de aves e tarifas dos EUA elevam tensão no setor de proteínas
Chegou a sexta-feira! Mais uma semana concluída com sucesso. A chegada do fim de semana é um bom momento para refletir sobre o meio no qual estamos inseridos. Lembrem-se: ele interfere na chegada, no processo e na base à qual é construída a nossa história.
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🚛 Rigor sobre tabela do frete preocupa setor

Desde 6 de outubro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) passou a fiscalizar eletronicamente a tabela de piso mínimo do frete rodoviário, criada em 2018 após a greve dos caminhoneiros.
A medida expôs uma prática generalizada: grande parte das empresas brasileiras operava fora da lei, ignorando os valores mínimos estabelecidos.
No agronegócio, o descumprimento era mais comum na entressafra, quando os preços do frete caem naturalmente. Mas, agora, com o cruzamento de dados em tempo real pelo Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e), as irregularidades tornaram-se mais visíveis.
Entidades e empresas do setor afirmam que não descumpriam a lei, mas que existe discordância em relação à tabela, elaborada sem consulta ao setor. Agora, temem que a mudança cause impactos na logística e nos custos.
Até o momento, 50 entidades de representação do agronegócio enviaram um ofício à Frente Parlamentar Agropecuária pedindo revisão da metodologia, que consideram imprecisa e desatualizada, por não refletir as condições reais do mercado, como a diversidade de cargas e rotas, as diferenças regionais e a idade média avançada da frota de caminhões no país.
O segmento de fertilizantes, um dos mais afetados, prevê aumento de custos entre 35% e 50%, dependendo da rota.
Sobre o aumento de multas, a ANTT afirmou que “os números são recentes e ainda estão sendo consolidados pela área responsável”. As penalidades por descumprimento da tabela vão de R$ 550 a R$ 10,5 mil para embarcadores e transportadores. Os caminhoneiros não são penalizados.
👀 Alemanha pressiona para assinar acordo com Mercosul em 19 de dezembro
A Alemanha, está pressionando para que o acordo com o Mercosul seja implementado o mais rápido possível. Segundo o chanceler alemão, Friedrich Merz, o Conselho Europeu deu sinal verde na quinta-feira (23) para um cronograma que, se os 27 membros chegarem a um acordo, será assinado em 19 de dezembro.
No entanto, o presidente da França, Emmanuel Macron, declarou, também na quinta-feira (23), que quer mais salvaguardas da UE destinadas a proteger os agricultores franceses antes de assinar o acordo.
Segundo Macron, cláusulas de salvaguarda, controles aduaneiros reforçados, apoio à pecuária e melhor controle de produtos sanitários e fitossanitários já foram discutidos com o Conselho e estão apenas aguardando a finalização e a notificação aos países do Mercosul.
O acordo UE-Mercosul busca reduzir tarifas e barreiras comerciais entre os blocos, com foco em produtos agrícolas e industriais. É apresentado como uma oportunidade para ampliar exportações e integrar mercados, mas também suscita preocupações sobre a competitividade da produção europeia.
Brasil e UE retomam “pré-lista” para exportação de carnes de aves
O Ministério da Agricultura e Pecuária informou nesta quinta-feira (23) que o Brasil e a UE retomaram o sistema de pré-listing para exportação de carnes de aves.
A medida devolve ao Brasil a autonomia para indicar frigoríficos aptos a vender produtos ao bloco europeu, reforçando a confiança no sistema sanitário nacional e abrindo espaço para aumento das vendas.
O sistema de pré-listing para exportação de carnes de aves do Brasil à UE estava suspenso há 8 anos, desde que o bloco identificou falhas nas inspeções e na fiscalização de estabelecimentos exportadores.
Segundo o Ministério, o Brasil também atendeu a pleitos europeus relacionados ao acesso a mercados de produtos europeus no mercado nacional.
Outros temas que continuarão em avanço também foram discutidos:
auditoria da UE para avaliação do sistema brasileiro de pescados;
pré-listing para estabelecimentos de ovos e carne bovina;
reconhecimento mútuo de produtos orgânicos;
regionalização de enfermidades;
certificação eletrônica e harmonização de certificações.
Historicamente, a UE é um dos principais destinos da proteína avícola brasileira. Antes da suspensão do pré-listing, o país exportava mais de 500 mil toneladas anuais de carne de frango para o bloco.
Em 2024, o volume somou 231,9 mil toneladas, e, entre janeiro e setembro de 2025, foram embarcadas 137,2 mil toneladas.
🍖 Trump diz que tarifas ao Brasil beneficiaram pecuária dos EUA
Nesta quarta-feira (22), o presidente Donald Trump declarou que os pecuaristas norte-americanos só estão bem por causa da tarifa de 50% às importações do Brasil.
Segundo o presidente, sua política comercial “salvou” o setor da pecuária, mas agora os empresários precisam fazer a sua parte e “reduzir os preços” da carne.
Contudo, as tarifas ao Brasil fizeram com que as exportações de carne da Argentina, Paraguai e Uruguai para os EUA aumentassem. Isso fez com que o líder da maioria no Senado, John Thune, e outros republicanos levantassem a questão durante um almoço na Casa Branca.
Alguns republicanos declararam que têm discutido essa questão “extensivamente” com a Casa Branca. Segundo eles, os pecuaristas querem ser os únicos a criar mais oferta nos EUA para baixar os preços.
O plano de Trump de aumentar as importações de carne bovina argentina tem sido recebido com desdém pelos pecuaristas, que disseram que isso esmagaria seu setor, enquanto outros especialistas afirmam que isso faria pouco para baixar os preços.
A polêmica ilustra o dilema enfrentado por Trump ao elevar os impostos de importação aos níveis mais altos em um século.
Embora os impostos tenham ajudado a proteger algumas indústrias americanas, também ajudaram a aumentar os preços para os consumidores. Os preços de carne bovina nos EUA dispararam para níveis recordes e as importações em alta não foram capazes de compensar a grave escassez de gado doméstico.
As tarifas de 50% sobre os produtos importados do Brasil, o maior exportador de carne bovina do mundo, acabaram por restringir ainda mais a oferta.
Agora, o governo americano pretende lançar, em breve, um “grande pacote” destinado a reforçar a produção de carne bovina nos EUA, incentivando a abertura de novas terras, oferecendo mais facilidades aos fazendeiros e construindo mais fábricas de processamento em todo o país, numa tentativa de trazer a produção de carne bovina de volta para os Estados Unidos.
🥳 Radar de eventos do FUP
NACIONAIS:
Exporta Mais Brasil, Cafés Especiais 2025 MG - 4 a 14/11 - Belo Horizonte - Uma oportunidade única para encontrar compradores internacionais do segmento de Cafés Especiais. Empresas de todo o Brasil podem se inscrever para participar.
Exporta Mais Brasil, Cafés Especiais 2025 AC - 1 a 13/11 - Rio Branco - A feira ocorre no mesmo período e com o mesmo objetivo, porém em outro estado. Esta edição terá um destaque especial para os Robustas Amazônicos, que contará com cupping exclusivo.
INTERNACIONAIS:
Salon du Chocolat 2025 - 29/10 a 2/11 - Paris - Viva a maior celebração do chocolate do mundo! Com mais de 500 expositores, o evento promove uma troca internacional ao conectar o público com artesãos locais, produtores de cacau, confeiteiros renomados e mestres chocolateiros. Uma experiência gourmet única e o lugar perfeito para descobrir produtos exclusivos.
As inscrições ainda estão abertas para expositores brasileiros, aqui.
ONLINE:
Direto do Mercado - Índia 2025 - 11/11 - Série voltada a empresas exportadoras e não exportadoras. O objetivo é apresentar mercados potenciais que auxiliem as empresas em suas priorizações e análises, visando à abertura ou ampliação de ações no comércio exterior.
🤓 FUP Indica
Essa série mostra de forma original como a culinária atravessa barreiras culturais e geopolíticas. Cada episódio investiga as origens dos pratos e de seus insumos, evidenciando obstáculos logísticos e exigências regulatórias envolvidos na chegada de ingredientes raros de vários países. “Breaking Borders”, destaca o papel do comércio exterior na gastronomia e como a circulação de sabores contribui para aproximar diferentes nações.
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