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Sem isenção: estados em alerta
Região sudeste é a mais afetada pelo Tarifaço; Europa reage ao acordo com os EUA; Brasil incorpora todos os estados ao projeto Rotas de Integração Sul-Americana; e estaleiros coreanos avançam com saída de encomendas da China.
🤔 Exceções do tarifaço representam 43,4% do valor exportado aos EUA

A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) calculou que a lista de exceções do tarifaço de Trump corresponde a 43,4% do total de US$ 42,3 bilhões comercializados entre os dois países — cerca de US$ 18,4 bilhões.
Dentre os produtos que seguem na mira das tarifas, que entrarão em vigor no dia 6 de agosto, estão itens relevantes para o mercado consumidor dos EUA, como o café, carne e frutas.
Um levantamento feito a partir de dados norte-americanos (USITC, USTR e USDA), aponta que em alguns casos, até seria possível que os EUA encontrem outros vendedores para alguns produtos, mas em condições não uniformes. São eles:
Café: representa 33% do consumo total desse produto nos EUA — pode ser adquirido da Colômbia e do Vietnã que já tem forte presença no mercado, ou seja, pontes comerciais e burocráticas já estão estabelecidas. Contudo, substituir 33% da oferta brasileira exigiria negociar novos volumes, com risco de encarecimento, pois nenhum deles produz tanto quanto o Brasil;
Açaí: 100% do consumo total desse produto nos EUA — não há outro país fornecedor, e o açaí se popularizou entre os norte-americanos, sendo chamado inclusive de “superalimento”.
Carne bovina: 20% do consumo total desse produto nos EUA — pode ser adquirida da Austrália e Nova Zelândia, contudo, ambos tem limitações, a Austrália lida com secas recorrentes e a Nova Zelândia tem produção limitada.
Por que café e carne ficaram de fora da lista de exceções?
Produtos que podem ser encontrados em outros países, mesmo que em quantidade ou qualidade inferior ao Brasil, foram taxados. Quando se observa a lista de exceções, a maioria é composta por produtos oriundos do petróleo, produzidos especialmente pela Petrobras.
Produtos de ferro e aço, minerais e elementos químicos, fertilizantes, plásticos e borrachas, equipamentos de refrigeração e aquecimento, entre outros, ficaram isentos. Já no setor de agronegócio, a grande maioria continua sob a mira das tarifas.
Com isso, os estados brasileiros que mais foram prejudicados foram:
1º lugar: São Paulo, com prejuízo estimado em R$ 4,4 bilhões. Em 2024, os EUA representaram cerca de 19% de toda a exportação do estado;
2º lugar: Rio Grande do Sul, que tem os EUA como o terceiro maior destino das exportações gaúchas, representando cerca de 8,4% do total exportado;
3º lugar: Paraná, que também tem os EUA como terceiro maior destino das exportações, representando cerca de 6,8% do total exportado;
4º lugar: Santa Catarina, com prejuízo estimado em R$ 1,7 bilhão;
5º lugar: Minas Gerais, que pode ter prejuízo estimado em R$ 1,6 bilhão, e tem os EUA como seu terceiro maior destino de exportação.
Amazonas e Pará, também podem ter perdas significativas, estimadas em R$ 1,1 bilhão e R$ 973 milhões, respectivamente.
Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul podem acumular prejuízos superiores a R$ 1,9 bilhão. Já no Nordeste, a previsão de perdas são menores, mas ainda relevantes: Bahia (R$ 404 milhões), Pernambuco (R$ 377 milhões) e Ceará (R$ 190 milhões) lideram na região.
👀 Europa calcula perdas do acordo com os EUA
O acordo entre EUA-UE tem dividido opiniões entre especialistas e lideres europeus, o professor Julian Hinz, do Instituto Kiel, por exemplo, alertou que o novo acordo comercial entre UE e EUA representa um afastamento do comércio multilateral, com perdas de longo prazo para a Europa.
“Embora a UE possa evitar uma guerra comercial no curto prazo, está pagando um alto preço no longo prazo ao abandonar os princípios do sistema de comércio mundial multilateral e baseado em regras da OMC, que tem sido fundamental para garantir a prosperidade da Europa até o momento.”
Clemens Fuest, do Instituto ifo, classificou o acordo como uma humilhação para a UE, ressaltando a necessidade de maior independência econômica e tecnológica em relação aos EUA.
Segundo a Casa Branca, a maioria das exportações da UE para os EUA, como farmacêuticos, automóveis, peças e semicondutores, terá tarifa de 15%. Produtos como aço, alumínio e cobre europeus continuarão com tarifa de 50%.
Em Portugal, as indústrias do norte, incluindo armamentos, vinhos, farmacêuticos e artigos de luxo, serão fortemente afetadas a partir de agosto. A fábrica da Browning, em Viana do Castelo, lidera as exportações de armas, e os EUA são o segundo maior destino do vinho português.
Na Polônia, o primeiro-ministro Donald Tusk alertou que o país pode perder US$ 2,15 bilhões com o acordo.
O professor Jacek Tomkiewicz, da Universidade Kozminski, afirmou que o impacto na Polônia será mais significativo para as empresas de médio porte que fornecem peças para as indústrias alemãs, especialmente no setor automotivo.
Embora apenas cerca de 3% das exportações polonesas vão diretamente para os EUA, a economia polonesa está intimamente ligada à Alemanha, um grande exportador para o mercado estadunidense.
Alemanha, França e Finlândia também seguem criticando ativamente o acordo realizado com os EUA.
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🤝 Brasil incorpora todos os estados ao projeto Rotas de Integração Sul-Americana
O Governo Federal divulgou o Relatório de 2025 do projeto Rotas de Integração Sul-Americana, coordenado pelo Ministério do Planejamento e Organização, que consolida a incorporação dos 16 estados que não fazem fronteira com países da América do Sul ao esforço nacional de integração regional.
A nova fase detalha estratégias logísticas para integrar essas regiões às rotas comerciais do continente e ampliar o acesso ao Pacífico. Essas unidades representam 36% do território nacional, 73% do PIB e 74% da população brasileira.
As regiões recém-integradas também somam mais de 3,1 milhões de km², cerca de 150,9 milhões de habitantes, e mantêm relações comerciais consolidadas com os países da América do Sul. Em 2024, exportaram US$ 24,3 bilhões e importaram US$ 16 bilhões da região.
As exportações brasileiras por rodovias já somam 52% do total negociado com a América do Sul, e as unidades não fronteiriças são responsáveis por 66% desse comércio.
O projeto busca fortalecer a inserção do Brasil na geoeconomia sul-americana, com financiamento federal, do BNDES e de fontes adicionais como os Fundos Constitucionais de Financiamento.
Saiba mais sobre o projeto, aqui.
🚢 Participação mundial dos estaleiros coreanos cresce no primeiro semestre em meio às tensões entre EUA e China
Os estaleiros sul-coreanos registraram forte recuperação na participação mundial de encomendas no primeiro semestre de 2025, em meio a sanções dos EUA contra concorrentes chineses, segundo relatório do Banco de Exportação e Importação da Coreia.
Entre janeiro e junho, a Coreia do Sul conquistou 25,1% das encomendas mundiais de navios em toneladas brutas compensadas (CGT), frente a 17,2% no mesmo período do ano anterior.
A diferença em relação à China caiu de 51% para 26,7%. Em 2024, a participação anual sul-coreana havia sido de 15% — a menor em oito anos.
A alta é atribuída às medidas comerciais dos EUA, que impuseram taxas a empresas de navegação chinesas e operadores de navios construídos na China, desestimulando o uso de estaleiros chineses.
No primeiro semestre, navios porta-contêineres representaram 53,3% do volume total de 4,87 milhões de CGT encomendado à Coreia do Sul, que no ano anterior havia recebido apenas dois pedidos de navios desse tipo de médio a grande porte.
O relatório destaca que a transferência de encomendas da China para a Coreia contribuiu para o aumento da participação sul-coreana no mercado, mas ressalta a importância de fortalecer a competitividade estrutural da indústria para garantir resiliência no longo prazo.
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