China taxa o Brasil

Gigante asiático anuncia tarifas sobre importação de carne bovina; Retrospectiva do comex 2025 e saiba um pouco do que conquistamos juntos esse ano

👀 China impõe tarifas de até 55% sobre carne bovina

A China anunciou nesta quarta-feira (31) medidas de salvaguarda contra a importação de carne bovina, estabelecendo cotas por país e uma tarifa adicional de 55% sobre os volumes excedentes.

  • As restrições entram em vigor em 1º de janeiro e vigorarão até dezembro de 2028.

O Brasil, principal fornecedor de carne bovina à China, responsável por 45% de todas as importações do país, terá cota de 1,106 milhão de toneladas em 2026, aumentando progressivamente para 1,154 milhão em 2028.

O impacto é significativo: até novembro deste ano, o país já havia exportado 1,499 milhão de toneladas ao mercado chinês, totalizando US$ 8,028 bilhões. O volume excedente, agora, enfrentará a tarifa punitiva.

Outros grandes exportadores também foram afetados. A Argentina terá cota de 511 mil toneladas em 2026; o Uruguai, 324 mil; a Nova Zelândia, 206 mil; a Austrália, 205 mil; e os Estados Unidos, 164 mil toneladas.

O Ministério do Comércio chinês (Mofcom) justificou a decisão alegando que o aumento das importações causou “graves danos à indústria nacional”. Pecuaristas chineses pressionaram por restrições após o crescimento dos volumes importados provocar queda nos preços internos pagos aos produtores locais.

A medida era esperada pelo governo e pelo setor produtivo brasileiro. Autoridades chinesas haviam sinalizado a aplicação de uma salvaguarda “moderada” para minimizar danos às relações bilaterais.

⏮️ Retrospectiva 2025: um ano de turbulências e transformações no Comex

O ano de 2025 ficará marcado como um dos mais desafiadores para o comércio exterior brasileiro e mundial. Entre greves históricas, guerras tarifárias e reconfigurações geopolíticas, empresas e governos precisaram se adaptar rapidamente a um cenário de incertezas sem precedentes.

O episódio mais crítico para o comércio exterior brasileiro foi, sem dúvida, a greve dos auditores-fiscais da Receita Federal.

Iniciada em 26 de novembro de 2024 e encerrada apenas em 11 de julho de 2025, a paralisação durou impressionantes 7 meses e 15 dias, tornando-se uma das mais longas da história do funcionalismo público.

Os números revelam a dimensão do impacto: apenas na operação "desembaraço zero", que praticamente congelou as liberações aduaneiras, os prejuízos foram estimados em R$ 14,6 bilhões entre novembro e março.

No Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), R$ 51 bilhões em processos tributários ficaram travados. Estima-se também que o Brasil deixou de arrecadar mais de R$ 7 bilhões em impostos devido aos atrasos na liberação das mercadorias.

Importadores e exportadores enfrentaram atrasos significativos, com mercadorias paradas nos portos e aeroportos, comprometendo cadeias produtivas inteiras e elevando custos operacionais.

Enquanto o país ainda lidava com os reflexos da greve, a reforma tributária começou a ser implementada, redefinindo o panorama do comércio exterior.

Outro assunto que impactou o Brasil neste ano ocorreu em abril, marcando o início de uma das mais agressivas políticas protecionistas da história americana. Donald Trump taxou 126 países, arrecadando cerca de US$ 195 bilhões em receitas tarifárias entre abril e setembro.

  • O déficit orçamentário americano encolheu US$ 41 bilhões, mas o custo foi repassado aos consumidores, com produtos encarecendo e inflação subindo.

Para o Brasil, o impacto foi direto. Em julho, Trump impôs tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, causando queda de 25% nas exportações para os Estados Unidos. A resposta dos exportadores brasileiros foi essencial para minimizar os prejuízos: o redirecionamento para outros mercados.

As vendas para a China cresceram 25,7% e para a Argentina 22%, com US$ 6,5 bilhões adicionais exportados apenas para esses dois destinos.

Em novembro, Trump recuou parcialmente, isentando 238 itens da tarifa de 40%, sobretudo agrícolas e aeronáuticos. Analistas apontam que a alta de preços e a pressão de eleitores americanos podem ter influenciado a decisão.

Falando em tarifas… a guerra tarifária com os EUA não freou a China. Apesar da queda nas exportações para o mercado americano, as vendas chinesas no mercado mundial cresceram 8,3%, atingindo US$ 328,5 milhões em outubro.

O Sudeste Asiático absorveu 15,6% a mais, enquanto a América Latina e a África registraram aumentos de 15% e 56%, respectivamente.

Mas, com a disputa, um fenômeno inesperado surgiu nas redes sociais: fabricantes chineses inundaram o TikTok com vídeos mostrando os bastidores de fábricas de luxo.

E isso foi só um pouco do que vivemos neste ano. O episódio 167 do Invoice Cast fez uma retrospectiva completa do comércio exterior em 2025, com análises do que esperar para 2026:

🎙️Confira o último episódio do Invoice Cast

Relembre conosco nessa retrospectiva do comércio exterior tudo que aconteceu em 2025 e o que esperar para 2026.

🤭 Como está seu conhecimento sobre legislação aduaneira?

Na última semana, compartilhamos com vocês uma das questões da prova de Habilitação de Despachantes Aduaneiros, realizada em 16 de novembro de 2025. Hoje trouxemos o resultado. Prontos?

Se você marcou a resposta C, parabéns! Você assinalou a questão correta. Não lembra a questão? Volte aqui para refrescar a memória.

Para fins de consulta, essa foi a questão 20 do modelo 1 de prova.

Na próxima semana, traremos uma nova questão para vocês. Até lá!

Por esse ano, é só.

Hoje é o último dia do ano, e queremos agradecer vocês, que estiveram aqui todos os dias. Somos uma comunidade de 19.483 pessoas que valorizam informação, consistência e contexto sobre tudo o que envolve o comércio exterior.

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Mas esse número não é só nosso.

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Aqui reunimos mais alguns números conquistados durante o ano e um pouco do que sabemos sobre vocês. De onde vocês nos leem, quais cargos ocupam e quais notícias mais marcaram o período.

Agora, é hora de fazer uma pausa e começar bem o novo ano. A gente volta no dia 05/01, prontos para seguir compartilhando as principais notícias com vocês.

Mas antes de encerrar, queremos ouvir vocês.
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Feliz ano novo!

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